Lorenzo Carrasco e Geraldo Luís Lino
A reeleição da presidente Dilma Rousseff, nas condições em que ocorreu, oferece à mandatária uma grande oportunidade para enquadrar de vez a formulação das políticas ambiental e indigenista no molde dos interesses maiores da nação brasileira, reduzindo consideravelmente a influência do aparato de ONGs internacionais e brasileiras que as tem dominado, nas últimas duas décadas, com o apoio dos setores ideológicos do Partido dos Trabalhadores (PT) encastelados no governo federal.
Seguramente, a presidente não terá deixado de observar que perdeu em todos os estados onde se concentra a produção agropecuária e, não menos, em todos os municípios onde têm ocorrido conflitos causados por demarcações de terras indígenas, nos quais se observaram algumas das maiores diferenças de votação em favor do seu rival Aécio Neves.
Por outro lado, o alerta do Operador Nacional do Sistema (NOS) sobre os baixos níveis dos reservatórios das hidrelétricas (nota seguinte) se impõe como uma dura advertência sobre as consequências da submissão às restrições ideológicas dos ambientalistas contra a construção de hidrelétricas com grandes reservatórios.
Assim sendo, se quiser promover a convergência de esforços que sinalizou no seu discurso de vitória, em prol da reconstrução das capacidades produtivas do País, visando a uma inadiável retomada do crescimento da economia, a presidente terá que mostrar determinação para confrontar as forças políticas que têm manipulado as questões ambientais e indígenas contra os interesses nacionais.
Neste particular, um sinal positivo é a já anunciada saída de Gilberto Carvalho da Secretaria-Geral da Presidência, cargo que ocupa desde 2003.
Com ele, deverá sair também o secretário Nacional de Articulação Social, Paulo Maldos, seu braço direito e o mais graduado representante do aparato indigenista inserido na cúpula do governo, responsável direto por algumas das mais desastrosas “desintrusões” de terras indígenas assinaladas pela sanha demarcatória do aparato encabeçado pela Fundação Nacional do Índio (Funai) e pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi). Sem eles, o aparato indigenista não disporá mais de um acesso privilegiado ao Palácio do Planalto, como tem tido nos últimos governos. E a presidente tem a oportunidade de nomear para a Funai alguém que não seja ideologicamente comprometido com o aparato indigenista.
No contexto geral, as indicações para o comando do Ministério do Meio Ambiente e da Funai deveriam ser consideradas tão estratégicas para o governo como o Ministério da Fazenda, em torno do qual já se trava uma intensa guerrilha midiática de balões de ensaio. Com elas, a presidente deixará antever a orientação que pretende impor a esses setores cruciais para a retomada do desenvolvimento do País.
Lorenzo Carrasco é jornalista e presidente do Movimento de Solidariedade Ibero-americana (MSIa)
Geraldo Luís Lino é geólogo, consultor ambiental e diretor do Movimento Solidariedade Ibero-Americana (MSIa)
.
É quero ver onde isso vai chegar.
Infelizmente, não vemos um final bom nem próximo.
Agradecemos poor prestigiar nossas matérias e pelo seu comentário.
Grande abraço.
Ana Alencar