Plantio de floresta nativa no Centro de Experimentos Florestais SOS Mata Atlântica – HEINEKEN Brasil resultou no retorno de nascentes e de animais e aumento no volume de água e de espécies de pássaros
Uma fazenda no interior de São Paulo que já teve diferentes vocações, como produção de café e criação de gado, hoje é um exemplo claro de que a preservação da floresta pode trazer outros inúmeros benefícios para o seu entorno e toda a sociedade. O Centro de Experimentos Florestais SOS Mata Atlântica – HEINEKEN Brasil, localizado em Itu, já recebeu o plantio de 720.000 (setecentos e vinte mil) mudas de árvores nativas da Mata Atlântica e, ao completar 10 anos de existência, comemora os bons resultados, como o retorno de nascentes e o aumento da presença de fauna.
O Centro de Experimentos contava com 17 nascentes quando o projeto começou. Duas delas voltaram a verter água após o plantio, aumentando o total para 19. E também foi possível notar no local um incremento de 5% de água superficial e 20% de água subterrânea. “O mais interessante nesse caso é que, na época da crise hídrica, em 2014, a cidade quase inteira de Itu sofria com a falta de água. Já na fazenda, a realidade era completamente diferente, com água suficiente”, disse Rafael Fernandes, gerente de restauração florestal da Fundação.
A recuperação da mata também foi a responsável pelo aumento de 156,7% no número de novas espécies de aves na antiga fazenda de café. De acordo com um estudo realizado em parceria com os pesquisadores Marcos Melo e Marco Silva, da Universidade Federal de São Carlos, em 2007 foram identificadas 81 espécies de aves no local. Dez anos depois, o número mais do que duplicou, chegando a 208, incluindo duas espécies ameaçadas de extinção: a perdiz e a curica.
seis espécies que vivem no Centro de Experimentos estão classificadas como quase ameaçadas de extinção, segundo o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis). Ainda de acordo com o levantamento, 13 espécies que frequentam a fazenda atualmente são endêmicas da Mata Atlântica, ou seja, só são encontradas no bioma.
A recuperação de mata nativa também permitiu a aparição de muitos animais. De setembro de 2016 a junho deste ano, cachorro-do-mato, capivara, gambá, pequenos felinos, onça-parda e lontra foram identificados, entre outros. “Com monitoramento com câmeras fotográficas, ou por meio de visualizações, fezes e pegadas, conseguimos detectar diversos animais presentes no Centro de Experimentos. O que nos leva a concluir que antes o local servia apenas como passagem para esses bichos e hoje tornou-se um habitat deles”, disse Fernandes.
Quando foi criado, em 2007, o local tinha 49 hectares de floresta. Hoje, ele conta com 386 hectares restaurados. O viveiro tem capacidade de produzir 750 mil mudas de 110 espécies nativas da Mata Atlântica por ano, que são usadas em projetos na região e dentro da própria fazenda. Trabalham no local engenheiros florestais, biólogos, educadores e viveiristas que desenvolvem o trabalho de restauração florestal, pesquisas e atividades ambientais.
Fonte: SOSMA