Henry Gee, sobre humanidade na Terra: ‘Vamos embora em breve’
DA REDAÇÃO*
O debate climático parece estar saindo da canaleta dos discursos de militância para abranger o campo do debate entre as razões.
O renomado cientista Henry Gee, paleontólogo e editor da Revista Científica britânica “Nature”, em livro reeditado recentemente no Brasil, sede da próxima Conferência Climática da ONU, fez o consenso de Paris descer do pedestal das conclusões politicamente articuladas para o choque da realidade científica, com toque filosófico: “a humanidade terá um fim dentro de alguns milhares de anos.”
Vida transcende a humanidade
Para ele integramos um processo planetário e contínuo de alterações, que por óbvio interferem na geologia, no clima e na vida da superfície do planeta.
Apesar disso, o paleontólogo não se deixa consumir pelo terror dessa possibilidade.
“Nós só estivemos na Terra por um pequeno período de tempo em comparação com toda a sua história”, diz o paleontólogo, editor da revista científica britânica Nature. “Chegamos muito recentemente e vamos embora em breve.”
Em seu recente livro “Uma História (Muito) Curta da Vida na Terra”, lançado no Brasil pela editora Fósforo, Gee conduz uma jornada rápida através dos 4,6 bilhões de anos de evolução na Terra, desde os primeiros organismos unicelulares até a ascensão dos complexos seres humanos, utilizando metáforas espirituosas em pouco mais de 200 páginas.

Nessa história de sucessão de extinções e surgimento das espécies, Gee expõe o papel mínimo que a humanidade desempenha nessa vastidão espacial que é a linha do tempo.
A obra destaca como cada espécie, ao enfrentar a extinção, o fez de maneira singular, em uma reflexão científica e filosófica que desmonta o cipoal de narrativas climatistas sobre “emergências climáticas” e salvacionismo humano .
“Não se desespere. A Terra resiste, e a vida ainda está viva”, finaliza Henry Gee.

Gee confirma Pinheiro Pedro
A frase de Gee reforça a mesma linha de raciocínio do jurista e consultor, Editor-Chefe da Revista Ambiente Legal, Antonio Fernando Pinheiro Pedro, que em repetidas palestras, em sua gestão como Secretário de Mudanças Climáticas do Município de São Paulo, encerrada em 2023, informava que “Ninguém ‘salva o Planeta Terra’. O Planeta se salva sozinho, e o faz há 4 bilhões e 300 mil anos, geralmente mudando o que está na superfície”.
Pinheiro Pedro na OAB – Link: https://youtu.be/V7n32unoojQ?si=-WjbNcSomnV4s85Z
Pinheiro Pedro, à época, foi vítima de ataque midiático, organizado por “esquerdistas do clima” e militantes que não compreenderam, até agora, a grandeza do Universo e seus elementos em relação à curta existência do ser humano – que, se muito, deve procurar salvar-se em todo esse processo… priorizando a prevenção e adaptação, em vez de gastar energia na busca de “indulgências” e “mitigações” que só têm gerado deseconomia e narrativas.

Bjørn e o “Falso Alarme”
Recentemente, o cientista e escritor dinamarquês, Bjørn Lomborg, autor dos livros “Best Things First” e “False Alarm”, reconhecido articulador e organizador do “Consenso de Copenhagen”, informou que “o clima muda e isso é de fato um problema, porém o salvacionismo humano é uma ilusão desastrosa”.
Para Bjørn, a “urgência climática” é uma narrativa alarmista. “Programas de NetZero formam um sonho inexequível, que geram catástrofes econômicas em países mais pobres”.
“A urgência climática, não existe em qualquer relatório oficial dos estudiosos e especialistas do mainstream climático. Ela é fruto da ação perversa da mídia mal informada e ávida por más notícias. Isso precisa acabar” , arremata o cientista político.

Cegueira deliberada?
O fato é que a comunidade científica acordou para o resgate da ciência – algo bem diverso dos “consensos” e “arranjos” globalistas, desenhados em Quioto e construídos em Paris, no âmbito do Tratado Quadro de Mudança do Clima.
As peças estão mudando no tabuleiro e as narrativas se desmancham… revelando os lobbies organizados por interesses econômicos e geopolíticos inconfessáveis – porém, evidentes.
O Brasil é uma terra de leigos e militantes, tornados “especialistas” conforme o desastre ou tragicomédia que se lhes apresenta no momento. Assim ocorrerá com a COP 30, num momento em que os grandes players viram seus olhos para muito além das bobagens ditas e repetidas nos eventos de gente que opina muito e nada realiza.
Assim, observar o que dizem personagens de referência e mídias científicas, como a Nature, é enxergar a vida sem cair na cegueira deliberada. Ver a ciência como ela é, livre da inquisição dos “consensuados”: aqueles que “nunca duvidam” e, assim, afundam plenos de certeza no oceano da ignorância.
Notas:
GEE, Henry – “A Vida na Terra – Uma Breve História” – Bertrand Editora, 2022
PEDRO, Antonio Fernando Pinheiro- “Gestão do Clima Pela Base”, in Blog “The Eagle View”, in https://www.theeagleview.com.br/2023/03/o-clima-pela-base.html
LOMBORG, Bjørn – “False Alarm: How Climate Change Panic Costs Us Trillions, Hurts the Poor, and Fails to Fix the Earth”, Amazon, 2020
*Por Débora Perilo Scherwitz
Fonte: The Eagle View
Publicação Ambiente Legal, 11/04/2025
Edição: Ana Alves Alencar
As publicações não expressam necessariamente a opinião dessa revista, mas servem para informação e reflexão.