Que falta nos faz Churchill, Roosevelt e De Gaulle…
Por Antonio Fernando Pinheiro Pedro
Cegos pela estupidez politicamente correta, os líderes ocidentais não dimensionam o risco civilizatório representado pela barbárie muçulmana, refletida no êxodo de milhões de refugiados em direção à Europa.
França, Inglaterra, Espanha, Itália e Alemanha alternam discursos entre a xenofobia e a radicalização “politicamente correta” que vitimiza todo mundo. Sofrem com invasões em massa e episódios impensáveis como invasão do Eurotúnel, resgate de centenas de pessoas em barcos de borracha à deriva no mediterrâneo e caravanas de refugiados encaminhados pela europa oriental.
No entanto, a impressão é que todos estão enxugando gelo. Todos evitam assumir o cerne da questão – porque essa assunção implica comprometimento com uma ação bélica de maior dimensão.
A Europa hesita assumir o combate direto aos radicais muçulmanos e se vê às voltas com os refugiados da barbárie provocada por aqueles.
Políticos, analistas, acadêmicos e jornalistas, europeus e americanos, desconversam, tergiversam e mudam de assunto quando o assunto é reconhecer o mal.
A perversidade e a barbárie são intrínsecos aos movimentos radicais da Al Qaeda, Boko Haram e Estado Islâmico, direta e indiretamente patrocinados por russos, iranianos, sauditas e paquistaneses. Tolerados por esquerdistas e vitimizados – no que tange á sua “causa”, por militantes do “politicamente correto”.
Essa pusilânimidade, no entanto, não é nova.
O ocidente hesita hoje, tanto quanto hesitou identificar o mal e decidir aniquilar os nazistas no século passado.
Chega a assustar a insistência dos europeus em não aprender a lição e desviar o foco da questão.
Hoje, hordas de refugiados tentam desesperadamente invadir o continente europeu, fugindo das zonas de conflito na Africa, Oriente Médio e oriente próximo.
Não se trata de uma procura banal por “uma nova vida” no paraíso ocidental, por conta de dificuldades materiais. Todos estão em fuga das zonas de conflito por conta da barbárie, cujo horror atingiu proporções bíblicas.
O totalitarismo teocrático muçulmano atormenta o oriente há milênios e agride o ocidente de tempos em tempos. Ele nunca veio só. O horror provocado por seus métodos sempre o precedeu.
Esse horror, agora, se desvinculou dos Estados teocráticos. Tomou vida própria, aliou-se ao banditismo, foi adotado pela demência psicopata de indivíduos desprovidos de qualquer freio moral, mentalmente reféns do obscurantismo sinérgico, da miséria intelectual e da pobreza de espírito.
Os bárbaros que afugentam cidadãos indefesos em massa, estão apoiados na pobreza moral e no analfabetismo funcional, pragas que corroem multidões de miseráveis tolhidos por economias absolutamente sectárias e governos em ruínas. Estão também munidos da capacidade de infligir o mal, tornando-o banal, uma ferramenta funcional, um componente autojustificado, que lhes permite praticar o genocídio.
O genocídio atinge cristãos de toda ordem e muçulmanos que não seguem a doutrina assumida pelos titulares do horror em causa. Atinge, também, o gênero feminino – subtraído de sua humanidade, coisificado, escravisado e descartado após servir aos propósitos sexistas dos algozes. Essa metódica perversão, em particular, revela o mal intrínseco ao movimento dos radicais.
Tão somente por isso, mereceriam ser caçados, combatidos, exterminados ou, caso capturados, julgados e executados, como criminosos genocidas – conforme preconiza o direito internacional.
Porém, os líderes ocidentais hesitam. Adotam uma atitude hipócrita – “politicamente correta”, de evitar estigmatizar o terrorismo muçulmano como O MAL, condenando, porém, suas ações.
Como não podem seguir a bobagem sugerida pela Presidente do Brasil, Dilma Rousseff, de “buscar o diálogo”, Europa e Estados Unidos buscam “combater” e “degradar”, de forma pontual, os grupamentos de radicais muçulmanos que se encontram distribuídos em um teatro de operações que já atinge dimensões continentais…
Não há dúvida. O comportamento da liderança ocidental é sintomático da SÍNDROME DE CHAMBERLAIN – patologia política que remete ao comportamento ingênuo (e por isso mesmo desastroso para a humanidade), protagonizado pelo primeiro ministro britânico Neville Chamberlain, que acreditou conter Hitler, Mussolini e, por tabela, Stalin, fazendo-os assinar um pedaço de papel em troca da covarde “cessão” do território tchecoslovaco aos nazistas – no Acordo de Munique, em 1938.
A estultice constituiu um ganho estratégico para os nazistas e os encorajou a provocar a II Guerra Mundial.
Nessa perspectiva histórica, percebemos o quanto Churchill, Roosevelt e De Gaulle fazem falta ao mundo de hoje – mundo esse lotado de “Chamberlains”…
Devíamos ter aprendido a lição. Superado a “síndrome de Chamberlain”. Mas não apenas por conta dos episódios terríveis sofridos no século passado. Devíamos nos decruçar sobre o registro histórico do Império Romano.
