Por Ricardo Viveiros*
Nem sempre tudo o que é bom, engorda e faz mal à saúde. O chocolate, além da sensação de prazer, tem poder hidratante, melhora a circulação arterial e o funcionamento do cérebro, reduz o estresse e alivia as dores. Mas, o seu consumo deve ser moderado. A virtude está no equilíbrio. De preferência, com doçura.
Hoje é o Dia Mundial do Chocolate.
Não é clara a origem da palavra. Há quem afirme que vem do Nahuatl, a língua dos Astecas. Os espanhóis construíram a palavra usando o termo Maia “chocol” unido ao termo Asteca “atl”. Também é possível que chocolate tenha origem na palavra Maia “chokola’j”, que significa “beber chocolate em grupo”. O que soma mais um valor ao produto, sua capacidade de unir as pessoas.
No início do século 16 a civilização Asteca, então localizada no centro do México, era bastante desenvolvida. Muitos povos acreditam que os astecas foram os primeiros a desenvolver o chocolate. Eles praticavam ciências avançadas para a época, entre as quais a Matemática. Entretanto, registros apontam que o chocolate existe ainda há mais tempo. Os antigos Maias, que habitaram o que, atualmente, é o sul do México e parte da América Central, já comiam chocolate. De fato a palavra “cacau” é Maia, desde 500 antes de Cristo, os Maias já escreviam sobre o fruto na sua arte em cerâmica.
Alguns historiadores afirmam que o chocolate pode ser até ainda mais antigo, datando da época da civilização Olmec, que no estado brasileiro da Bahia precedeu a dos Maias. Hernán Cortés de Monroy y Pizarro Altamirano, primeiro Marquês do Vale de Oaxaca, foi um conquistador espanhol, conhecido por ter destruído o Império Asteca e conquistado o centro do atual território do México para a Espanha. Cortés observou que Montezuma II, o imperador dos Astecas, bebia 50 copos de chocolate por dia. A bebida espumosa, algumas vezes feita com água e em outras com vinho, era temperada com baunilha, pimenta e chili – um molho pimentado típico mexicano.
Muitos acreditavam que o chocolate curava diarréia e que, também, tinha efeitos afrodisíacos. Diz-se que o invasor Cortés experimentou o chocolate, mas achou muito amargo. Mesmo assim, escreveu ao rei da Espanha definindo o “xocoatl” como uma bebida que fortalece e combate a fadiga. A rigor, segundo os especialistas, seriam necessárias 17 barras de chocolate para substituir, como estimulante, uma xícara de café.
Talvez tão incerta quanto a origem da palavra, seja o mérito de quem teria levado o chocolate para a Europa e, depois, para todo o Mundo. Pode ter sido, além de Cortés, um monge escriba integrante de sua comitiva que gostava de fazer experimentos. Também há quem garanta que foi Cristóvão Colombo o primeiro europeu a experimentar o chocolate e, tendo gostado do sabor, levou o produto para os reis da Espanha. Verdade ou não, o chocolate está presente em todo os continentes e é muito apreciado.
A indústria de chocolate vende por ano nos EUA cinco bilhões de dólares. Os norte-americanos são o oitavo grande consumidor de chocolate do Planeta.
A Suíça é o país em que mais se come chocolate, cada habitante ingere mais de 10 quilos por ano. No Brasil, são comprados por pessoa, em média, dois quilos por ano. Além do importado, nosso país tem excelentes produtores de finos chocolates artesanais. Quer ter uma experiência especial?
Experimente os chocolates da Partager, de São Paulo (Capital), incluindo um brigadeiro e uma trufa que irão lhe surpreender. O chef é Gustavo Pereira, um bem-sucedido publicitário que descobriu na gastronomia o que significa ser e fazer feliz.
O Brasil chegou a ser o maior produtor de cacau do Mundo. Hoje em dia, as poucas e teimosas plantações estão no sul da Bahia, em terras de Ilhéus e Itabuna, mas vítimas de uma praga denominada “vassoura-de-bruxa”. O fungo “crinipellis perniciosa” ataca os frutos, as folhas e os brotos de cacaueiro, sendo resistente a todos os defensivos agrícolas. A praga chegou à região em 1989 e, desde então, já contaminou 95% das lavouras.
Sem medo de ser feliz comendo chocolate, desde que com moderação, estão alguns famosos nacionais e internacionais: Jennifer Lopez, Beyoncé, Shakira, Britney Spears, Natalie Portman, Anitta, Paola Oliveira, Giovanna Antonelli, Grazi Massafera, Carolina Dieckmann, Robbie Willians, Jim Carrey, Henri Castelli e William Bonner.
Como se pode observar, esses chocólatras estão mantendo a silhueta…
*Ricardo Viveiros é jornalista, escritor e professor. Doutor em Educação, Arte e História da Cultura pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, foi diretor-geral do Museu Padre Anchieta (Pateo do Collegio) e tem vários livros publicados, entre os quais: “Justiça Seja Feita”, “A Vila que Descobriu o Brasil”, “Pelos Caminhos da Educação” e “O Poeta e o Passarinho”.
Fonte: o autor
Publicação Ambiente Legal, 07/07/2021
Edição: Ana A. Alencar
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