O Museu Nacional, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), lançou na terça-feira (13/04) a exposição virtual Os Primeiros Brasileiros. Painéis históricos, músicas, filmes e fotografias que registram a diversidade e as narrativas das populações indígenas compõem a mostra.
Os Primeiros Brasileiros apresenta memórias da formação do Brasil, artefatos de culturas indígenas, narrativas e depoimentos contemporâneos. Concebida pelo antropólogo João Pacheco de Oliveira (Museu Nacional/UFRJ), a mostra já foi apreciada por mais de 250 mil pessoas e, agora, ganha sua edição virtual por meio da plataforma www.osprimeirosbrasileiros.mn.ufrj.br.
Em 2018, quando ocorreu o incêndio no Museu Nacional, a coleção estava no Memorial dos Povos Indígenas, em Brasília. A última versão física da mostra ocupou o Arquivo Nacional (RJ) em 2019, e precisou ser fechada ao público em março do ano passado, no contexto de enfrentamento à pandemia da covid-19. Esta edição virtual, incentivada pelo Projeto Museu Nacional Vive, surge em meio aos esforços pela reconstrução do Museu e convida toda a sociedade a manter vivo o contato com este importante acervo.
“A exposição, por meio da consideração dos povos indígenas do Nordeste, representa um mergulho na história do Brasil, recupera a exuberância dessas populações ao início da colonização, mostra as formas de dominação a que foram submetidas, exibe a força e a vitalidade de sua produção cultural”, comenta Pacheco. “Ao fim, aponta o protagonismo desses povos e comunidades na contemporaneidade, colocando em prática uma nova forma de cidadania, que colabora com a construção de um projeto de nação pluriétnica e multicultural”, destaca.
Para despertar novas emoções e perspectivas sobre os indígenas, a exposição propõe uma imersão em imagens, textos e trilhas sonoras, apresentadas em quatro momentos: o primeiro encontro, a armadilha da colonização, o mundo indígena e as formas contemporâneas de cidadania.
Cerca de 180 imagens de materiais históricos e contemporâneos, 12 trilhas sonoras e 05 filmes compõem os ambientes. Fotografias e descrições de artefatos que não foram alcançados pelo incêndio, como um manto tupinambá, máscaras rituais, armadilhas, objetos musicais e armamentos ilustram a riqueza da coleção. Um dos aspectos diferenciais desta edição é o maior espaço dedicado a narrativas e representações indígenas do nosso tempo, seja por meio de vídeos-depoimentos ou galerias com imagens dos diversos povos.
Com foco no potencial educativo do Museu, foi desenvolvido um “Guia Didático para Educadores”, com referenciais teóricos e sugestões de atividades práticas para coordenadores pedagógicos e professores, que poderão ser desenvolvidas em salas de aula físicas ou digitais. O acesso é gratuito e liberado.
“Essa exposição virtual é mais um exemplo da resiliência do Museu Nacional, que mesmo diante de todas as adversidades, consegue apresentar ao público um produto de alta qualidade. Ao disponibilizar essa exposição virtual, multimídia e gratuita, com suporte aos educadores, estamos ampliando o acesso da missão educativa, científica e cultural do nosso museu de história natural e de antropologia, atravessando as fronteiras do Rio de Janeiro”, destaca o diretor do Museu Nacional/UFRJ, Alexander Kellner. “Tudo isso graças à dedicação dos nossos diferentes especialistas e dos nossos parceiros tão essenciais, que apoiaram e trabalharam em conjunto com o curador e sua equipe, buscando estimular importantes reflexões nas aulas, a partir dessa experiência de encantamento sobre os saberes tradicionais e científicos”, ressalta Kellner.
Fonte: Assessoria de Comunicação/Funai com informações do Museu Nacional/UFRJ
Publicação Ambiente Legal, 19/04/2021
Edição: Ana A. Alencar
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