Por Danielle Denny
A ABA – Associação Brasileira de Anunciantes organizou, em 28 de agosto, o VI Fórum ABA de Sustentabilidade no qual promoveu o lançamento do guia : “Recomendações para uma comunicação sustentável”, desenvolvido pelo Comitê de Melhores Práticas de Sustentabilidade. O objetivo é fornecer uma ferramenta que contribua para que anunciantes e profissionais adotem, em suas ações de comunicação, postura ética e atitudes responsáveis, respondendo ao interesse cada vez maior dos consumidores e fazendo frente ao posicionamento crítico crescente de setores da sociedade civil organizada.
O Fórum promoveu também apresentações de casos de sucesso, análises sobre os erros que justificaram pareceres desfavoráveis do Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária – CONAR e discussões sobre os desafios e as oportunidades para a área de Comunicação no contexto pós Rio + 20.
Edney Narchi, vice-presidente executivo do CONAR, identifica que a atuação das empresas ainda tem muito a ser desenvolvida nessa área. Segundo ele, mesmo depois de um ano do Anexo “U” e da alteração do art. 36, que tiveram como objetivo coibir o abuso da propaganda e a banalização do tema sustentabilidade, nenhuma empresa concorrente processou a outra. O único caso relacionado é a denúncia do Plastivida Instituto Sócio-Ambiental dos Plásticos contra a campanha da APAS – Associação Paulista de Supermercados, intitulada ‘Vamos tirar o planeta do sufoco’. A APAS foi condenada nas duas instâncias do CONAR, que entendeu que ninguém iria tirar o planeta do sufoco por deixar de usar sacolinhas plásticas. O CONAR poderia ter uma atuação muito mais significativa, conforme pontua Edney: “Não dá para entender por que os concorrentes não se processam por descumprimento do art. 36 e do anexo U. O CONAR tem um papel educativo importante que pode ser percebido em várias outras temáticas sobre as quais recebe muitas denúncias, mas na área de sustentabilidade ainda não”.
Maria Alice Pereira, da África Publicidade, considera que “para atuar com sustentabilidade o criativo tem de ter comprado essa ideia”. E a importância da área tem crescido, “clientes já no primeiro contato perguntam se a agência tem certificado GRI. A agência tem de ser para conseguir que seu cliente também seja, pois a demanda dos clientes não são bem claras. Não nascemos sustentáveis aprendemos a ser sustentáveis, é preciso começar a se preocupar com isso.”
Ligia Camargo, da Unilever, mostrou os dados constantes da pesquisa ‘O que o brasileiro pensa do meio ambiente e do consumo sustentável Edição 2012’, realizada pelo Instituto CP2, para o Ministério do Meio Ambiente. A temática ambiental tem ganhado relevância, há 20 anos, 46% não sabiam mencionar sequer um problema nessa área. Esse número diminuiu para 10% este ano. Além disso, para 28% dos 2,2 mil entrevistados o orgulho nacional é fundamentado nos recursos naturais brasileiros. As ameaças às florestas são apontadas como os principais problemas. E as pessoas identificam que a responsabilidade é do governo para solucionar a problemática ambiental, nos 3 primeiros lugares estão a União, os Estados e os Municípios, em quarto lugar foi apontado o item ‘cada um de nós’ e as empresas apareceram apenas em 9º. lugar.