Um brasileiro feito refém pela narcoditadura venezuelana e a atitude pusilânime do Brasil…
Por Antonio Fernando Pinheiro Pedro
Que os leitores nos perdoem, mas não há como expressar o que ocorre na Venezuela sem que se recorra aos termos correspondentes ao asco.
A crise do pernil venezuelano
Diosdado Cabello é um excremento em forma humana que manipula um estrume de bigode chamado Nicolas Maduro. Ambos comandam a narcoditadura venezuelana, que teima em conspurcar o nome de Simon Bolívar. Contam com o apoio de uma massa imoral de celerados esfomeados, palhaços de uniforme comprometidos com o narcotráfico, vermes politizados e militontos cujo cérebro produz o mesmo material que compõe aqueles “líderes”…
Nas últimas festas natalinas, a Venezuela, acuada pela fome e pelo desabastecimento, sofreu mais um revés: o narcoestado “conseguiu” que o tradicional pernil de natal faltasse à mesa já esvaziada do cidadão venezuelano. Isso ocorreu por conta das falcatruas burocráticas, propinas cobradas e calotes dados aos fornecedores internacionais.
Acuada pela verdade esmagadora dos fatos, a chusma de imbecis governamentais da venezuela recorreu à manobra diversionária. Era preciso por a culpa em alguma ação internacional, razão pela qual tratou-se de buscar um bode expiatório estrangeiro para livrar os governantes calhordas das responsabilidades.
Foi nesse intuito que o governo venezuelano prendeu um cidadão brasileiro, que cometera a imprudência de ir àquele país miserável fazer alguma caridade, tornando-o refém político e instrumento de provocação ao Governo do Brasil.
Jonatan e a “Síndrome de Gularte”
O brasileiro Jonatan Diniz foi preso na Venezuela, acusado de “atividades contra a segurança nacional” (nome dado para quem não lambe as botas dos calhordas da ditadura venezuelana). Os narcodirigentes “bolivarianos” acusaram Jonatan de integrar uma “organização criminosa” articulada para suscitar revoltas contra o governo por conta do desabastecimento.
A ONG “Time for Change”, integrada por Jonatan, na verdade doa alimentos para moradores de rua. Jonatan, assim, cometeu o erro de traficar… comida – um crime num país que socializa a fome.
A empreitada venezuelana, pelo visto, irá render, pois a fraqueza diplomática brasileira contribui para isso.
Como nosso governo é composto por indivíduos…. como dizer… “hesitantes”… descompromissados com nossa soberania, o refém, ao que tudo indica, permanecerá na Venezuela por um bom tempo…
Essa “hesitação” diplomática, no entanto, pode ser explicada pela “Síndrome de Gularte”.
Explico:
Em 2004 um narcotraficante brasileiro, Rodrigo Gularte, conhecido por usar a rota dos surfistas para traficar cocaína como recheio de pranchas, foi preso na Indonésia com 13 quilos de cocaína e, posteriormente em 2015, executado conforme as leis daquele país.
O cidadão era mesmo criminoso confesso, as provas foram colhidas e apresentadas em processo judicial regular e a pena aplicada conforme o ordenamento legal daquele país asiático era a morte.
Aliás, há uma advertência clara a quem quer que vá à Indonésia, sobre a pena de morte aplicada a traficantes de droga.
Porém, sob a bandeira da “defesa dos direitos humanos”, a esquerdalha nacional, seus artistas amestrados e militontos de todo gênero, organizaram manifestações “em apoio” ao brasileiro vitimado pela “intolerância”.
A imprensa (aquela que não mais impressiona), fez um carnaval. Houve até reportagem especial no “Fantástico”, da notória Globo, mostrando o traficante como “vítima de um país autoritário”.
A “presidenta” Dilma, fazendo coro com a tigrada, bradou por um perdão presidencial do chefe de estado indonésio, recebendo como resposta que “ali, a lei era cumprida”…
Independente de ser ou não a pena de morte motivo de polêmica conceitual, o fato inquestionável é que a mídia brasileira provocou uma catarse para “defender” um notório traficante de drogas – chegando alguns a sugerir que se erguessem estátuas ao mula-malucão.
O desgaste diplomático para o Brasil foi, no entanto, imenso.
O Estado brasileiro saiu do episódio como um “leão sem dentes”, um país desmoralizado, a ponto de ser apelidado internacionalmente de “ANÃO DIPLOMÁTICO”*.
Rodrigo Gularte foi executado na Indonésia, sem choro nem vela – ou melhor, com ambos, apenas no Brasil. Daí a síndrome de novamente a diplomacia se envolver em episódios similares.
No caso da Venezuela, Jonatan foi jogado na prisão sem processo judicial regular, sem direito a um advogado e sem que a narco-ditadura venezuelana informasse seu paradeiro e estado de saúde, para o consulado brasileiro e para a família.
Conclusão do paralelo com a Indonésia: ao contrário do país asiático, na Venezuela inexiste justa causa para a prisão. Ademais, também ao contrário do que se viu no caso do traficante brasileiro na Indonésia, na Venezuela os presos políticos e comuns vivem em pior estado que nas prisões do Brasil – sofrendo torturas, abusos e mortes.
Para quem fez uso da ofensiva diplomática para livrar um traficante, fica mesmo difícil usar a mesma via para livrar um inocente, mormente quando o próprio Estado encontra-se moralmente comprometido. Senão vejamos:
Anão diplomático ou pigmeu moral?
O caso de Jonatan tem repercussão inversamente proporcional à imoralidade reinante na política tupiniquim.
Dos partidecos de esquerda, nada poderia mesmo sair. Gente ordinária e sem moral, vive pendurada nos bagos murchos das sobras do “socialismo do século xxi” (tudo em minúsculo…). Nada querem com algo que possa mostrar a sujeira reinante no esgoto político venezuelano.
Na mídia tupiniquim, apenas notas de pé de página… Afinal, gente normal não vira notícia.
O congresso e judiciário brasileiros, por sua vez, estão preocupados com as mesmas implicações, envolvendo as mesmas empresas brasileiras na corrupção venezuelana.
O buraco é mesmo mais embaixo. Jonatan parece ser uma espécie de refém para que todos, por aqui, fiquem de bico calado em relação aos traficantes de droga daquele país neo-miserável.
O Ministério das Relações Exteriores, talvez por conta dos mesmos temores, e certamente por ter se tornado um “nanico” na diplomacia internacional, limita-se a ações e notas burocráticas.
Jonatan, portanto, é um elo perdido entre corrupções similares, envolvendo elementos comuns…
Moral da história: de onde menos se espera, nada sairá… mesmo!
Nota:
*o apelido foi dado ao Brasil pelo porta-voz do governo israelense, como consta no link a seguir: http://www.huffpostbrasil.com/mauricio-santoro/por-que-brasil-e-israel-estao-em-conflito-diplomatico_a_21701097/
Antonio Fernando Pinheiro Pedro é advogado (USP), jornalista e consultor ambiental. Sócio diretor do escritório Pinheiro Pedro Advogados. Integrante do Green Economy Task Force da Câmara de Comércio Internacional, membro do Instituto dos Advogados Brasileiros – IAB e Vice-Presidente da Associação Paulista de Imprensa – API. É Editor-Chefe do Portal Ambiente Legal e responsável pelo blog The Eagle View.
Publicado originalmente em The Eagle View