Por Ana Bretas*
Considero o espírito de perseverança e determinação valores tão femininos, e justamente por isso, precisamos lembrar as mulheres do quanto são fortes.
Trabalhando na área do direito, principalmente, buscando recursos das empresas e encaminhando-os para a filantropia, tenho vivido todos os dias situações em que desconfiam de minha qualidade profissional. Não se entende a razão de toda mulher ter sempre que provar que é capaz, por meio de uma realização, e dos homens acabam aceitando promessas.
Quando fui apresentada a um tradicional político, ouvi dele ao sugerir minha decisão de se candidatar a vereadora: “Você é casada?” Não, ele não estava me cantando, estava apenas tentando perceber se eu não seria como tantas que desistem ao primeiro sinal de que, pelos compromissos políticos, não dará conta da casa, e assim, seria pressionada pelo marido a desistir. Justo eu que já me consolidei como advogada.
Ao comparar o cenário ‘mulher profissional’ com o ‘mulher política’, constatamos ainda outra realidade bizarra. Somos 52% do eleitorado, mas só 11% dos eleitos. Muitos gostam de justificar a estatística amargando que “mulher não vota em mulher”, quase carimbando em nós uma competição mesquinha que desqualifica o que é tão maravilhoso no ser mulher: a ajuda mútua e a empatia.
Pare um pouco para pensar, quem são as pessoas que mais fazem trabalhos voluntários? Que criam ONGs? Que cuidam dos filhos umas das outras? Ou que abdicam da vaidade, do sono e da carreira para cuidar dos que amam? Na maioria, são mulheres!
Sendo tão genuinamente solidária, te convido a ser assim também ao considerar uma mulher na hora do seu voto. Certamente, esta que se dispõe a concorrer um cargo público, já irá abrir caminhos e levantar mais mulheres, como historicamente sempre foi feito por nós!
Bóra, mulherada!
*Dra. Ana Bretas, advogada e pré-candidata à vereadora em Jundiaí
Publicação Ambiente Legal, 25/08/2020
Edição: Ana A. Alencar