Mico-leão-preto resiste á extinção e é patrimônio ambiental paulista
Por Antonio Fernando Pinheiro Pedro
O mico-leão-preto é uma espécie rara. Só existe no Estado de São Paulo e, até os anos 1970 era considerado extinto na natureza.
O pequeno primata está catalogado no “livro vermelho” (Red Data Book (UICN), como “ameaçado” de extinção.
Num evento, realizado em 5 de junho, Dia Mundial do Meio Ambiente, o Governo do Estado de São Paulo anunciou a edição de decreto que, promove a preservação do mico-leão-preto, declarando-o patrimônio do estado. O governo instituiu a Comissão Permanente de Proteção dos Primatas Nativos (Comissão Pró-Primatas Paulistas),com o objetivo promover educação ambiental para proteção das espécies, o respeito, o conhecimento científico, a conservação e a recuperação de primatas em seu estado e habitat.
Essa iniciativa vem, na verdade, muito tarde, ainda que bem vinda.
Há 30 anos, o primatólogo Claudio Padua estuda esses pequenos e raros primatas paulistanos. Pádua largou a carreira de administrador para se dedicar exclusivamente à proteção ambiental. Juntamente com a equipe de pesquisa do professor Adelmar Coimbra-Filho, no Centro de Primatologia do Rio de Janeiro, começou a estudar o mico paulista no Pontal do Paranapanema, oeste de São Paulo, uma importante área de Mata Atlântica de interior.
A luta pela preservação do mico-leão-preto começou quando se soube que a construção da hidrelétrica de Rosana inundaria parte da área de ocorrência do mico-leão-preto.
Pádua, o professor Adelmar Coimbra e vários líderes ambientalistas, iniciaram movimento para impedir o dano. O fato provocou estudos e educação ambiental e fez surgir o Programa de Conservação do Mico-leão-preto, “que foi crucial para a sobrevivência desse primata até os dias atuais, tornando-se símbolo de sucesso em conservação de espécies ameaçadas no Brasil e no mundo”, segundo Cláudio Pádua.
O IPÊ (Instituto de Pesquisas Ecológicas), presidido por Paiva, é membro da comissão lançada pelo governo do Estado de São Paulo. o Instituto foi grande responsável pela mudança da categoria do mico-leão-preto, de “criticamente ameaçado” para “ameaçado” (de acordo com a Lista Vermelha da UICN), estabelecendo um futuro mais otimista para o primata.
O movimento em prol do pequeno animal conseguiu que fosse criada a Estação Ecológica Mico-Leão-Preto, de extrema importância para a Mata Atlântica e para a espécie e a definição dos limites do Mapa dos Sonhos do Pontal do Paranapanema, – que indica áreas prioritárias para restauração ambiental na região, orientando tomadas de decisão em busca da sobrevivência da espécie
Esse processo de suporte á manutenção da espécie foi refletido no livro “Mico-leão-preto: A história de sucesso na conservação de uma espécie ameaçada”, lançado neste ano, de autoria de Gabriela Cabral Rezende, bióloga e pesquisadora do IPÊ.
O Mico-leão-preto
O mico-leão-preto já ocorreu em quase toda a extensão entre o rio Paranapanema e rio Tietê. Atualmente, encontra-se apenas em nove localidades do estado de São Paulo. O Parque Estadual Morro do Diabo é, no entanto, o único sistema onde se julga possível haver uma população viável a longo prazo.
O animal é muito sociável e diurno. Convive a maior parte do tempo com seu grupo familiar. Esses grupos familiares consistem no casal reprodutor e suas últimas duas ou três ninhadas.
Grande parte do habitat do mico-leão-preto foi destruído no início do século XX e a espécie foi considerada extinta por 65 anos, até a redescoberta de uma pequena população remanescente no Parque Estadual Morro do Diabo pelo pesquisador Adelmar Coimbra-Filho, em 1970.
A espécie foi indiretamente protegida por conta da criação, ainda na década de 1940, fda Grande Reserva do Pontal do Paranapanema, incluindo o Parque Estadual Morro do Diabo e a Reserva Lagoa São Paulo, todas unidades de conservação integral que protegeriam mais de 3 000 km² de floresta na área de distribuição geográfica do mico-leão-preto.
A região, no entanto, foi desmatada, restando apenas o Parque Estadual Morro do Diabo, que possui pouco menos de 350 km².
Após esses grandes desmatamentos, a construção da Usina Hidrelétrica de Rosana, no rio Paranapanema, inundou áreas do parque estadual que eram habitat do mico-leão, diminuindo ainda mais a área de sua ocorrência.
Resumindo, o Governo do Estado de São Paulo não contribuiu, pelo contrário, prejudicou a espécie em todo o século passado. Agora, assume o mico, como uma pálida retribuição à resiliência milagrosa do próprio animal, e um reconhecimento oficial à luta de alguns poucos abnegados em prol da sua preservação da espécie.
Apareceu um mico na rua,andando por cima das cercas com arame. Ele estava muito assustado e fugiu para dentro de um arvoredo. Hoje,cinco dias depois,tornou aparecer dentro da escola em que trabalho,muito mais assustado devido aos gritos dos alunos e até pedra jogaram. Ele precisa URGENTE de socorro. Em breve irá tornar a aparecer morto a pedradas. Por favor ajudem-o.Aguardo retorno e agradeço a atenção.