Da Redação
Assistimos com surpresa e preocupação nos últimos dias, a imprensa divulgar, massivamente, falas distorcidas e descontextualizadas do ex-Secretário Executivo de Mudanças Climáticas do Município de São Paulo, Antonio Fernando Pinheiro Pedro, num fórum sobre desastres climáticos na OAB SP no início de junho. A mesma instituição em que foi um dos fundadores do departamento de Direito Ambiental e seu primeiro presidente.
Lamentável que a imprensa sequer o consultou antes do “bombardeio” de publicações de mesmo conteúdo, para verificar a veracidade das afirmações contra ele.
Em tempo, os ataques ocorreram exatamente no mesmo dia em que a equipe de sua então secretaria apresentou, publicamente, o II Relatório Planclima, com os bons resultados das ações da prefeitura na execução do Plano Climático da Cidade de São Paulo.
Em plena semana do Dia da Liberdade de Pensamento, 14 de julho, observamos uma imprensa totalmente descomprometida com a verdade, divulgando falas distorcidas e fora do contexto em que foram ditas, sem comentar o desrespeito e ataques verbais sofridos pelo ex-secretário por uma integrante da mesa num fórum sobre desastres climáticos em uma entidade que deveria promover a ética, a justiça e a liberdade de expressão.
Resultado: Dr. Pinheiro Pedro escolheu demitir-se do cargo, a fim de não prejudicar o trabalho de execução do Planclima.
Perde a cidade e perdemos todos nós, espectadores indignados de atos contra pessoas que pensam e fazem do mundo um lugar melhor, mas que incomodam os “lacradores” e “canceladores” de plantão.
Segue abaixo a NOTA À IMPRENSA, escrita por Antonio Fernando Pinheiro Pedro.
NOTA Á IMPRENSA
Caros amigos,
Muito se diz e pouco se faz a respeito da resiliência e adaptação da humanidade em face das mudanças climáticas.
Na Prefeitura de São Paulo, resolvi FAZER, e obtivemos enormes avanços na área da gestão climática – que tornaram a gestão paradigma internacional.
Sob a batuta do Prefeito Ricardo Nunes, ampliamos a cobertura vegetal da Cidade de São Paulo, de 48% para 54%, em dois anos.
Estamos em vias de entregar uma frota de quase dois mil ônibus elétricos, executando o maior programa de descarbonização do transporte público no continente.
Embargamos mais de 200 ha de áreas ilegalmente loteadas, em mais de 50 operações de defesa das águas, recuperando terreno num combate sem precedentes contra a especulação imobiliária, levada a cabo pelo crime organizado.
Implementamos um Plano Climático para a cidade, com resultados mensurados e registrados em relatório, apresentado publicamente na data de ontem, 12 de julho, e já em sua segunda edição anual, envolvendo todas as secretarias e órgãos municipais.
Implantamos pelo segundo ano um Plano Preventivo de Chuvas de Verão, com o menor índice de danos nos últimos 18 anos, enfrentando o pior índice de precipitação de chuvas dos últimos cinco anos.
Fazemos, portanto, nossa parte no esforço global de enfrentamento às alterações do clima.
No entanto, fomos surpreendidos pela divulgação de uma gravação, montada fora do contexto, com objetivo difamatório, que busca extrair das declarações feitas conclusões absurdas.
Com efeito, as afirmações em nada se confundem com nossos esforços humanos de sobrevivência e manutenção das condições de clima e temperatura, que permitam resiliência e interação ecossistêmica.
O fato de declarar que o planeta terra passa por ciclos há quatro bilhões de anos e, por óbvio, sempre se “salvou” sozinho, em nada se confunde com os esforços da humanidade para sobreviver e manter condições de clima e interação ecossistêmica. Há uma sutileza nisso tudo. Nós estamos tentando melhorar nossa resiliência, se falharmos, o planeta seguirá procedendo a seus ciclos, com ou sem nós.
Não somos Deus, não determos poder sobre processos físicos que transcendem nossa capacidade. Essa constatação é de humildade e de alerta – jamais foi uma negação do protagonismo humano nas alterações sofridas na atmosfera do planeta, desde a revolução industrial.
Nada do que foi dito, se enquadra no contexto “negacionista” impingido de forma difamatória nas redes sociais. Muito menos a ação efetiva da gestão se enquadra nesse conflito artificialmente criado.
Fui vítima de um crime: DIFAMAÇÃO. Tenho quatro décadas de trabalhos dignos desenvolvidos em prol do meio ambiente de da construção da própria legislação ambiental e do clima.
Os loteadores ilegais, o crime organizado, os lacradores, os levianos, foram o alvo de nossa gestão. Espero que com minha saída não vençam.
A lealdade é a cicatriz no caráter do ser humano. Sou leal e não permitirei que esse lixo difamatório atinja o gabinete do prefeito. Por isso peço minha demissão.
Obrigado.
Antonio Fernando Pinheiro Pedro
…
Pergunta:
Existe “negacionismo” e “achismos” em dizer que o Planeta Terra seja capaz de se recuperar sozinho dos estragos climáticos promovidos pelos seres humanos?
Vejam o exemplo de Chernobyl como está hoje, uma cidade abandonada e a natureza e animais ocupando o que sobrou. As imagens abaixo respondem a pergunta…
Fonte: Redação Ambiente Legal
Publicação Ambiente Legal, 15/07/2023
Edição: Ana Alves Alencar
As publicações não expressam necessariamente a opinião dessa revista, mas servem para informação e reflexão.