O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) apresenta os resultados do PRODES Cerrado, que mapeia o desmatamento em toda a extensão deste bioma. Este projeto construiu uma séria histórica bienal para o período de 2000 a 2012 e anual para os anos de 2013 a 2017.
O PRODES Cerrado recebeu investimentos do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações (MCTIC), Ministério do Meio Ambiente (MMA) e Programa de Investimento Florestal (FIP), administrado pelo Banco Mundial, além das agências alemãs Kreditanstalt für Wiederaufbau (KfW), Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) administrado pela Caixa Econômica Federal. Além destas instituições, o projeto também se beneficiou de recursos do governo britânico através de sua agência Department of Environment, Food and Rural Affairs (DEFRA).
Em particular, os dados produzidos do PRODES Cerrado nos anos de 2016 e 2017 são resultados do projeto Desenvolvimento de Sistemas de Prevenção de Incêndios Florestais e Monitoramento da Cobertura Vegetal do Cerrado Brasileiro, financiado pelo Programa de Investimento Florestal (FIP), administrado pelo Banco Mundial. O projeto é coordenado pelo MCTIC e o INPE é responsável pelas atividades de monitoramento da cobertura vegetal do Cerrado. Estão previstos também no projeto os mapeamentos anuais para os anos de 2018 e 2019.
O bioma Cerrado, definido pelo Mapa dos Biomas Brasileiros do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2004, possui 2.036.448 km2 de extensão. Esse bioma corresponde a 24% do território brasileiro e abrange os estados de Goiás, Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Distrito Federal, Minas Gerais, Bahia, Maranhão, Piauí, Rondônia Paraná e São Paulo. Somados aos dados já produzidos pelo INPE para a Amazônia, este novo monitoramento da cobertura do Cerrado, usando imagens de satélites de observação da Terra, garantirá uma base de informações sobre o desmatamento em áreas de vegetação natural de 73% do território brasileiro.
O PRODES Cerrado considera como desmatamento a remoção completa da cobertura vegetal natural do bioma, independentemente da utilização subsequente destas áreas. São cartografadas e quantificadas as áreas desmatadas maiores que um hectare, usando 118 imagens satélites da classe Landsat (resolução espacial de 30 metros) a cada ano do período analisado.
A tabela abaixo mostra a extensão da área desmatada no Bioma Cerrado, por ano, desde 2001 a 2017, ou seja, inclui toda a série histórica desse dado gerado pelo INPE. Os resultados do biênio 2016-2017 mostram uma redução de 38% na extensão da área desmatada em relação ao desmatamento medido no biênio 2014-2015. Na coluna Polígonos > 6,25 ha é mostrada a extensão da área desmatada por ano, considerando somente os polígonos de áreas maiores que 6,25 hectares, para manter uma consistência com a série histórica produzida pelo PRODES Amazônia que considera essa área mínima de mapeamento. Para os biênios 2001-2002, 2003-2004, 2005-2006, 2007-2008, 2009-2010 e 2011-2012, foi feito um mapeamento, e atribuiu-se a cada um dos anos a metade do incremento do respectivo biênio. Para o período compreendido entre 2013 e 2017 o mapeamento foi anual. A extensão do desmatamento para o ano de 2013 inclui resíduos de anos anteriores que somam 1928 km2 (menos de 1%). Posteriormente esses polígonos residuais serão reanalisados e atribuídos ao ano em que foram desmatados. A Tabela 2 mostra a extensão de área desmatada por ano e por estado.
A figura abaixo mostra uma comparação gráfica entre a extensão da área desmatada ao longo desse período, considerando a área calculada a partir de todos polígonos e a calculada considerando apenas os polígonos de área maior que 6,25 hectares.
Além das tabelas que consolidam os valores de área desmatada, o INPE também disponibiliza os dados especializados na página www.dpi.inpe.br/fipcerrado. Esse portal também apresenta um ambiente de consultas prontas sobre esses dados para internet. O portal permite ainda a descarga dos mapas e dos dados tabulares.
Em paralelo, o INPE trabalha no desenvolvimento e operacionalização de um sistema de produção de alertas diários de alteração na vegetação natural chamado de DETER Cerrado. Os alertas devem orientar a fiscalização e o controle do desmatamento nesse bioma. O DETER Cerrado usará imagens do sensor WFI a bordo do satélite sino-brasileiro CBERS-4 e fornecerá alertas de desmatamentos maiores que três hectares. Este sistema entrará em operação no início do segundo semestre de 2018.
Mais informações: www.dpi.inpe.br/fipcerrado
Fonte: INPE