Atenção ao Planeta… e ao Sol.
Por Antonio Fernando Pinheiro Pedro*
“Apagões” por sobrecarga, chuvas torrenciais e ciclones, ondas intensas de calor, baixa umidade e incêndios, nevascas e baixas temperaturas, têm ocorrido em todo o planeta… levando técnicos e cientistas a questionar a gestão de defesa civil, o planejamento urbano, as fórmulas e estruturas de previsão e prevenção climática e a própria capacidade de suporte do sistema de transmissão e distribuição de energia, sistematicamente afetado nos eventos.
A preocupação com alterações abruptas do clima – temperaturas incendiárias, tempestades e frios intensos, já provocaram a confecção de um tratado internacional de enfrentamento às mudanças climáticas e demandam, contínuo aperfeiçoamento de programas de contingência e emergência nos Estados Nacionais afetados.
O Brasil está mergulhado nesse processo.
O Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais – Cemaden/MCTI, órgão do Governo Federal, alertou para os impactos do fenômeno El Niño no Brasil, no trimestre SON de 2023, e fez projeções de evolução do evento no verão de 2024: impactos de calores extremos e pesadas chuvas em setores estratégicos do país, com efeitos no contexto das cidades, dos reservatórios para geração de energia e/ou para abastecimento humano, da saúde pública, da agricultura e do risco de fogo. Na Nota Técnica apresentaram-se, ainda, sugestões de ações de prevenção e preparação aos desastres.
Os efeitos incluem desde secas nas Regiões Nordeste e Norte do país, a chuvas excessivas na Região Sul, com quebras de safras agrícolas e redução dos níveis dos reservatórios hídricos, bem como impactos na geração de energia elétrica e nas condições de navegação fluvial, além de potenciais riscos aos ecossistemas.
Já a empresa ClimaTempo apontou para a alternância do El Niño para La Niña, compreendendo uma fase de “neutralidade climática” no segundo período de 2024.
Um dos indicadores que apontam para uma possível La Nina no segundo semestre é o rapido resfriamento a ser observado no Oceano Pacífico, um marcador que sinaliza a não ocorrência de um período intermitente de neutralidade e que costuma acontecer entre os fenomenos El Nino e La Nina. lsso ja ocorreu durante os El Niños de 1997 /1998 e 2015/2016, tão intensos quanto o que estamos passando, e que, logo em sequencia, foram substitufdos pelo fenomeno La Niña.
“As mudanças climáticas estão cada vez mais intensas, e os períodos de neutralidade entre os fenômenos estão ficando cada vez mais raros, indicando uma forte mudança no comportamento padrão do clima”, afirmou Willians Bini, meteorologista e Head da Climatempo. “Vimos três anos consecutivos de La Niña, entre 2020 e 2022, algo extremamente raro de acontecer, e enfrentamos um El Niño que causou estragos e fez de 2023 o ano mais quente de todos os tempos. Quando se pensava que uma calmaria poderia suceder, as projeções começam a indicar que podemos ter uma La Niña pela frente, embora ainda não esteja totalmente descartada a possibilidade de termos um período de neutralidade no segundo semestre”, observa Bini.**
Condições de seca combinadas com ondas de calor são frequentemente associadas ao aumento de incêndios em pastagens e florestas, nas regiões Sudeste e Centro-Oeste. No Sul do Brasil, o excesso de chuvas aumenta as chances de inundações, enchentes e deslizamentos – afetando áreas urbanas e rurais.
Mas não termina por aí. As temperaturas médias mensais dos oceanos, em 2023, foram as maiores já registradas. Nada menos que 27% dos oceanos tiveram ondas de calor extremas no ano de 2023. Isso representa uma zona quente sem precedentes de aproximadamente 89 milhões de quilômetros quadrados, ou mais do que dez vezes uma extensão de água do tamanho do território brasileiro.
Os fenômenos são vulgarmente atribuídos ao efeito estufa ocasionado pelas emissões de gases e desmatamento praticados pelos seres humanos no planeta. No entanto, sem relevar o efeito estufa antrópico, há fatores de muito maior relevância provocados por ciclos que a civilização atual está experienciando agora – sem registros anteriores por uma simples razão: não havia conhecimento científico suficiente.
