Por um tempo, ela foi considerada um produto útil, mas a ciência mostrou que seu impacto ambiental é muito grande. Com isso, no início do século 21, vários países começaram a restringir seu uso.
Embora sua história remonte a cerca de um século, as sacolas plásticas são onipresentes em todo o mundo, desde as profundezas do oceano até o cume do Monte Everest. Tanto que aproximadamente 5 trilhões dessas embalagens plásticas são consumidas anualmente, de acordo com dados de 2018 do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma).
Para demonstrar o tamanho do impacto do uso das sacolas plásticas no meio ambiente e incentivar ações para reduzir seu uso, o mundo comemora o Dia Internacional sem sacolas plásticas anualmente em 3 de julho. Aproveite essa data para conhecer a história dessa embalagem e por que ela é nociva à natureza.
Qual é a origem da sacola plástica?
A história da sacola plástica remonta ao século 20. Seu primeiro rastro vem de 1933, quando o polietileno foi criado acidentalmente em uma fábrica de produtos químicos em Northwich, na Inglaterra.
“Essa foi a primeira síntese do material que era industrialmente prático e foi inicialmente usado secretamente pelos militares britânicos durante a Segunda Guerra Mundial“, lembra um artigo no site do Pnuma.
No entanto, a implementação do material em um produto de massa demorou a acontecer. De acordo com a organização internacional, o saco de polietileno de peça única, como uma sacola plástica, foi projetado pelo engenheiro Sten Gustaf Thulin e patenteado em 1965 pela empresa sueca onde ele trabalhava.
Como o uso de sacolas plásticas se difundiu no mundo
A partir da década de 1970, o uso de sacolas plásticas se difundiu em todo o mundo. Em 1979, elas foram amplamente introduzidas nos Estados Unidos, onde os consumidores geraram amplos debates que chegaram à mídia devido a uma relutância inicial em abandonar as sacolas de papel.
Um artigo do jornal Los Angeles Times de 1986, citado pelo Pnuma, mostra que muitas das objeções ao produto se baseavam em preocupações sobre o impacto ambiental do plástico no planeta.
A história da sacola plástica: efeitos ambientais
Embora o impacto ambiental desse item cotidiano já estivesse sendo debatido, a preocupação aumentou com o surgimento de novas pesquisas científicas.
Em 1997, Charles Moore, um marinheiro e pesquisador norte-americano, alertou sobre a mancha de lixo no oceano Pacífico, uma área localizada no maior giro de correntes oceânicas do mundo, “onde imensas quantidades de detritos plásticos se acumularam e ameaçam a vida marinha”, observa a organização internacional.
Em 2002, Bangladesh alertou que as sacolas também entupiam os sistemas de drenagem, causando sérios problemas durante as enchentes. Como resultado, no início do século 21, Bangladesh tornou-se a primeira nação do mundo a proibi-las.
Nas décadas seguintes, surgiram mais e mais consequências desse material e mostraram que os microplásticos são encontrados até mesmo na corrente sanguínea.
Proibição de sacolas plásticas na América Latina
Com o tempo, outros países além de Bangladesh começaram a limitar seu uso e até mesmo a bani-las. Um documento informativo do Pnuma, publicado em 2018, observa que Antígua e Barbudafoi o primeiro país da América Latina e do Caribe a proibir as sacolas plásticas em 2016.
Em algumas cidades latino-americanas, incluindo as três mais populosas da região – Cidade do México, Buenos Aires e São Paulo – a legislação local de cada uma delas restringe o fornecimento de sacolas plásticas não biodegradáveis em lojas.
No Chile, uma lei nacional proíbe o fornecimento e a comercialização de sacolas plásticas em todo o país. Já na Colômbia, a Lei 2232 aprovada em 2022 (em vigor desde 7 de julho de 2024) busca limitar os plásticos de uso único e proíbe as sacolas feitas com esse material descartável.
Com o tempo, essas iniciativas vêm se tornando cada vez mais populares em todo mundo. Conforme relatado pelo programa das Nações Unidas, em 2018, 127 dos 192 países pesquisados haviam promulgado alguma forma de legislação nacional para tratar dos problemas associados às sacolas plásticas.
Fonte: National Geographic Brasil
Publicação Ambiente Legal, 03/07/2024
Edição: Ana Alves Alencar
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