Está nas mãos do presidente Michel Temer a decisão pela criação de duas áreas marinhas protegidas que pode colocar Brasil no mapa das nações que valorizam e protegem os oceanos: 900 mil Km2 – mais que o tamanho da França – em 2 grandes blocos, um na costa do Espírito Santo, Trindade e Martim Vaz, e um na costa de Pernambuco, a área de São Pedro e São Paulo.
A Cadeia Vitória-Trindade já é há muitos anos reconhecida como área de alta prioridade para a conservação, inclusive internacionalmente. Estudos conduzidos por respeitados cientistas e instituições demonstraram atributos que justificam a necessidade de proteção, como a grande diversidade recifal, ocorrência de várias espécies ameaçadas de extinção, elevado endemismo, a função da cadeia como uma conexão entre ambientes costeiros e oceânicos e a formação geológica singular. Toda a região apresenta grande potencial biotecnológico e muitas descobertas continuam sendo feitas em cada expedição científica.
O Arquipélago de São Pedro e São Paulo, por sua vez, é uma formação única no mundo, seja pela sua gênese e geologia peculiar, pelo título de arquipélago tropical mais isolado do planeta ou pela grande biodiversidade que abriga em relação a seu pequeno tamanho. Apesar do pequeno território emerso, é um importante sítio para aves marinhas, possui uma grande diversidade recifal com números que aumentam constantemente com novas descobertas e é local de repouso, alimentação e reprodução de espécies marinhas migratórias e ameaçadas de extinção. Além disso, garante ao Brasil um território marinho de cerca de 430 mil km², uma porção bastante significativa de sua Zona Econômica Exclusiva.
O Brasil é o segundo maior país em extensão litorânea na América Latina, com aproximadamente 10.800 km de costa. Vivem no litoral cerca de 42 milhões de pessoas, ou 25% da população brasileira, concentradas principalmente em 13 das 27 capitais situadas à beira-mar. É também no mar que estão aplicados investimentos bilionários para a produção de petróleo nas camadas pré-sal, além de diversas outras atividades econômicas. Entretanto, hoje o Brasil protege menos de 2% de sua área marinha em Unidades de Conservação e são pouquíssimos os abrigos para a biodiversidade.
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Fonte: SOSMA