Nem vale a pena se estender nos fenômenos sísmicos, que levam a terremotos, erupções vulcânicas e tsunamis. Isso daria outro artigo… mas se o leitor compreender o escopo deste, irá chegar às mesmas conclusões.
Assim… bradar por aí que os eventos climáticos ocorrem unicamente por “culpa das “mudanças climáticas” geradas pela açao humana … e que todo esse processo é mitigável, beira à leviandade. Não raro, esse proselitismo se presta a justificar narrativas ideológicas ou serve de pretexto para justificar gestões lenientes, medidas desastradas e absoluta falta de estudo.
Resiliência, adaptação, previsibilidade e prevenção, são, de fato, as palavras-chave de uma gestão climática responsável.
Os oceanos e o clima
Oceanos sofrem ciclos climáticos com enormes efeitos nos continentes, e a terra altera seu norte magnético. No entanto, esse quadro distópico já foi sentido antes. Isso já ocorreu outras vezes, nos bilhões de anos de nosso planeta. Recentes descobertas na Antártica revelam que o continente, hoje frio e desértico, já possuiu florestas e vida compatível com a zona tropical.
Assim, como diz o ditado popular, há mais coisas entre o céu e a terra… que nossa sabedoria pode ainda compreender.
O Brasil tem sido afetado por extremos neste ano de 2023. O Rio Grande Sul foi atingido por precipitações e ventanias impressionantes. A tragédia foi causada por um sistema de baixa pressão atmosférica que desencadeou chuvas torrenciais e, ao se deslocar para o mar, formou um ciclone extratropical.
O evento não está relacionado com a onda de calor marinha, mas cientistas não descartam que já pode ser resultado da influência do El Niño – fenômeno cíclico com origem no Oceano Pacífico, mas sujeito a alterações de comportamento não de todo ainda compreendidas.
O documento do Programa de Pesquisa do Clima Mundial, ligado à Organização Mundial de Meteorologia (OMM), destaca as anomalias de intensidade, duração e área atingidas registradas até agora no Hemisfério Norte. Mas a coordenadora do grupo, a brasileira Regina Rodrigues, professora de oceanografia e clima da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em recente entrevista para o Jornal O Globo, ressaltou que, nos próximos meses, os problemas se concentrarão no Hemisfério Sul.
E não é apenas o Pacífico, onde o El Niño continua a avançar, que a temperatura ferve. O Atlântico também está quente como nunca antes. Mas isso não significa apenas ondas de calor. Pode compreender alterações que liberem também massas de ar polares.
Os oceanos interagem completamente com a atmosfera do planeta, e afetam o clima como um todo. São eles que definem as correntes que aquecem ou esfriam continentes inteiros – em especial a Europa e a América do Sul.
Correntes atmosféricas interagem com as correntes marítimas. A temperatura da água prenuncia frentes frias, massas polares e ondas de calor.
De fato, as alterações têm sido extremas, para o frio… e para o calor. No entanto, é preciso compreender esse comportamento para além do proselitismo climático.
O ser humano já enfrentou uma era glacial e vários períodos invernais e de calor extremo. Às vezes, os fenômenos ocorrem de forma benéfica. Por exemplo, não fosse a corrente do Atlântico ter recebido uma enorme massa de água doce, milhares de anos atrás, proveniente do degelo nos grandes lagos canadenses, não teria desviado em alguns graus sua direção sobre a Europa, permitindo que os ciclos climáticos ali se dessem em temperatura mais agradável. Basta compreender que, em simetria, Londres se encontra próximo do Polo Norte na mesma condição de Proximidade da gélida Ushuaia, na Terra do Fogo, em relação ao Polo Sul.
Os oceanos cobrem 70% da Terra e absorvem mais de 90% de todo o excesso de calor produzido pelas emissões de gases-estufa relativas à ação humana.
Mas não é apenas a ação humana que altera o clima. A incidência solar e o movimento das placas tectônicas possuem capacidade de alterar a situação do planeta em proporções infinitamente maiores.
Fato. Correntes marítimas respondem pela transferência de calor e frio, íntimamente vinculadas também ao comportamento do planeta em relação ao SOL.
