Assustados com a livre iniciativa produzindo bem estar na mobilidade urbana, fiscais da vida alheia estudam tirar o sorriso do rosto dos usuários de bicicletas e patinetes por aplicativo…
Por Antonio Fernando Pinheiro Pedro*
Os patinetes tomaram conta das ciclovias e se tornaram um modo democrático de deslocamento pela cidade.
A acessibilidade do patinete é maior que a da bicicleta, pois senhoras, engravatados, obesos e outras pessoas com dificuldade de uso das bikes, não encontram dificuldade em usar os patinetes.
Na verdade, desde criança, os patinetes fazem a alegria das pessoas, e sua facilidade de manejo sempre foi seguida da responsabilidade no uso.
Os veículos individuais, liberados por aplicativo, tornaram realidade o sonho de uso de uma bicicleta e patinete por qualquer cidadão. Promovem, hoje, grande mudança na estética de mobilidade urbana. O colorido dos patinetes elétricos e bicicletas formam já uma tendência de mobilidade livre e implementam grande capilaridade nos deslocamentos e integrações do transporte público.
Porém, por óbvio que aquela camada da sociedade, que não concebe alegria sem autorização burocrática, já está se articulando para acabar com a festa da mobilidade livre e a baixo custo.
Jornalistas hipócritas e esquerdopatas já iniciaram a campanha para obrigar o cidadão comum a se vestir de “teletubie” ou usar armadura para andar de patinete. Em breve também exigirão licença para pedalar.
Trata-se de um paradoxo típico do esquerdismo tupiniquim. Sem qualquer perspectiva pública de conferir função social às ciclofaixas, gestões esquerdistas brasil afora trataram de enfaixar cidades inteiras com ciclovias tão dispendiosas quanto vazias de conteúdo – no mesmo período em que nada fizeram para reduzir o preço das bicicletas (pelo contrário, as hostes petistas estimularam no governo federal o consumo de veículos automotores, ampliando ilusoriamente o crédito para favorecer montadoras).
Passada a onda esquerdizadora nos municípios “enfaixados”, foi o MERCADO (sempre ele), que tratou de conferir funcionalidade econômica à mobilidade urbana. Foi o “maldito capitalismo” que alavancou a livre iniciativa e a livre mobilidade, e o fez por meio da facilitação do acesso dos cidadãos aos equipamentos de locomoção individual, locando-os por demanda.
Não deu outra, agora a livre-locomoção passou a ser algo perigoso. Atropelados pela livre iniciativa, os fiscais da vida agora classificam o ir e vir dos usuários como fator de risco urbano.
A cidadania, assim, corre o risco de ser tolhida por normas imbecis, editadas “sempre em nome da segurança” – afinal, como diz Esopo, “todo tirano busca um pretexto aparentemente justo, para exercer sua tirania”…
Claro, sempre haverá outros idiotas que abusarão do uso de patinetes e bicicletas, como já há os que abusam do uso de skates, patins, motocicletas, automóveis, caminhões… etc. Nessa lógica, o marco legal ideal para os idiotas donos da caneta, será aquele que proibir as pessoas de saírem de casa… por conta dos outros idiotas que abusam nas vias de tráfego e logradouros públicos.
Assim, por óbvio que se esta bobagem esquerdizóide prosperar, a alegria voltará às hostes da burocracia imbecil em prejuízo da cidadania.
A burocratização, porém, não atenderá apenas à demanda dos infelizes por infernizar a vida alheia, mas também à lógica perversa do mercado de “equipamentos de segurança”, abastecendo a corrupção no monitoramento de trânsito e a arrogância dos fiscais calçada e ciclofaixas.
*Antonio Fernando Pinheiro Pedro é advogado (USP), jornalista e consultor ambiental. Sócio diretor do escritório Pinheiro Pedro Advogados, CEO da AICA – Inteligência Corporativa, Integrante do Green Economy Task Force da Câmara de Comércio Internacional, membro do Instituto dos Advogados Brasileiros – IAB e Vice-Presidente da API – Associação Paulista de Imprensa. É Editor- Chefe do Portal Ambiente Legal e responsável pelo blog The Eagle View.
Fonte: The Eagle Viiew