Contagem regressiva para as Olimpíadas e poluição come solta no Rio
Da redação
Gigogas
O episódio das ressacas no Rio de Janeiro, deixou um saldo de mortes, destruição e poluição.
Só nesta semana de 2 de maio, a Comlurb – empresa de limpeza urbana carioca recolheu 53 toneladas de gigogas e resíduos da orla do Rio.
As gigogas se desprenderam dos estuários poluídos onde se encontravam por conta da ressaca e foram devolvidas pelo mar às praias do Rio. O episódio mais agudo foi o rompimento da ecobarreira da lagoa da Tijuca.
A planta se reproduz com mais facilidade em locais com alto índice de poluição. Ela é conhecida por despoluir as águas, pois suas raízes filtram a matéria orgânica. Ela também auxilia na alimentação e reprodução de diversas espécies aquáticas.
Na terça-feira, os garis recolheram, na praia da Barra, 15 toneladas. Na praia de Ipanema, foram 16,5 toneladas.
Ecobarreiras de barro
A ecobarreira, construída na lagoa da Barra da Tijuca foi a forma encontrada pela engenharia carioca, de prevenir episódios de poluição nas praias – que serão utilizadas para esportes olímpicos.
Da mesma forma que a ciclovia, a ecobarreira se rompeu com a ressaca do mar e causou os danos.
A SEA (Secretaria de Estado do Ambiente) informou que já houve substituição por uma mais “robusta e moderna”.
Para o consultor Fernando Pinheiro Pedro, “parece incrível, mas a engenharia ambiental carioca não conhece o fenômeno da ressacas…”.
Também houve registro de muitas mortes de peixes.
Segundo a SEA, a frente fria que causou uma ressaca no mar “remexeu” os sedimentos do fundo da lagoa, o que pode ter facilitado a queda de oxigênio e a causado as mortes.
Lagoas em risco
A Lagoa da Tijuca, em verdade, tornou-se um esgoto a céu aberto.
O biólogo Mário Moscatelli afirma que a poluição dos rios e lagoas tem se intensificado nos últimos anos em toda a região da Barra. Segundo ele, enquanto a sociedade não se mobilizar, pouco ou nada será feito para acabar com a poluição.
“O carioca incorporou a degradação como parte da paisagem. Paga-se um IPTU [Imposto Predial e Territorial Urbano] caríssimo para se morar na beira de rios fétidos e lagoas fétidas. Se o povo não se mobilizar essa situação vai continuar”, alerta Moscatelli.
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