Por Antonio Fernando Pinheiro Pedro
Admiro a mulher de personalidade forte, que não se inibe, não se esconde, não dissimula.
Admiro a mulher que defende suas opiniões, que respeita a opinião contrária e que, tem coragem para mudar uma postura, se isso lhe parecer o mais justo.
Admiro a mulher que trabalha, empreende, luta para manter sua dignidade.
Admiro a mulher que vence na vida, e, mesmo assim, reconhece que não vencer não é em si um defeito.
Admiro a mulher que não espera que lhe confiram seus direitos – vai lá e os conquista.
Admiro a mulher que não condiciona o seu amor e compreende sentimentos.
Mas… essas qualidades independem de “gênero” – dizem respeito à conquista da própria personalidade, ao livre arbítrio e ao pleno exercício da cidadania.
Parece fácil, não? Mas não é.
O simples exercício dessas qualidades foi até poucos anos, reprimido, condenado, estigmatizado e negado à mulher… e ainda o é em várias partes do mundo.
Ainda que sempre se tenha tolerado expressões dessa qualidade nas “mães” (porque, afinal, têm responsabilidade sobre sua prole), a conquista da personalidade pela mulher livre, jovem ou madura, casada ou solteira, que trabalha e vive por meios próprios, ainda é um pesadelo machista, uma passagem sem volta para o estigma da “mulher sozinha”, uma exposição ao risco cotidiano que se exprime nas mínimas relações cotidianas…até mesmo num olhar.
Assim, embora isso seja a expressão da personalidade feminina, possível onde vivemos, ainda assim, não foi de tudo assimilado por nossa cultura, nossa economia, nossa sociedade.
Portanto, se todas as qualidades acima são desejáveis em qualquer pessoa, mais admirável ainda o serão em uma mulher. Porque nela, quando exercidas, não são apenas qualidades, são conquistas.
Antonio Fernando Pinheiro Pedro é advogado (USP), jornalista e consultor ambiental. Sócio diretor do escritório Pinheiro Pedro Advogados. Integrante do Green Economy Task Force da Câmara de Comércio Internacional, membro do Instituto dos Advogados Brasileiros – IAB e da Comissão Nacional de Direito Ambiental do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil – OAB. É Editor-Chefe do Portal Ambiente Legal e responsável pelo blog The Eagle View.
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Será que foi fracasso? Já parou pra pensar que esse descompasso rítmico que a vida nos traz muito tem a ver com o que expressamos, é algo que sai da alma, são sentimentos secretos se esvaindo em meio aos poros, que sem serem notados vêm produzindo efeitos avassaladores, é a expressão da alma conspirando no compasso do seu eu interior. Seja leve e releve, dizia o bom e velho ditado popular, mas há uma razoável discrepância entre o “dever ser, que tenta a todo custo ser incorporado à personalidade, e o “ser interior, preso à padrões e normas impostas à coletividade. Meio a essa insana confusão mental que a vida nos proporciona, o jeito é seguir em frente de cabeça erguida e acreditar que em um universo paralelo há alguém ou alguma coisa que nos guie e que dê razão de ser à existência humana. É forçoso acreditar que nos fracassos estão as soluções, e quem sabe, muitas vezes o impulso necessário ao sucesso.