O Brasil assinou na sexta-feira (07/06) um acordo para reintroduzir no país 50 ararinhas-azuis que vivem atualmente num criadouro alemão. Nativa do Brasil, a espécie desapareceu da natureza há quase 18 anos.
O acordo, assinado entre a Associação para a Conservação de Papagaios Ameaçados (ACTP) e Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), ligado ao Ministério do Meio Ambiente, prevê que as aves sejam trazidas ao Brasil em novembro deste ano.
Os animais serão levados para um refúgio criado em Curaçá, na Bahia. A região é o habitat histórico da espécie que é considerada extinta na natureza.
Após um período de adaptação na unidade de conservação, quando passarão por exames e conviverão com outras aves, cerca de 15 ararinhas-azuis serão soltas na natureza. As outras permanecerão em cativeiro para reprodução.
“As ararinhas-azuis são animais de difícil reprodução. Esta será a primeira vez que ocorre a reintrodução de aves silvestres na natureza sem ter exemplares em vida livre”, afirmou a analista ambiental do ICMBio, Camile Lugarini.
Apenas 163 ararinhas-azuis existem no mundo, todas vivendo em cativeiro. O criadouro da ACTP, perto de Berlim, abriga 90% das aves restantes. O desmatamento da caatinga e o tráfico de animais silvestres levaram ao desaparecimento da espécie na natureza.
Com o projeto de reintrodução na natureza, mais uma vez a Alemanha passa a ter um papel fundamental na história da ararinha-azul. A ave foi descoberta pelo zoólogo alemão Johann Baptist von Spix no início do século 19, no interior da Bahia.
Endêmica da caatinga, a espécie foi vista pela última vez na natureza em outubro de 2000, mas não se sabe o que aconteceu com esse exemplar. Muito valiosa, a ararinha-azul foi alvo do tráfico de animais silvestres e da caça. A degradação de seu habitat impulsionou ainda mais sua extinção na natureza. Em 2011, a espécie ganhou fama mundial depois de protagonizar a animação Rio.
A reintrodução das ararinhas-azuis foi anunciada no ano passado, pelo governo de Michel Temer, que criou a unidade de conservação Refúgio de Vida Silvestre da Ararinha-azul em Curaçá em 2018.
Fonte: Deutsche Welle via AmbienteBrasil