Carros de corrida movidos a eletricidade conferem sustentabilidade ao esporte
10 escuderias inauguraram FIA Formule E Championship.
Por Paulo Thomaz
Quando pensamos em corrida de automóveis, pensamos logo na Fórmula 1, com velocidades altas, motores potentes e o mais marcante, o ronco dos motores, que soa como sinfonia nos ouvidos dos mais aficionados.
Pois bem, seria possível uma corrida com as mesmas emoções, mas sem o tradicional ronco dos motores?
A resposta veio com o lançamento da “FORMULA E”, categoria organizada pela FIA (Federação Internacional de Automobilismo), com carros movidos exclusivamente a energia elétrica.
Tudo começou em setembro de 2013, quando foi apresentado no 65° salão de Frankfurt o primeiro carro homologado pela FIA para a “Formula E”. Batizado de “Spark-Renault SRT 01E”, um derivado do protótipo “Formulec EF01”, o carro era totalmente movido a energia elétrica, fornecida por uma bateria. Emitindo zero de carbono na atmosfera, era o carro de corrida ecologicamente correto.
A 1° temporada da “Formula E” teve seu inicio em setembro de 2014. Com 10 provas, a ultima da temporada ocorreu em 27 de junho de 2015.
A “Formula1 da eletricidade” como pode ser chamada, já mostrou a que veio!
A modalidade tem equipes com passagens pela Formula 1 e Formula Indy, escuderia vinda da motovelocidade, reúne desde pilotos com breve passagem pela Formula1 aos mais consagrados.
Com provas disputadas em circuitos urbanos de 2,5km a 3,0km de extensão, a nova categoria fez sua primeira temporada com 10 equipes, cada qual com 2 pilotos e 4 carros.
A performance dos carros é surpreendente. A alimentação vem de um motor elétrico de 200 Kwatts, equivalente a 270 cavalos. A aceleração vai de 0 a 100 km em 3 segundos, podendo chegar à uma velocidade de 225 km/h. Para quem achava que seria um campeonato “lento”, as corridas foram e são surpreentemente emocionantes.
As corridas têm duração de aproximadamente uma hora. Os pilotos fazem um pit stop obrigatório para trocar de carro, por conta da carga da bateria.
A regra no campo da energia elétrica é restrita a 150kw / 202.5bhp. Para performances com Fan Boost, a potência pode ser temporariamente aumentada para 180kw / 243bhp, durante 5 segundos, por carro. Os pontos são atribuídos usando o sistema padrão FIA, suas Regras e Regulamentos. A volta mais rápida também vale dois pontos adicionais para o piloto.
O show se extende aos “Pit-Stops”. Sendo um por exigência da FIA, os pilotos terão de fazer ao menos duas paradas nos boxes, pois há troca de pneus.
A bateria não é capaz de aguentar o percurso completo. Assim, os pilotos terão dois carros disponíveis durante as corridas: enquanto um está sendo usado, o outro fica nos boxes recarregando a bateria e esperando pelo momento do pit-stop.
Belos cenários, provas emocionantes, grandes pilotos, tudo associado a muito talento, trabalho e tecnologia, dentro e fora das pistas. Porém, o mais importante é que a FIA mostra seu compromisso com a questão ambiental.
A criação da Formula E, portanto, aponta para futuro “Verde” do automobilismo.
Paulo Thomaz é jornalista, redator do Portal Ambiente Legal e técnico veterano em mecânica de automóveis.
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