Poder Público paulista transformou o centro de São Paulo em território livre para o traficantes e criminosos
Por Antonio Fernando Pinheiro Pedro
“Anotem! A cracolândia irá acabar!”, disse o Governador Geraldo Alckmin no ano passado…
Passou o ano – nada mudou. Pelo contrário, piorou – Virou uma república independente de traficantes, com drogas vendidas em balcão.
Um caso grave revela a baderna:
Bruno de Oliveira Tavares, de 34 anos, que trabalhava em empresa de remoções clínicas e psiquiátricas, veio resgatar uma dependente carioca imbecil.
Enquanto aguardava o especialista resgatar a moça, Bruno foi sequestrado. Retirado a força da ambulância que dirigia e executado por traficantes no local.
O corpo da vítima, em estado lamentável, foi encontrado depois, a dois quilômetros de onde foi sequestrado.
A história revela o nível de descontrole territorial do Poder Público sobre a área da Cracolândia.
Os profissionais de saúde tiveram que “pedir permissão” ao tráfico, para fazer a remoção da “cliente”. Porém os traficantes “requisitaram” a presença da mãe da dita cuja, determinando que ela fosse trazida ao local.
Quando o técnico retornou em companhia da mãe da usuária, Bruno já havia sido levado, pois, segundo os “responsáveis” pelo território, teria sido “identificado” como membro de uma facção criminosa rival, do Rio de Janeiro.
Desesperados, os “solicitantes” acorreram até o distrito policial, que fica a dois quarteirões da Cracolândia…
“Nós solicitamos que a Polícia Militar entrasse no local com a tropa de choque para retirar o indivíduo, mas como não tínhamos certeza de que ele estaria lá dentro, não houve autorização de entrada”, disse Osvany Zanetta Barbosa, delegado do 3º Distrito Policial dos Campos Elíseos, que investiga o caso, ao Portal G1.
A declaração é uma bomba! A Segurança Pública paulista rasgou o Código de Processo Penal – ou pelo menos suprimiu os artigos 240 a 250 do diploma, que autoriza a ação policial independente de mandado justamente nesses casos. O mais incrível é que a própria autoridade policial usou o termo “não houve autorização”, como se não fosse ela mesma a responsável por isso… e usou o termo “lá dentro”… para se referir à Cracolândia – como se a polícia devesse ficar “fora” do território.
A Polícia Militar se disse impedida porque está atada a uma “decisão judicial”.
Alegação dos policiais militares ouvidos pelo The Eagle, é que todos seguem uma “ordem judicial” que “libera a área”.
É inacreditável. Se essa ordem existe – foi diretamente responsável pela morte de um cidadão. Tornou-se uma decisão homicida.
A proteção judicial “aos direitos de cidadão” dos zumbis que vegetam e vagueiam na cracolândia é mesmo coisa de imbecil. O grande equívoco dessa politicalha “politicamente correta” é pretender a garantia da “integridade física” dos drogados… e hipocritamente ignorar que não há absolutamente nenhuma integridade protegida em face dos traficantes – que dispõe da vida dos seus “consumidores” o quanto querem.
O fato, com certeza, convalida a total inversão de valores que acomete a Administração Pública no Brasil.
Em resumo, a polícia paulista foi avisada no momento em que a vítima, ainda viva, era levada. Recusou-se a agir e convalidou a covardia institucional que lhe compete no governo de bananas em que se transformou não apenas o Estado de São Paulo mas, o Brasil como um todo.
A polícia não interviu porque o território da cracolândia é soberano, é “livre”, não é controlado pelo Estado brasileiro.
E agora? Quem vai sustentar a família do profissional da saúde que veio prestar um serviço social em defesa da família? A polícia acovardada? A justiça aparelhada? A propaganda dos tucanos?
É a banalidade do mal, na sua expressão mais crua. Pois o pobre motorista da ambulância entrou na estatística de centenas de homicídios e mortes em circunstâncias desumanas, que ocorrem naquela parte sem lei, em pleno centro da maior cidade do hemisfério sul.
Um território de zumbis, mortos-vivos explorados até a morte por vermes traficantes, sob o olhar complacente do governo paulista.
Ontem, era o Haddad e sua entourage de petistas – loucos por baderna e tarados pela miséria humana em estado bruto. Agora é o Dória e sua “Cidade Linda”…
A feiúra, porém, continua ali… na Cracolândia, intacta!
A “República da Vergonha” continua viva, devidamente segregada da “República dos Bananas Assassinos”* – aquela em que pusilanimidade é regra.
Judiciário, Ministério Público, infiltrados pela esquerdopatia que louva ladrões, vitimiza traficantes e pune quem ousa fazer o certo, são diretamente responsáveis pela imbecilização da Segurança Pública paulista – não se tenha dúvidas disso. Porém, nada disso impede que a polícia continue a agir em defesa da vida na repressão a um crime de sequestro e homicídio em andamento – e a omissão, no caso do pobre motorista de ambulância carioca (e de tantos outros), foi imperdoável.
E o governador paulista, que já foi apelidado carinhosamente até de ” picolé de chuchu”, pelo visto, corre o risco de virar “Geraldo Promessinha”….
Confere?
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Antonio Fernando Pinheiro Pedro é advogado (USP), jornalista e consultor ambiental. Sócio diretor do escritório Pinheiro Pedro Advogados. Integrante do Green Economy Task Force da Câmara de Comércio Internacional, membro do Instituto dos Advogados Brasileiros – IAB e das Comissões de Política Criminal e Infraestrutura da Ordem dos Advogados do Brasil – OAB/SP. É Vice-Presidente da Associação Paulista de imprensa – API, Editor-Chefe do Portal Ambiente Legal e responsável pelo blog The Eagle View.
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