Aparelho desenvolvido na UFMG foi batizado de Iara em alusão à lenda da sereia que habita as águas limpas do Rio Amazonas
Rio Doce,MG, contaminado pelos rejeitos da Mineradora Samarco
Estudantes de graduação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), liderados pelo professor do Departamento de Química do Instituto de Ciências Exatas, Rochel Montero Lago, desenvolveram um protótipo de purificador de água capaz de limpar mil litros de água em apenas uma hora.
A ideia é utilizar o projeto para limpar a água do Rio Doce e torná-la potável novamente. Em 2015, o rio foi atingido por cerca de 62 milhões de metros de cúbicos de rejeitos de mineração após o rompimento da barragem de Fundão, da Mineradora Samarco, em Mariana, tornando a água completamente imprópria para o consumo.
O protótipo do purificador é composto por dois contêineres de mil litros que purificam a água de maneira semelhante ao tratamento realizado pelas empresas de saneamento. O grande diferencial está na velocidade do processo. Enquanto a limpeza nas companhias de águas é realizada em três etapas, o aparelho dos estudantes executa o processo em apenas uma etapa. Além disso, o protótipo pode ser facilmente manipulado pelos ribeirinhos da região, que só precisam colocar a água no equipamento e aguardar enquanto o tratamento acontece.
Com durabilidade de oito anos, o aparelho realiza a limpeza da água utilizando o policloreto de alumínio. Em contato com a água poluída, o insumo dá início a dois processos: coagulação e floculação. O primeiro provoca a junção das impurezas presentes na água e o segundo faz a sujeira decantar no fundo do purificador. Uma equipe responsável fará a limpeza periódica dos aparelhos.
O protótipo desenvolvido na UFMG foi batizado de Iara em alusão à lenda da sereia que habita as águas limpas do Rio Amazonas. A patente do Iara já foi depositada pela equipe da UFMG. O grupo formalizou uma parceria com a H2O Especialidades, empresa que será responsável pela fabricação dos insumos e pela produção dos purificadores. Também uma parceria está sendo firmada com a Samarco, que pretende adquirir 200 aparelhos para distribuição entre os ribeirinhos.
Além de garantir a qualidade da água, a equipe destaca que o aparelho pode ser adaptado para rios com características diferentes, realizando a limpeza de águas poluídas por dejetos diferentes. A ideia é que o purificador possa atender às necessidades de diversas comunidades ribeirinhas nessa situação.
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Fonte: SIMI Org
Muito interessante esta iniciativa porém, venho sugerir uma ideia que tem sido objeto de estudo e se encaixa perfeitamente nessa nescecidade. O capim Vetiver tem propriedades fantásticas de purificação da água, inclusive na retirada de metais pesados. A ideia é criar um sistema semelhante ao hidropônico em escala de balsas flutuantes que se estendam de uma margem à outra em intervalos ao longo do rio ou em locais previamente planejados. A planta possui uma cabeleira radicular que se desenvolve de forma impressionante, inclusive sendo muito propicia na contenção de encostas, áreas em degradação, propensas à erosão.
Esse sistema é sustentável, pois a planta nescessitará de uma manutenção habitual de poda das raízes para a sua renovação.
Sou técnica em Meio Ambiente e tenho feito estudos do Vetiver como uma solução excelente na recuperação ambiental do solo, da água e do ar.