Omissão e hipocrisia custam caro …
Por Antonio Fernando Pinheiro Pedro*
Antiga sede da Polícia Federal e propriedade da Caixa Econômica, o prédio de vidro e aço que antes adornava o Largo do Paissandú, em SP, foi abandonado pelo governo federal, degradado, ocupado e depredado pelo MLSM – Movimento de Luta Social por Moradia, um satélite do notório MTST, do agitador Guilherme Boulos.
O quadro revela sordidez em um contínuo gerundio – o autodenominado “movimento socialista” cobrando aluguel como qualquer “burguês” enquanto o crime organizado administra a baderna, alocando marginais, cobrando taxas e explorando os miseráveis.
Refugiados usados como escudo humano por militantes. Indústria da indenização engordando os bolsos de lideranças esquerdistas.
A hipocrisia substituindo, de fato, a Política Pública.
Esse sarcasmo mascarado de “luta”, que em São Paulo conduz mais de uma centena de “ocupações”, atende à uma criminosa lógica econômica, senão vejamos:
1) O proprietário ou cessionário do prédio não consegue mais vender ou alugar suas unidades e tem prejuízo para manter seu imóvel desocupado;
2) Ele, então, “convida” uma ONG de sem-tetos para invadir o prédio.
3) Sem-tetos invadem prédio vazio e reivindicam usucapião;
4) Prefeitura declara prédio “de interesse social” e o desapropria mediante pagamento de indenização para o proprietário;
5) Proprietário entra na Justiça para revisar o valor da indenização e ganhar mais;
6) Sem-tetos vão ficando e transformam o prédio invadido em mafuá. Recebem o “reforço” político de militantes e a “proteção” do crime organizado;
7) Corpo de Bombeiros vistoria o imóvel e decreta que ele não tem condições de moradia e que pode sofrer incêndio a qualquer momento. A desocupação, então, é recomendada, pelo governo ou Ministério Público;
8) ONG de sem-tetos, com apoio de partidos de esquerda ou da defensoria pública, busca liminar na Justiça, mantendo moradores no prédio condenado – verdadeiros escudos humanos da sordidez proselitista;
9) Quando não pega fogo ou desaba, o prédio é finalmente “comprado” pela Prefeitura, que o doa convenientemente à ONG invasora -por convite.
10) Indenização é paga ao antigo proprietário, que racha o “lucro” com a liderança da ONG.
Assim funciona a indústria das ocupações, segundo já exposto em relato do jornalista Victor Grinbaum, denominado oportunamente de “Indústria das Ocupações – Manual de Instruções”.(*)
Governos omissos postergaram providências. Corpo de bombeiros fez vistoria no prédio (após “negociar” com criminosos), e entregou laudo circunstanciado à promotoria de justiça responsável (???), que nada fez – pois o coitadismo prevalece sobre a Ordem Pública.
Tragédia anunciada: uma briga marginal entre um casal marginal…um litro de alcool usado como combustível de espiriteira e… acontece o violento e criminoso incêndio, que levou o prédio ao desabamento.
Quem vai pagar a conta do prejuízo? Ou…foi uma operação lucrativa?
Para variar, um movimento oportunista utilizará a vitimização como arma para manter a chantagem social. Não esperem de governos fracos, desprovidos de autoridade e sem controle territorial, que ocorra um cadastramento decente e remoção dos antigos ocupantes para algum abrigo. Eles seguirão o manual das militãncias esquerdistas: permanecerão plantados na praça, transformarão o espaço público em chiqueiro, deixarão crianças e velhos em barracas improvisadas, farão “gatos” no sistema de eletrificação, e degradarão ainda mais o centro da cidade.
Uma coisa é certa, e vale como frase de abertura no manual da indústria da miséria habitacional: na Administração Pública… como na vida, omissão e hipocrisia custam caro.
Notas:
* Grinbaum, Victor – “Indústria das Ocupações – Manual de Instruções”, in Blog “A Reunião”, in https://www.areuniao.com/single-post/2018/05/01/Ind%C3%BAstria-das-Ocupa%C3%A7%C3%B5es-Manual-de-Instru%C3%A7%C3%B5es
*Antonio Fernando Pinheiro Pedro é advogado (USP), jornalista e consultor ambiental. Sócio diretor do escritório Pinheiro Pedro Advogados. Integrante do Green Economy Task Force da Câmara de Comércio Internacional, membro do Instituto dos Advogados Brasileiros – IAB. É Editor- Chefe do Portal Ambiente Legal, do Mural Eletrônico DAZIBAO e responsável pelo blog The Eagle
View.
Fonte: The Eagle View