Operação Carne Fraca revela a fraude da governança nos frigoríficos e a podridão no Estado Brasileiro.
Por Antonio Fernando Pinheiro Pedro
Pronto! O Estado da Arte do vexame em escala mundial.
Mais uma vez os idiotas conseguiram! Do espeto corrido ao churrasco na lage, não sobrou picanha fora do papelão tupiniquim.
Após bater recordes mundiais na produção de proteína animal, os néscios da república mergulham sozinhos de cabeça, sem ajuda de ninguém, no chorume do descrédito internacional. Levam de roldão a credibilidade do agronegócio, a segurança e a saúde do consumidor brasileiro.
É a falência conceitual do Estado desenhado a hidrocor pela Constituição de 1988. A podridão da pior burocracia do planeta, servida em porções com o capitalismo sem mérito, fatiado no prato do cidadão.
Gentalha ensebada, sem caráter, sem valor. No entanto incensada até ontem pela mídia deslumbrada, assediada pela classe política sem classe, ranqueada por instituições que certificam até cueca mal lavada… Hoje esconde o rosto no desembarque da viatura, como qualquer marginal pé de chinelo. Pobreza de espírito definitivamente não se cura com dinheiro…
Nem se venha alegar que o caso foi uma “somatória de casos isolados”. No mar de boa qualidade, porções estragadas com salmonela, corrupção e papelão podem comprometer todo o oceano da governança corporativa – ainda mais quando os agentes flagrados pertencem à direção das empresas envolvidas. Isso sim, é “compliance de formulário”, que massacra fornecedores e não se presta a conter os próprios diretores…
E as bolsas de valores? Que valores guardam essas bolsas? Initial Public Offering of shit?
Até quando iremos poupar BNDES, Caixa Econômica e Banco do Brasil…que financiaram esse lixo? Padarias jurídicas, boutiques legais e açougues de jurisconsultos embutidos na linguiça das agências sanitárias, no ridículo conselho de defesa da economia dos cartéis, nos tribunais sem conta, fiscalização de vermes…etc?
Defensores do indefensável se apressam em apontar “interesse da concorrência estrangeira” no escândalo. O delito perpetrado, porém, já é tradição na história da exportações tupiniquins: exportar o “luxo” e despejar o lixo no consumidor nacional.
O cinismo não cola. Há quem queira se fazer vítima dos interesses internacionais. Porém, intoxicação por alimento estragado não é “patriotismo”, é crime. Não há conspiração, há corrupção, financiada com o dinheiro do povo.
Aí está a “grande conquista” do groucho-marxismo lulopetista, do presidencialismo de coalizão, da regulação burocrática e fiscalista: socializar o uso das algemas, perder a credibilidade, passar vergonha e ganhar protagonismo em todos os escândalos.
É o socialismo dos imbecis, o capitalismo dos trouxas, a militância dos militontos, o regime dos psicopatas, a República dos Canalhas… e quem digere tudo isso, com papelão, somos nós.
Está na hora de vomitar…
Antonio Fernando Pinheiro Pedro é advogado (USP), jornalista e consultor ambiental. Sócio diretor do escritório Pinheiro Pedro Advogados. Integrante do Green Economy Task Force da Câmara de Comércio Internacional, membro do Instituto dos Advogados Brasileiros – IAB, Conselheiro da UBAA – União Brasileira da Advocacia Ambiental, membro da Comissão de Infraestrutura e Sustentabilidade e da Comissão de Política Criminal da Ordem dos Advogados do Brasil – OAB/SP. É Vice-Presidente da Associação Paulista de Imprensa – API, Editor-Chefe do Portal Ambiente Legal e responsável pelo blog The Eagle View.
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