Por José RobertoFaria Lima*
Leap frog é uma expressão em inglês que significa saltar etapas. Um conceito desafiador. Uma gambiarra usada para levar nações atrasadas a se emparelharem com aquelas que arranham o futuro.
Em tecnologia tudo que era “onda” virou “cabo”.
O sinal da televisão vinha por onda e era captado por antenas.
Parabólicas surgiam como cogumelos nos telhados das casas por todo o país.
Era assombrosa, no mínimo surreal, a visão das residências dos países ditos em desenvolvimento.
Nos tempos atuais o sinal de televisão chega por cabo. Uma malha de fios em acirrada disputa por postes substituem as parabólicas.
A Internet liga continentes por cabos marítimos.
A estética não escapou. E essa transformação continua acelerada com a chegada do 5G e das IOT’s.
Esse leap frog seria o caminho a seguir?
Até que ponto proporcionaria um grau maior de bem-estar a nação que o adotasse?
Sob que ponto de vista?
Econômico?
Psico-social?
Essa solução gerada pela razão provocaria perdas não percebidas?
Efeitos colaterais?
Óbices inesperados e insuportáveis?
Seriam perceptivos na etapa da análise indispensável que completa o ciclo racional?
Essa nova ética contempla a possibilidade de sermos sujeito e objeto de toda e qualquer experiência social?
Não estabeleceria limites e responsabilidades?
Tudo seria permitido?
Não estaríamos construindo uma utopia em alicerce frágil, instável, imprevisível e movediço?
A pressa não deve atropelar a caminhada rumo a perfeição. Essa é a minha visão. Não impede que vc tenha e defenda a sua…
Temos o privilégio de viver no ocaso de uma era e deslumbrar a aurora de um novo período. Natural a perplexidade que nos invade.
Um período de turbulência.
Sonhos e anseios.
Oportunidades inimagináveis.
Tristeza, choros lamentos.
E para complicar essa mortal e assustadora pandemia que, inclusive, é o alerta mais evidente do momento vivido.
Um caleidoscópio de sentimentos nos sacode sem dar um segundo de sossego.
Exatamente nessa balbúrdia precisamos ter a tranquilidade para perceber a sabedoria que colecionamos coletivamente nestas 5000 gerações de existência no planetinha azul.
Seremos o que desejamos vir a ser mas estaremos condicionando nossos pares, toda nossa tribo, a destino similar.
Veja que responsabilidades. Temos que apurar nossos instintos, pensamentos, emoções, sentimentos, desejos e virtudes e solicitar inspiração divina para fazermos as melhores escolhas, optar pela opções corretas.
Essa é a hora.
A vida já nos ensinou tudo que tinha que nos ensinar.
Um das lições que não podemos esquecer mostra a importância de dominarmos a tecnologia e não sermos dominada por ela.
Priorizar o humano, assumir o protagonismo da vida. Acreditar no potencial que temos. Criatividade, empatia entre tanta virtudes .
Refletir sobre as fases naturais que a atenta observação da realidade nos mostra antes de burlar atalhos desconhecidos.
Questionar. Não se cansar ao levantar hipóteses.
Saber que só nós temos alternativas para atingirmos a verdade.
Não pender apenas para o lado da Razão e atribuir valor a Fé. Afinal Fé e Razão deveriam andar juntas.
Mantenha dentro de vc o espírito de Sexta-Feira… Esse personagem que não esqueceu de fazer fogo com o atrito das pedras mostrando que o recomeço é possível. Um personagem que não precisou, como Prometeu roubar o fogo de Zeus.
*José RobertoFaria Lima – Economista, professor, oficial da Aeronáutica e deputado federal por São Paulode 1971 a 1979.
Fonte: o próprio autor
Publicação Ambiente Legal, 23/03/2021
Edição: Ana A. Alencar
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