Por Ana Alencar
O olhar do fotógrafo busca a emoção, a beleza e a palavra ocultas na imagem.
Capturando sons e vozes no silêncio da fotografia, Sebastião Salgado, um dos mais famosos fotógrafos do mundo, nos traz uma visão privilegiada de tudo, através das suas lentes.
Sebastião Salgado não apenas retratou a vida humana, nas mais diversas e adversas situações, como também capturou a essência da natureza, com esplendor e simplicidade.
O Projeto Gênesis
Seu último projeto, Gênesis, focou comunidades isoladas, quase que inacessíveis. Um retrato de pessoas, animais e natureza em estado bruto.
Acostumado a registrar guerras, refugiados e trabalhadores, Sebastião Salgado, em entrevista recente à mídia Superinteressante informa que o projeto Gênesis foi todo pensado e realizado visando a autoaprendizagem. “Descobri que somos velhos de 50 mil anos. O que é essencial hoje já era essencial no passado. Nós só sistematizamos. Essas comunidades já tinham antibióticos, anti-inflamatórios. Até conceito de balística os índios já tinham: o caçador leva um punhado de flechas e não pode perdê-las, se não morre de fome. Por isso, lança a flecha de um ângulo em que, mesmo perdendo o alvo, consegue recuperá-la”, atesta Salgado.
O fotógrafo informa que este é o seu último projeto grandioso. Aos 70 anos, prefere continuar fotografando mas, sem aventurar-se como fazia quando mais jovem.
Para conceber o Gênesis, onde fotografou animais, pela primeira vez, Sebastião Salgado teve que estudar e se preparar. O projeto durou 8 anos, empregados em viagens para os lugares mais longínquos e inóspitos do planeta.
Observando o melhor e o pior do mundo, o fenômeno acabou por despertar nele, seu lado ambientalista.
Um militante da causa ambiental
Sebastião Salgado, inspirado por sua esposa, juntamente com parceiros, fundou em 1998 o Instituto Terra, uma organização ambiental dedicada ao desenvolvimento sustentável do Vale do Rio Doce. O instituto tem como principal objetivo recuperar a Mata Atlântica, plantando 2,5 milhões de árvores. Atualmente, já foram plantadas 2 milhões.
Referindo-se a um dos parceiros, a Mineradora Vale, empresa brasileira mais presente em conflitos ambientais pelo mundo, Sebastião Salgado entende que não há “nenhuma contradição em trabalhar com uma mineradora ou até mesmo bancos”. “Nosso conselho diretor é composto de membros da Vale, ex-diretores de bancos, membros da sociedade civil. Nós não temos dinheiro. Nós temos a capacidade de organização. E conseguimos o que queremos: recuperar a Mata Atlântica”, arremata o fotógrafo.
Outro projeto do Instituto Terra, que está em fase inicial, chamado “Olhos d’Água”, pretende recuperar a bacia do Rio Doce com o apoio do Ministério do Meio Ambiente.
A idéia é que ele sirva de protótipo para a recuperação dos outros rios brasileiros. “Já há uma mudança: fazendeiros que foram contra o reflorestamento hoje fazem fila para que a gente recupere suas fontes de água”, disse Sebastião Salgado a respeito.
Sebastião Salgado, tem usado o seu prestígio, o sucesso profissional e vida de aprendizados no trabalho, para implementar projetos de reconstrução e preservação da natureza – vidas por ele fotografadas.
Sobre o projeto Gênesis, diz Salgado: “Trinta e duas reportagens visuais ao longo de oito anos me ensinaram uma coisa: existe racionalidade profunda nas outras espécies, nos pássaros, nos leões. Até nas rochas. Nós temos que aprender a respeitar isso. E viver de forma muito mais doce e menos agressiva.”
Gostaria de pedir ao Sr.Sebastião sobre um projeto ambiental chamado Ecodata destinado aos assentamentos e povoados de agricultores,como inventivo a plantação de árvores recuperação de áreas. Se seria possivel pedir so governo o retorno desse projeto dando continuidade o mesmo, destinando as atividades como recuperação das nascentes,envolvendo as secretarias de meio ambientes,ongues, universitários e mesmo voluntários