Ministro Ricardo Salles, gasta quatro vezes mais tempo indo a São Paulo, em compromissos da pasta, que se deslocando para o resto do país, incluso Amazônia e Pantanal
Da Rádio Sputnik
Deu na Folha de São Paulo:
“Em um ano marcado por aumento no desmatamento e nas queimadas na Amazônia e no Pantanal e pela consequente pressão internacional sobre o país, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, passou mais dias em compromissos de trabalho em São Paulo do que em todas as outras viagens feitas em 2020.”
Procurado pela Rádio Sputnik, agência internacional de notícias do governo da Rússia, operada pela empresa estatal Rossiya Segodnya, o advogado e consultor ambiental Antonio Fernando Pinheiro Pedro comentou a questão.
Para ouvir a entrevista, concedida ao jornalista Arnaldo Risemberg, clique aqui ou na imagem abaixo:
Segundo relataram os jornalistas da Folha, Danielle Brant e Renato Machado, desde o início do ano, as chamas já consumiram 21% do Pantanal. Na Amazônia, o desmatamento cresceu 34% de agosto de 2019 a julho de 2020, período considerado como referência pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).
No entanto, até setembro, Salles esteve em eventos e reuniões na capital paulista pelo menos em 25 dias. Na região da Amazônia, foram quatro dias, e no Pantanal outros dois. Ou seja, o ministro passou quatro dias em São Paulo para cada dia em uma área afetada por queimadas ou desmatamentos.
O levantamento feito pela Folha na agenda disponibilizada no site do Ministério do Meio Ambiente levou em conta apenas os compromissos oficiais. Não foram consideradas viagens pessoais, uma vez que o ministro é natural de São Paulo.”
Como afirma Pinheiro Pedro, é característico da república brasileira, que políticos priorizem suas bases, mas no caso do ministério, esse problema pode contribuir para afetar a já combalida imagem internacional do Brasil no campo ambiental, e pode prejudicar economicamente o Brasil, mais do que já está.
Fonte: The Eagle View
Publicação Ambiente Legal, 06/10/2020
Edição: Ana A. Alencar