Este é um hábito antigo, de uma época em que acreditava-se que água era um recurso natural infinito. Entretanto, agora sabemos que não é. Por isso, acaba de entrar em vigor na capital paulista uma nova lei que determina que, quem lavar calçada, carro ou quintal com água tratada ou potável receberá multa de R$250,00. Em caso de reincidência, o valor dobra.
A medida, publicada no Diário Oficial de São Paulo, foi aprovada em 2015, ainda na gestão do então prefeito Fernando Haddad. A lei só permite a lavagem das calçadas com água tratada ou potável em casos extraordinários, como alagamento, deslizamento de terra, derramamento de líquidos oleosos ou quando o serviço público não fizer a limpeza depois de feiras livres.
Para limpar suas calçadas e seus veículos, a população paulistana terá que fazer varrição ou aspiração, ou então, utilizar água de poço, de reúso ou de captação de chuva e precisará comprovar sua procedência.
Na primeira infração, o morador receberá apenas uma advertência. A partir do segundo flagrante, ele será multado.
A lei entrá em vigor justamente em um momento em que o principal sistema de abastecimento de água de São Paulo, o Cantareira, opera com apenas 40% de sua capacidade. Ontem (30/07), depois de semanas, é que choveu pela primeira vez na capital.
Vale lembrar que a cidade já enfrentou outras várias e séries crises hídricas. A mais famosa delas foi em 2015, resultado da combinação de um evento climático extremo – seca prolongada e falta de chuva -, com problemas históricos de gestão, agravados pela péssima situação em que se encontravam represas e rios.
O que todos os especialistas alertam é que, com o aquecimento global, esta inconstância do clima será cada vez mais frequente. Com isso, novas medidas de redução do uso da água se tornarão mais importantes nas grandes cidades. A lavagem de calçadas deverá ser apenas a primeira delas. Um estudo da ONU apontou que a falta de água pode atingir mais de 5 bilhões de pessoas no mundo até 2050 (leia reportagem completa aqui).
Fonte: Conexao Planeta