Por Gisele Simões*
A violência contra a mulher é algo que deve ser combatido pelos meios formais e, também, pela mobilização em campanhas privadas.
Segundo pesquisa “Percepções do Homem sobre a Violência Contra a Mulher” (Data Popular/Instituto Avon 2013, 56% dos homens admitem que já cometeram alguma dessas formas de agressão: xingou, empurrou, agrediu com palavras, deu tapa, deu soco, impediu de sair de casa, obrigou a fazer sexo. E mais: 3 em cada 5 mulheres jovens já sofreram violência em relacionamentos. Além disso, 77% das mulheres que relatam viver em situação de violência sofrem agressões semanal ou diariamente. Em mais de 80% dos casos, a violência foi cometida por homens com quem as vítimas têm ou tiveram algum vínculo afetivo.
Esses dados (e muitos outros) mostram a violência contra a mulher é uma triste realidade que precisa urgentemente ser combatida! Mas o que está sendo feito para combater isso? A solução que muitas mulheres encontraram para combater essa situação e fazer com que as pessoas pensem e discutam sobre o tema foi lançar campanhas de financiamento coletivo, seja para divulgar e ajudar alguma mulher violentada, ou para arrecadar fundos e colocar em prática alguma iniciativa que visa combater essa problemática.
Nos últimos tempos, a Kickante, maior plataforma de financiamento coletivo do país, vêm lançando diversas campanhas com esse viés e engajamento. Uma delas foi a campanha para o “App sai pra lá”. A criadora da campanha, a estudante Catharina Doria, desenvolveu um app que permite que mulheres que foram assediadas cadastrem data, hora, local e perfil do assediador, permitindo assim que o app trace um grande mapa do assédio sexual daquela região. A campanha foi justamente para arrecadar fundos e permitir que o aplicativo continue ativo. O resultado da campanha foi um sucesso!
Também foi lançado a campanha “Todas por Rosenilda”! A história da Rosenilda é devastadora: ela foi atacada por seus vizinhos ao voltar pra casa, em Cutias do Araguarí, no Amapá e sofreu uma tentativa de estupro. Ao tentar se defender deste ataque, promovido por três homens, Rosenilda, que estava grávida, foi atacada por um deles com um facão – teve uma mão inteiramente decepada e na outra os dedos mutilados. Por conta do ataque, infelizmente Rosenilda também perdeu o bebê. Como ela está internada sem poder trabalhar, o Coletivo Chega de Assédio criou uma campanha na Kickante para arrecadar fundos e ajudar Rosenilda a se reenguer e conseguir sustentar sua família depois da violência que sofreu. A campanha também está sendo um sucesso:
Nossa proposta é mostrar como o financiamento coletivo vem mudando a forma como as pessoas falam e se engajam com essa causa, permitindo assim que mais e mais pessoas entendam que a violência contra a mulher é uma triste realidade que precisa ser combatida!
links:
http://www.kickante.com.br/campanhas/saiprala-urgente
http://www.kickante.com.br/campanhas/todas-por-rosenilda-1
Gisele Simões é jornalista e gerente de contas da NR-7 Comunicação
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