No período final do Império do Ocidente, os generais e o Senado Romano constataram que aquela multidão furiosa de bárbaros armados, que tomavam cidades, destruíam patrimônio e destilavam ódio aos valores da “civilização”, na verdade não “invadia” Roma – ela FUGIA, apavorada, dos Hunos e Mongóis.
O Império Romano, consumido por conflitos internos, preferiu tentar a cooptação dos bárbaros germânicos, desfigurando o próprio exército, pois não tinha mais capacidade estratégica de organizar expedição que contivesse o avanço dos Hunos, muito menos a distante ameaça mongol, que na verdade empurrava toda aquela massa de gente para o seu território. Como se sabe, isso foi um grande erro…
Há pouco mais de dez anos, a Europa ficou á mercê da Al-Qaeda – apesar de todos os sinais, que davam conta da organização estar articulada em território europeu. Isso custou a vida de milhares de cidadãos em atentatos terroristas na Europa, EUA, Africa e Ásia.
Hoje, o ocidente parece não se decidir a combater o Estado Islâmico e seus satélites africanos com o vigor necessário. Dizem os especialistas contumazes em encontrar culpados, que “combatemos os ditadores errados (Sadam, Kadafi e Assad)”.
Como que arrependidos, os líderes se calam e hesitam.
O governo Obama parece ter sido atingido pela síndrome de Chamberlain, a qual já vem há muito contaminando as Nações Unidas.
A maior prova dessa contaminação é o tratado precário, inexecutável, de segurança nuclear, assinado com o Irã – um dos Estados Islâmicos que, em que pese não dar guarida ao ISIS, apóia as atividades da Al Qaeda e seus satélites xiitas.
Os iranianos farão a sua bomba atômica… e não hesitarão em usá-la, se o ocidente der a janela de oportunidade que esperam obter com o tratado assinado com os EUA… tal qual o Acordo de Munique de 1938.
Chamberlain foi o grande precursor dessa conduta idiota denominada “politicamente correto” – que se traduz pela tolerância infinita com todo tipo de psicopatia, vitimização da transgressão moral e legal e repressão aos que se postam contrários aos transgressores. O objetivo do “politicamente correto” é, justamente, não resolver o conflito e, sim, perenizá-lo – em respeito aos seus atores.
A Europa tolerou a barbárie terrorista por conta da visão obtusa de partidos e governos esquerdistas, que estimularam o rancor social e professaram um discurso “vitimizador dos excluídos” contra o “aparato repressor” dos regimes democráticos. Esse “rancor social”, estimulou a fuga de jovens oriundos de famílias de refugiados e imigrantes muçulmanos para as fileiras das sanguinárias facções radicais no oriente médio e constitui a raiz dos atos terroristas praticados contra os europeus. Um preço muito alto, pago pela bobagem retórica praticada.
O fenômeno da tolerância ao radicalismo islâmico conta com a condescendência pusilânime de governos e partidos ocidentais, ditos “politicamente corretos”, que se viram pressionados a reagir contra políticas sectárias e xenófobas que assolam governos locais, na Europa e na América.
A conta de toda essa balbúrdia proselitista, agora, está sendo cobrada em novas hordas bárbaras, que chegam às centenas, à deriva, em pedaços de embarcações afundadas, sucatas flutuantes, em meio a corpos decompostos, etc…
Pelo visto, o ocidente é de novo refém de líderes pusilânimes. “Chamberlains”, em um barco à deriva, no mar “politicamente correto” da hipocrisia.
Quo usque tandem???
O tempora, o mores!
Antonio Fernando Pinheiro Pedro é advogado (USP), jornalista e consultor ambiental. Sócio diretor do escritório Pinheiro Pedro Advogados. Integrante do Green Economy Task Force da Câmara de Comércio Internacional, membro da Comissão de Direito Ambiental do Instituto dos Advogados Brasileiros – IAB e da Comissão Nacional de Direito Ambiental do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil – OAB. Jornalista, é Editor- Chefe do Portal Ambiente Legal e responsável pelo blog The Eagle View.
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Muito boa matéria, porém, muito fora e aquém da realidade… e digo realidade dos porquês, das causas e causadores.
Ao Ocidente (leia-se Coalizão) só interessa a “intervenção” onde há riquezas minerais, como o petróleo, o Nióbio etc. Só não atacam a citada Arábia Saudita, por ser ela a silenciosa gestora e patrocinadora das guerras Mesoorientais…
Quero parabenizá-lo pela brilhante visão da Geopolitica Nacional e Internacional, quanto o atual cenário em que vivemos.
Não somente por esta leitura da Nau dos Insensatos. Mas, também por outra matéria de contexto :LAWFARE:GUERRA LEGAL.
PARABÉNS MAIS UMA VEZ.
PROF. ELION SARMENTO SILVA