Por Guido Asencio*
Esta coluna tentará explicar algumas implicações relacionadas à criação de dinheiro do banco no sistema financeiro, que tem uma estreita ligação com a operação da economia de um país, uma vez que o dinheiro é considerado um dos meios mais importantes para realizar todos os tipos de transações.
A maioria das pessoas acredita que a única maneira de gerar dinheiro é apenas através do Banco Central; entretanto, nesta análise, é possível perceber que apenas uma pequena parte é criada por essa instituição, porque a maioria da moeda em uma economia é dada pelo efeito da dívida que as pessoas adquirem em instituições financeiras.
O exemplo a seguir será apresentado para representar o efeito multiplicador da moeda no sistema financeiro:
Uma pessoa que se identifique com o nome de Adams deposita 100.000 pesos em sua conta poupança no banco “Alfa”, disso o banco é obrigado a manter 10% como reserva, deixando os restantes 90.000 pesos disponíveis para você poder emprestar para outra pessoa que chamaremos de Boris.
Boris solicita os 90.000 pesos do banco “Alfa” para comprar um tablet, a empresa que vende esse produto deposita todo esse dinheiro em sua própria conta bancária do banco “Beta”, que deve cumprir a mesma disposição do outro banco, ou seja, manter como reserva, 10% e os restantes 81.000 pesos estarão disponíveis para empréstimo a uma ou mais pessoas.
Com este exemplo simples, pode-se demonstrar que a oferta monetária (maior quantidade de dinheiro em circulação) aumentou devido à dívida, dos 100.000 pesos originais, considerando as transações propostas, foram gerados 271.000 pesos, obtidos da soma dos 100.000 pesos economizados por Adams no banco “Alfa”, mais os 90.000 pesos emprestados a Boris, que compra o tablet, mais os 81.000 pesos que o banco “Beta” tem disponível para emprestar a outro cliente.
Continuando a seguir essa regra matemática, pode-se verificar que, em um prazo muito curto, é possível que as instituições financeiras atinjam 1.000% do que é investido por um cliente em um determinado período, conhecido pelos economistas como o efeito multiplicador de dinheiro no sistema financeiro.
Isso constitui o funcionamento normal do sistema financeiro, no entanto, o importante é analisar quais são os efeitos causados pela criação de dinheiro dessa maneira.
Como visto na análise do exemplo anterior, os juros bancários não foram considerados, pois é sabido que os créditos não são livres, uma vez que os juros são o custo de se ter dinheiro que não é seu, portanto, pode-se dizer que se você considere os juros bancários, a aceleração do dinheiro é muito mais rápida que o exemplo original, porque o aumento é exponencial.
*Guido Asencio – Contador e Auditor Público, Bacharel em Ciências Contábeis, Diploma em Gestão Estratégica. Diploma em Gestão e Planejamento em Gestão Pública (UBO), Diploma Internacional em Especialização em Direitos Sociais, Políticas Públicas e Gestão para a Globalização, Curso de Ensino de Ética e Responsabilidade Social na Universidade com bolsa de estudos da OEA-BID, Diploma em Gestão Pública UACH, Diploma em Gestão Pública em um mundo global Fundação CIAPE. Mestrado Latino-Americano em Administração de Empresas (MBA), Candidato a Mestrado em Ciências Sociais, com menção em Estudo de Desenvolvimento de Processos de Sociedades Regionais, Mestre em Pesquisa (RSI) e Doutorado em Administração. Seus estudos foram realizados em países como Alemanha, México e República Popular da China.
Publicado originalmente em: https://www.elquintopoder.cl/economia/como-se-genera-el-dinero-bancario/. – Acesso: 29-jul-2020
Fonte: Blog Direito Financeiro e Tributário
Publicação Ambiente Legal, 01/08/2020
Edição: Ana A. Alencar