Esse calor se manifesta na intensificação e na persistência de temperaturas extremas, diz o documento da Organização Mundial Meteorológica. E, em 2023, toda essa anomalia se juntou na transição de La Niña para El Niño e a uma oscilação no Atlântico. E é muito provável que as mudanças climáticas também tenham contribuído para “a intensidade e a extensão das ondas quentes marinhas”.
Desde o início da industrialização, os oceanos aqueceram 0,9ºC. Essa diferença é preocupante, na medida em que cientistas calculam que o El Niño já se apresenta quando a temperatura varia 0,5ºC acima da média. Dessa forma, por mais que haja o apontar de dedos para as atividades antrópicas, há que se superar o proselitismo para relacionar o fenômeno com alguma atividade abaixo da massa de água – nas placas tectônicas e, também, acima da atmosfera – no Sol.
Para a vida do planeta, os Oceanos são predominantes. No entanto, constituem um fio d’água muito fino, em relação à massa do Planeta Terra. Em verdade, recebemos essa massa de água por bombardeamento de cometas e asteróides há bilhões de anos… fruto da absoluta interação da Terra com o cosmos que nos cerca.
O magma aquece a água
Os fenômenos la niña e el niño ocorrem no centro do Círculo de Fogo – região do Pacífico com intensa atividade vulcânica, provocada pela movimentação das placas tectônicas.
Não à toa, tsunamis e terremotos ocorrem com frequência e grande intensidade na região. Em verdade, 90% dos vulcões do planeta encontram-se na região, que responde por 50% dos abalos sísmicos na terra.
A maior atividade, com reflexo na temperatura do oceano, provêm da atividade vulcânica submarina. Vulcão submarino localiza-se totalmente ou majoritariamente abaixo do nível do mar.
Esses vulcões se formam em lugares onde o magma do interior da Terra penetra através de aberturas ou fissuras na crosta terrestre para o fundo do oceano.
A Ilha de Tonga foi destruída com atividade vulcânica submarina, em 2022, deixando em alerta toda a sociedade científica atenta à geologia da região, pela violência do fenômeno – cuja explosão foi ouvida nos EUA.
As erupções vulcânicas subaquáticas são características das zonas de ruptura onde se formam as placas da crosta terrestre, segundo a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOAA em inglês). Nessas áreas de alta atividade sísmica, o magma sobe e se acumula entre as rachaduras nas rochas do vulcão, até que não haja mais espaço e ele exploda.
Segundo a NOAA, três quartos da atividade vulcânica do planeta correspondem a erupções submarinas.
Alguns oceanógrafos estimam que há um milhão de vulcões apenas no fundo do Oceano Pacífico, de acordo com o Museu Marítimo Nacional do Reino Unido.
Assim, o pacífico é uma grande panela de água fria… sobre uma grande boca de fogão. Por óbvio… a água ferve.
Posto isso, governos, entidades multilaterais, imprensa e autoridades locais, deveriam parar de apontar o dedo e trocar insultos por conta do proselitismo climático ou posturas científicas prevalentes… e se preocupar em PLANEJAR mecanismos de ADAPTAÇÃO e RESILI ÊNCIA, prevenindo e mitigando os impactos dos eventos extremos, que parecem estar se ampliando – e não é de hoje – pois desde a Segunda Guerra Mundial (e seus ciclos invernais intensos), já se notava a alteração.
Com efeito, esse fenômeno de alteração do clima não segue o calendário juliano. Necessita humildade para ser reconhecido e analisado – pois os seres humanos e toda a vida atual da superfície se conectam com ele.
Em verdade, é preciso compreender a história a partir do avanço da geologia e da arqueologia. Somos seres capazes de compreender as eras geológicas científicamente. Entender que os sistemas geoecológicos seguem seus ciclos e nessa interação estamos inseridos. Assim, nosso vício em desviar o foco científico para atender interesses geopolíticos é mais danoso que os efeitos provocados na atmosfera por nossa atividade industrial…
Humildade e gestão. Esses o componentes-chave do caminho para remanescermos na transição dos ciclos geoclimáticos do planeta…
Deixando o importantíssimo fio do oceano, vamos analisar o sol…
O Sol e nosso sistema de transmissão
O fenômeno solar afeta toda a superfície do planeta, mas é sentido não apenas nos eventos extremos mas, principalmente, nos apagões que provoca em toda a rede eletrica e de comunicações planetária, com seu comportamento.
