Por Augusto Dias*
“A cultura é uma coisa apavorante para os ditadores. Um povo que lê nunca será um povo escravo.” (Antonio Lobo Antunes)
A escravidão insiste em sobreviver nos tempos de hoje. A alienação é sua irmã gêmea. Filhas de mentes ditatoriais que alimentam o Deus Caos através da desunião social.
As chamadas Fake News são hoje a ferramenta mais utilizada para promover a disrupção dos elos de nossa sociedade. E o fazem na velocidade dos Bits que percorrem as redes sociais até as telas dos Smartphones, Tablets e Computadores. E são repetidos tantas vezes num dia e na semana que a população, já sistematicamente desinformada por um sistema de educação criado para tal por décadas, as crê como verdades. Denominadas Pós Verdade (After Truth).
E somente acredita que são verdade por terem suas mentes escravizadas pelos Lordes da política da alienação social e cultural.
Não é bom para os senhores do regime ditatorial que uma nação seja bem-educada e informada. Se assim forem, terão pensamento crítico e tendem a duvidar e questionar suas falas e ações.
Transformando seus projetos de poder absoluto em um castelo de cartas sob a carga de um tufão.
Não importa o caos na saúde, na segurança pública e na educação, na economia. Importante é manter a disseminação de mentiras de que a culpa de tudo é de outro. Nunca do Trainee de ditador.
Assim são usadas hoje as Fake News. Para desestabilizar um país. Dividir seus cidadãos em “Nós Contra Eles”. Difundindo o ódio. Criando inimigos imaginários. Monstros que vivem sob suas camas, mas que nunca são vistos. Mas a Pós Verdade é que lá estão.
Diante desse cenário vemos a razão de um governo que administra o país por meio de Fake News e falácias, desejar retirar a isenção tributária de livros. Mas isentar armas. É um pensamento elitista e escravizante.
Quanto mais o povo se manter no limbo educacional, menos possibilidade terá de questionar as mentiras e a inépcia de um governo.
Fahrenheit 451, romance de Ray Bradbury (1920-2012), nos apresenta um futuro no qual todos os livros são proibidos, opiniões próprias são consideradas antissociais e hedonistas, e o pensamento crítico é suprimido. Assim é o desejo de nos transformar em uma iliteracia subserviente.
Não deixemos queimar nossos livros nas chamas da tributação elitista.
*Augusto de Vasconcellos Dias é advogado, especialista em Propriedade Intelectual. CEO da AE Internacional Marcas e Patentes. Presidente da Comissão de Propriedade Intelectual do Instituto dos Advogados do Estado de Santa Catarina (IASC). Presidente da Fundação Unitas. Secretário Coordenador do NUSE – Núcleo Multissetorial de soluções Empresariais, da ACIF – Associação Comercial Industrial de Florianópolis. Colaborador da revista Ambiente Legal. Twitter: http://@augustodias.
Excelente texto. A busca pelo conhecimento há de prevalecer sempre em prol da evolução humana, e, a consequência lógica é uma sociedade melhor. Parabéns pelo trabalho.