O Dia Internacional dos Povos Indígenas, celebrado em 9 de agosto, destaca neste ano o papel das mulheres indígenas na conservação e transmissão dos conhecimentos tradicionais.
Em mensagem de vídeo, o secretário-geral da ONU, António Guterres, ressaltou que a amplificação das vozes das mulheres indígenas é fundamental para a construção de um futuro justo para todas as pessoas.
O líder das Nações Unidas ainda alertou que é impossível alcançar equidade e sustentabilidade como previsto na Agenda 2030 de desenvolvimento sustentável, sem dar voz a essas mulheres.
Em alusão ao Dia Internacional dos Povos Indígenas, celebrado em 9 de agosto, o secretário-geral da ONU, António Guterres, defendeu em mensagem de vídeo a amplificação das vozes das mulheres indígenas como passo fundamental para alcançar um futuro justo para todas as pessoas.
A mensagem está em consonância com o tema da celebração neste ano, com foco no papel das mulheres indígenas na conservação e transmissão dos conhecimentos tradicionais.
Na mensagem, Guterres ainda afirmou que as indígenas são guardiãs de conhecimentos, sistemas tradicionais de alimentação e remédios naturais, e que sem elas é impossível alcançar equidade e sustentabilidade.
O líder das Nações Unidas também destacou que são as mulheres indígenas que transmitem as línguas e as culturas dos povos indígenas e defendem o meio ambiente e os direitos humanos. Por isso, segundo Guterres, é impossível alcançar equidade e sustentabilidade como previsto na Agenda 2030 de desenvolvimento sustentável, sem dar voz às mulheres indígenas.
A ONU News ouviu a indígena e filósofa brasileira Cristina Takuá, que falou do estado de São Paulo, sobre a data. “Se hoje existem florestas, é porque os indígenas são guardiões, grandes sabedores, que dialogam com os espíritos, com as montanhas, os rios, as árvores, com todos os seres, animais, vegetais e minerais. O dia 9 de agosto deve ser lembrado como uma forma de resistência. Uma resistência onde todas as avós, todas as mães, no momento do parto, trazem as crianças ao mundo com uma sabedoria ancestral.”
Exploração – Apesar do compromisso internacional para preservar e proteger a cultura e tradições indígenas, ainda existe exploração desses recursos. Em alguns países, objetos sagrados dos indígenas são usados, ameaçados ou patenteados para uso comercial sem autorização.
Para a ONU Mulheres, uma saída é a criação de regimes legais para garantir que as mulheres indígenas possam ser beneficiadas de seu próprio conhecimento com reconhecimento internacional, evitando o uso ilegal por terceiros.
A agência da ONU lembra que a transmissão do conhecimento indígena é passada de geração a geração pelas mulheres como um valor imensurável. Por isso, as mulheres indígenas têm que ser parte do processo de decisão de como sua própria herança é usada, mantida e gerenciada.
Biodiversidade e perspectivas – Em março, a Comissão sobre o Estatuto da Mulher encorajou os Estados-membros da ONU a assegurar que as perspectivas de todas as mulheres e meninas indígenas e rurais fossem levadas em consideração.
A ONU Mulheres destaca que o conhecimento tradicional dos indígenas tem potencial na erradicação da pobreza, na segurança alimentar e da biodiversidade e para expandir o desenvolvimento sustentável.
Fonte: ONU News
Publicação Ambiente Legal, 09/08/2022
Edição: Ana Alves Alencar
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