Há, é verdade, uma saturação do sistema de transmissão de energia construída no planeta, montado sobre uma estrutura formatada há um século e meio… que já não condiz com todo o avanço no campo da geração de energia, muito menos com o atendimento da demanda mundial.
Outra questão, menos comentada, mas intensamente observada pelos setores de segurança estratégica mundo afora. O comportamento solar está afetando sobremaneira o sistema, a ponto de obrigar organismos decisores a desligar fontes de captação de energia fotovoltaica, e desconectar linhões de transmissão, para não sobrecarregaro sistema, devido à interferência eletromagnética.
O Brasil foi a “bola da vez”, no dia 15 de agosto de 2023. O “apagão”, repentino, afetou 25 estados. Sintomático ter sido o sistema alimentado pelas estações fotovoltaicas o primeiro a ser desconectado na ocorrência – justamente por conta da sobrecarga, identificada na transmissão.
Autoridades estão revisando toda a operação do sistema e… os lacradores de plantão já se apressam a culpar a “privatização” da Eletrobrás ou levantar suspeitas de sabotagem.
No entanto, julgo importante chamar atenção para outro ponto, alheio à política ou engenharia humanas… e nada vinculado à nossa síndrome de “capitão planeta”: o planeta, está sofrendo alterações… e o Sol também.
Essas alterações geram somatório de ocorrências que afetam nosso antiquado e frágil sistema de transmissão de energia, baseado em linhões, estações, acumuladores e transformadores – expostos à bateria de efeitos eletromagnéticos delas decorrentes.
O cosmos é pura energia. Somos integrados a isso e extremamente frágeis diante da dimensão do fenômeno.
Nosso Escudo Protetor
Analisemos a rápida alteração que hoje observamos no campo magnético do Planeta.
Esse campo nos protege dos ventos solares, em média superiores a 300 km/segundo, os quais dizimariam nossa superfície, como supostamente já fizeram em Marte e Vênus, não houvesse esse escudo.
Os ventos solares, por sua vez, formam o campo de força magnético que protege os limites do nosso sistema solar, protegendo-nos dos raios cósmicos provenientes de nossa galáxia.
Portanto, o que pode nos matar, também nos protege…
O campo magnético possui vínculo com o núcleo férreo do planeta e, sofre movimentação sentida pelos seus polos.
O polo norte magnético do planeta, a partir dos anos 1990, começou a se mover para latitudes cada vez mais altas, cruzando a Linha Internacional de Data no final de 2017. Nesse processo, ficou algumas centenas de quilômetros distante do Polo Geográfico e parece “caminhar” de forma progressivamente acelerada, em direção à Sibéria, na Rússia.
Usando dados de satélites, que têm medido e acompanhado a evolução do campo magnético da Terra nos últimos 20 anos, cientistas buscam modelar as oscilações do Polo Norte Magnético.
Dois anos atrás, estudos foram apresentados na União Geofísica Americana, reunida no Estado de Washington, e sugeriram que poderia haver uma conexão com um jato (fluxo em alta velocidade) de ferro derretido na região mais externa do núcleo do planeta, avançando em alta velocidade rumo a oeste sob o Alasca e a Sibéria.
Feitas várias modelagens, desde então, verificou-se que “o jato está ligado a latitudes setentrionais muito altas e a alteração do fluxo no núcleo externo, responsável pela mudança na posição do polo, está, na realidade, mais ao sul”.
O Núcleo da Terra
Importante notar que, no mesmo período, cientistas informam que o próprio núcleo da terra reduziu velocidade até praticamente parar, por volta de 2010… passando, agora, a girar contrariamente à rotação do planeta.
Estudos mostram que o fenômeno não é inédito. No entanto, a consciência científica de todas estas interações… é.
O que sabemos é que o núcleo interno da Terra é uma bola sólida cercada por um núcleo externo fluído. É assim que ele pode girar em um ritmo diferente em comparação com as camadas externas do planeta – e ele está essencialmente girando em seu próprio ritmo em um oceano derretido no centro do nosso mundo. Portanto, há todo tipo de estudos, com dados sísmicos, buscando entender melhor o que está acontecendo no núcleo da Terra – algo notoriamente difícil de estudar… e absolutamente dependente do avanço de nosso conhecimento científico.
