Os riscos da poluição do ar para a saúde nas zonas urbanas.
Por Sandra Porto
A Agência Internacional de Pesquisas sobre o Câncer (IARC), vinculada à Organização Mundial da Saúde (OMS), anunciou em outubro a classificação da poluição do ar como cancerígena. De acordo com o documento, há evidências de que a exposição causa câncer de pulmão e risco maior do de bexiga, mama e tecido hematopoiético (leucemia e linfomas).
Dez estados e Brasília têm controle e monitoramento de qualidade do ar no país. Embora exista há 25 anos a resolução CONAMA (Nº 03/1990), que determina que cada unidade da federação estabeleça Programas de Controle da Poluição do Ar, hoje são 252 estações, 78% na região Sudeste. Nos Estados Unidos são cinco mil e na Europa 7.500.
Segundo a presidente do Instituto Saúde e Sustentabilidade, Evangelina Vormittag, ‘o Programa Vigiar e o Instrumento de Identificação de Município de Risco – IIMR -, demonstram o esforço do governo federal para determinar os fatores de risco para poluição do ar. Este indicador deveria ser utilizado pelos órgãos ambientais para determinar onde fazer prioritariamente o monitoramento’.
A CETESB utiliza padrão 2.5 vezes acima do estabelecido em 2005 pela OMS para realizar as medições em São Paulo. Só em 2011 foram registradas 17.443 mortes atribuíveis à poluição, pouco mais da metade (7.932), na região metropolitana.
“A correlação está posta, existe, é atribuível sim. Só políticas intersetoriais vão diminuir as mortes e internações por problemas respiratórios e cardiorrespiratórios”, declarou Nelson Figueira Jr, gerente da Vigilância de Saúde Ambiental, da Secretaria Municipal de Saúde, durante o workshop que discutiu a fragilidade institucional da política de saúde ambiental no município e a perspectiva de que ganhe força nos termos de critérios da qualidade, inserção na assistência e na articulação entre programas.
“R$ 76 milhões são gastos pelo SUS em internações por câncer de pulmão e doenças cardiovasculares e pulmonares causada pela poluição do ar no Estado de São Paulo, além de mais R$ 170 milhões pelo setor privado. Dinheiro que poderia ser investido pelo Ministério da Saúde para evitar mortes”, pondera Evangelina.
“A cidade vai se construindo e o que é constituído na sua territorialidade e dinâmica tem efeitos em cada um de nós. Precisamos de investimento, organização, profissionais qualifica”dos e equipes técnicas competentes para implantar de vez a política no município”, avaliou Nelson Figueira.
Fonte: Workshop Vigilância em Saúde Ambiental no Município de São Paulo: Desafios e Perspectivas (17/11/14)
Jornalismo com informação é o que mais precisamos para alterar esta realidade no município de São Paulo.
tem que ter um jeito de apertar mais as fiscalizaçoes…
ai sim as cidades melhoram.
jose felix tecnico do meio ambiente