Por Camila Maciel*
Três parques estaduais da região metropolitana de São Paulo que haviam sido fechados em outubro do ano passado por conta do risco de transmissão de febre amarela para humanos foram reabertos hoje (10). À época, foram encontrados na região macacos mortos infectados pela doença.
De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde, a reabertura foi possível após a realização de inventário dos parques e vacinação da população do entorno. A orientação agora é que somente visitem essas áreas pessoas vacinadas há mais de dez dias. Foram afixadas faixas com esta informação na entrada do Horto Florestal, do Parque da Cantareira e do Parque Ecológico do Tietê, todos na zona norte da capital.
O governo de São Paulo anunciou também que fará o Dia D de Vacinação contra a Febre Amarela no dia 3 de fevereiro. A campanha inédita no estado vai se estender até o dia 24 com a aplicação de doses fracionadas da vacina em 53 municípios prioritários. A expectativa é vacinar 6,3 milhões de pessoas nessas áreas, que foram definidas por integrarem corredores ecológicos. Segundo a secretaria, esses municípios ainda não foram alcançados pelo vírus, mas o objetivo é proteger preventivamente a população. O órgão destaca que não há ocorrência da febre amarela urbana desde 1942.
O secretário de Saúde, o médico infectologista David Uip, destacou que a divulgação dos números da doença no estado será feita às sextas-feiras e que o órgão informará apenas casos confirmados. “São quatro parâmetros, sendo que dois são ambulatoriais. Nós usamos o dado epidemiológico, o diagnóstico clínico e dois exames fundamentais, o PCR e os exames imuno-histoquímico em tecidos. Ninguém fala em nome do estado a não ser nós”, disse ele ao se referir a dados desencontrados apresentados por municípios ou por laboratórios. Ele informou que o prazo máximo para confirmação é de dez dias.
Uip explicou ainda que não se pode falar em surto em São Paulo. “Existe definição para cada um dos termos: surto, pandemia, epidemia. O que temos no estado é o aumento do número de casos”, disse o secretário ao destacar que, apesar da menor gravidade, o governo está tomando medidas preventivas para impedir mais transmissões. “Estamos alertando, não estamos alarmando. O estado tem a situação em absoluto controle. Não vai haver epidemia, pandemia, mas, infelizmente, vamos ter mais casos”, disse.
O estado tem 29 casos de febre amarela silvestre confirmados, desde janeiro 2017, e 13 mortes. Os municípios que registraram infecção com morte são Américo Brasiliense, Amparo, Batatais, Monte Alegre do Sul, Santa Lúcia, São João da Boa Vista, Itatiba, Mairiporã e Nazaré Paulista. Os demais casos foram registrados em Águas da Prata, Campinas, Santa Cruz do Rio Pardo, Tuiti, Mococa, Jundiaí e Mairiporã. Em relação a mortes e adoecimento de primatas como macacos e bugios, foram 2.491 casos desde julho de 2016, sendo que a febre amarela foi confirmada em 617 animais. Mais 60% desses registros ocorreram na região de Campinas.
Fonte: Agência Brasil*