Outra questão importante está no fato do magma produzir trocas de etano e metano… o tempo todo. Daí o grande debate sobre estarmos extraindo, de fato, SÓ combustível fóssil do subsolo ou… um produto “renovável”, que alcançou profundidades “menores” (como o pré-sal), provindo das trocas físico-químicas ocorrentes no sistema geológico planetário.
Zona de Baixa IntensidadeO campo magnético do planeta de todo modo, não forma um desenho perfeito, ele se modifica e chega a se estressar face às intensidade dos ventos solares, tempestades e emissões de massa coronal de nossa estrela.
O Brasil, nesse ponto, está justamente na zona mais sensível, denominada “Anomalia Magnética do Atlântico Sul”, AMAS ou SAA.
A AMAS é uma região onde a parte mais interna do denominado cinturão de Van Allen, tem a máxima aproximação com a superfície da Terra. O resultado é que para uma dada altitude, a intensidade de radiação pode nos afetar e interferir em nossa engenharia de transmissão e comunicações (para dizer o mínimo). Ela é mais alta nesta região do que em qualquer outra.
Não por outro motivo, a região de transição no oceano Atlântico sofre com imensas tempestades (como a que afetou o voo e provocou a derrubada do avião da Air France, há alguns anos), e chuvas e tempestades elétricas (com raios) se tornam mais intensas no continente.
O Sol
Com relação ao Sol, a anomalia magnética torna o Brasil, especialmente mais vulnerável aos efeitos de tempestades solares ou emissões coronais dirigidas pelo Sol ao planeta.
Importante observar que um pequeno “fluxo” coronal pode chegar a cem vezes o tamanho do planeta…
Ejeções de massa coronal (CMEs)— enormes nuvens de plasma magnetizadas — emitidas pelo Sol, podem culminar em forte tempestade geomagnética e ocasionar apagões parciais de rádio, interferir na comunicação satelital, sobrecarregar sistemas de transmissão de energia e produzir auroras vibrantes no globo terrestre.
As tempestades solares são produtos de reações que ocorrem no núcleo do Sol. Costumam ser precedidas de manchas, que sinalizam a liberação da energia, via fusão nuclear (união de dois átomos de um elemento para formação de um átomo de um terceiro elemento mais pesado) e ejetam partículas como prótons e elétrons, que são atraídas e acumuladas em campos magnéticos.
Vamos agora somar evidências.
Somando evidências
A atividade solar prevista para o último dia 15 de agosto de 2023, era baixa. Mas um recém-chegado AR3405 (mancha solar) disparou um “flare” de grau médio que nos atingiu, provavelmente, oito minutos depois…
Por óbvio que as centenas de satélites mantidos pelas agências espaciais, hoje, no entorno do Sol, analisam a cada momento o comportamento da estrela. Porém, esse comportamento não segue nosso calendário juliano.
Já sabemos que a atividade solar deverá se intensificar nos próximos anos, seguindo um ciclo aproximado de 11 anos. Mas essa intensificação tem dado sinais de estar sendo “antecipada” pela estrela.
O curioso é que estamos em meio a um pico de intensidade da chamada “Ressonância Schumann”, que interage com baixa frequência (ELF) no espectro do campo eletromagnético terrestre.
Essa ressonância interfere no campo formado pela superfície da Terra e pelas camadas inferiores da ionosfera. As radiações eletromagnéticas causadas por tempestades elétricas são fontes das oscilações das ELF, e por essa observação meteorológica é que se procede, indiretamente, ao monitoramento de descargas elétricas em tempestades na superfície do planeta.
Um palpite?
Entendo, assim, que parte do que observamos no dia 15 de agosto, no sistema de transmissão e distribuição de energia brasileiro, possa estar vinculado ao somatório de fenômenos acima elencados.
Também entendo que precisamos ir adiante na gestão preventiva, de contingência e emergência de desastres climáticos, para muito além do blablablá catastrofista e ideológico das figurinhas carimbadas no mundo do proselitismo geodependente e eurocentrista do carbono… no Acordo de Paris.
Sabemos que os planetas se envolvem em gases e é a camada gasosa que protege a superfície em relação ao Sol. Gelo é resultado dessa interação e não por outro motivo, nosso risco, como humanos, é enfrentar nova glaciação ainda nessa era.
