A condução patética da Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal…
Por General Eliéser Girão Monteiro Filho
Há uma distinta linha divisória na operação LAVA-JATO. Uma parte é conduzida pelo juiz MORO, em Curitiba; outra pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Edson Fachin, após a morte do ministro Teori, que, como o príncipe Jacintho Galeão, do romance As Cidades e as Serras, do grande Eça de Queiroz, morreu de fartura.
A Lava-Jato conduzida pelo juiz Moro segue uma linha técnica e implacável. Tem sido dura com tudo e com todos. Vale por um serviço de higienização da vida pública brasileira.
Imaginem as pressões que sofre e equipe de Curitiba, composta pelo juiz, pelo ministério público e pela polícia federal, naquela comarca. Têm resistido com suprema galhardia a todas as invectivas.
O mesmo não posso dizer da Lava-Jato conduzida pelo supremo. Mandaram prender o então senador Delcídio Amaral, do PT, bem verdade. Mas também é verdade que esse senador ousou envolver ministro do supremo. Recordam-se? Isso ficou como uma espécie de aviso: Deixem de lado o Judiciário.
O Fachin é um homem talvez à esquerda do próprio PT, apoiador do MST e alegre e convicto apoiador da eleição de Dilma. Por ela foi guindado ao Supremo.
Vejam os senhores que o Grupo Odebrecht levou cerca de um ano para fazer um acordo de leniência e de delação premiadas dos seus executivos, o que lhe custou ou talvez lhe custe a própria existência, além de pagar bilhões de multa ao governo. Dos cerca de 200 mil empregados do grupo, uns 100 mil ou mais perderam o emprego. O seu principal dirigente comeu uma cana doida em Curitiba e ainda vai ficar sob prisão, com tornozeleira eletrônica e restrições de toda ordem.
O tratamento dado pelo Fachin ao Grupo Friboi foi melhor que hospedagem VIP ou voo de primeira classe. Mandou-os para um “purgatório” chamado New York.
Quanta maldade do Fachin… Nem um proprietário do Grupo será processado nem o grupo sofrerá qualquer restrição, salvo o pagamento de mais de 200 milhões de reais.
O Grupo Odebrecht cresceu 10 vezes no governo Lula! O Grupo Friboi, 40 vezes!!
Sob o comando do ministro Fachin e do Procurador Geral da República Rodrigo Janot, também nomeado por Dilma, foi desencadeada uma operação contra o presidente da república. E isso é de uma ilegalidade tremenda. O Joesley foi a palácio para atiçar o presidente e ver se ele faria algum comentário comprometedor. Conseguiu um que, a meu ver, atenta contra o decoro. Essa operação, se ordenada pelo ministro e pelo procurador, é ilegal e não vale como prova. Eles sabem disso, mas sabem também que o escândalo político tem o poder de varrer a ilegalidade para escanteio.
Se o tal Joesley foi lá por conta própria para depois apresentar a gravação, a ilegalidade da iniciativa raia pelo escândalo. Não se usa uma prova dessa contra qualquer cidadão comum, com mais razão ainda contra o presidente da república.
Tudo preparado, uma operação, sob os cuidados de um ministro do supremo e do procurador geral é vazada para a Rede Globo, que não dá os detalhes que estou dando acima e vende tudo como algo muito normal.
Para piorar o quadro, misturaram coisas completamente distintas. Juntaram o problema do Aécio Neves, este sim, terrível, com a gravação do presidente da república, pegando-nos a todos de surpresa, deixando-nos pensar que tudo era um só problema. Misturaram a safadeza criminosa de Aécio com uma conversa, condenável, volto a enfatizar, do presidente com um empresário espertalhão.
Criaram um clima político inconcebível e jogaram o país, que já se recuperava, em novo desespero econômico. A incerteza quanto à aprovação das reformas previdenciária e trabalhista levará o país de volta para a beira do abismo.
Tudo o que disse acima sobre a legalidade da operação e a possível esperteza do seu engendramento pode de nada valer ante o fato político já consumado, pois a política vive de confiança e expectativa das massas.
O fato é que as ruas voltarão a se agitar. Mas prestem atenção para ver quem promove a mobilização: PT, CUT, PCDOB, PSOL e correlatos.
Como dizia Ibrahim Sued, “Olho vivo que cavalo não desce escada”.
Eliéser Girão Monteiro Filho é General da Reserva do Exército Brasileiro, Formado em Ciências Militares, Estratégia, Política e Alta Administração, foi Adjunto e Chefe da Subchefia da Casa Militar da Presidência da República no Governo FHC, Adido de Defesa na Embaixada do Brasil na República da Polônia, Comandante de Fronteira do 7o Batalhão de Infantaria da Selva, Diretor de Transporte e de Mobilização do Exército, Secretário de Segurança Pública de Roraima e do Rio Grande do Norte.