Como a Terra tem o núcleo feito de metal líquido, o campo magnético – e, portanto, os pólos, mudam de forma gradual e muitas vezes imprevisível. Isso faz com que os cientistas precisem atualizar periodicamente o Modelo Magnético Mundial para mapear esse processo. A versão mais recente, produzida em 2015, deveria durar até 2020, mas não é isso que está acontecendo.
O campo magnético tem mudado mais rapidamente do que era esperado. Enquanto realizavam uma verificação de rotina no início de 2018, pesquisadores britânicos e norte-americanos perceberam que a mudança era tão grande que estava prestes a exceder o limite aceitável para erros de navegação. Isso afetaria rotas de navios, aviões e até o funcionamento do Google Maps.
O movimento do Pólo Norte, que vem se acelerando nos últimos 40 anos, aumentou o deslocamento do campo magnético. O novo modelo deveria ser arrumado urgentemente, mas a paralisação das atividades administrativas do governo dos Estados Unidos fez com que isso fosse adiado até o final de janeiro.
Como a mudança é sentida mais intensamente no Ártico ao redor do Pólo Norte, a região tem mais riscos de ser afetada pelo modelo impreciso, prejudicando suas embarcações. “O fato de o pólo estar indo rápido torna esta região mais propensa a grandes erros”, diz o geomagnetista da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos Estados Unidos, Arnaud Chulliat, ao site Nature.
Os cientistas ainda não são capazes de explicar o motivo das mudanças. A suspeita é que pode estar ligada um jato de ferro líquido que está se movendo sob a superfície da crosta terrestre na região do Canadá.
Fonte: Revista Galileu via Ambiente Brasil