Nesse sentido, o grande prefessor Aziz Ab’Saber já alertava que o efeito estufa, resultante do aumento de CO2 na atmosfera representava mais vida, biodiversidade e florestas…
Há muita confusão e achismos, por conta de militâncias “climáticas” focadas, na verdade, em contestar sistemas econômicos, economias, regimes políticos e, por sua vez, implantar ideologias geopoliticamente orientadas. ISSO… nada tem a ver com nossa compreensão dos fenômenos e a gestão voltada para nossa resiliência.
Resiliência e adaptação
O mundo, de fato, desde o Século passado, vem desenvolvendo métodos e meios de ampliar sua resiliência e, de forma alguma, devemos perder o foco na defesa civil, na engenharia e na produção de alimentos – previsto no bojo da própria Convenção Quadro de Mudanças Climáticas – pouco lida mas muito referenciada pelos proselitistas do carbono.
Somos muito frágeis e ocupamos a crosta de um planeta cujo comportamento começamos a compreender há poucas décadas – talvez um século; planeta esse absolutamente dependente dos humores de uma estrela que sobre ele despeja, num único dia, 17 mil vezes o volume de toda a energia produzida por nós – seres humanos, em um ano.
De fato não dá mais para suportar tamanha leviandade e debate raso na imprensa, nas entidades civis hoje muito mal geridas, e nos meios oficiais – igualmente tomados pela lacração, sobre os eventos que ocorrem em nosso planeta. O blablablá é imoral e o proselitismo é absurdo.
Hora de reunir cabeças pensantes para elaborar um bom sistema de gestão preventiva integrada.
Hora de pensarmos numa reengenharia dos sistemas, visando melhorar nossa resiliência e adaptação… com mais humildade e menos “lacração”…
Ao contrário da lacrosfera… no nosso mundo, tudo está conectado.
Assista ao vídeo de Pinheiro Pedro, abordando os últimos fenômenos:
Se preferir, acesse o vídeo pelo link: https://youtu.be/EkiGjGul1ME?si=joVT0n-vMIF5z-iG
Nota: ** – in MT ECONÔMICO- https://matogrossoeconomico.com.br/agronegocio-e-industria/la-nina-ou-neutralidade-climatica-o-que-vira-apos-o-forte-el-nino/
Sobre o autor:
*Antonio Fernando Pinheiro Pedro é advogado (USP), jornalista e consultor institucional e ambiental. Sócio fundador do escritório Pinheiro Pedro Advogados, é diretor da AICA – Agência de Inteligência Corporativa e Ambiental. Integrou o Green Economy Task Force da Câmara de Comércio Internacional, foi professor da Academia de Polícia Militar do Barro Branco, docente do NISAM – Núcleo de Informações e Saúde Ambiental da USP e Consultor do PNUD e do UNICRI – Interregional Crime Research Institute, das Nações Unidas. Possui vários trabalhos e consultorias publicados para o Banco Mundial, IFC e outros organismos multilaterais. Membro do Instituto dos Advogados Brasileiros – IAB, é Conselheiro no Conselho Superior de Estudos Nacionais e Política da FIESP – Federação das Indústrias do Estado de São Paulo. Coordenador do Centro de Estudos Estratégicos da Iniciativa DEX, preside a tradicional entidade UNIÁGUA – Universidade da Água. Foi Secretário do Verde e Meio Ambiente (Gestão Régis de Oliveira) e primeiro Secretário Executivo de Mudanças Climáticas (Gestão Ricardo Nunes), da Cidade de São Paulo. Fundou e Presidiu a Comissão de Meio Ambiente da OAB SP, sendo declarado membro emérito pelo Conselho Seccional. Coordenou o Grupo Técnico organizado para elaborar o texto substitutivo do PL da Política Nacional de Mudanças Climáticas, na Relatoria do Deputado Federal Mendes Thame – apresentado, aprovado e sancionado em 2009. Vice-Presidente da Associação Paulista de Imprensa – API. É Editor-Chefe do Portal Ambiente Legal e responsável pelo blog The Eagle View.
Fonte: The Eagle View
Publicação Ambiente Legal, 21/08/2023 revisão 10/09/2023
Edição: Ana Alves Alencar
As publicações não expressam necessariamente a opinião dessa revista, mas servem para informação e reflexão.