Fruto de um simples procedimento de esterificação feito com algas e cloreto de sódio, novo produto põe em cheque a indústria de garrafinhas
Por Ambiente Legal
A destinação do lixo, proveniente do descarte das garrafas PET, preocupa autoridades e cidadãos em todo o mundo, e em especial no Brasil. Muito se tem falado a respeito da reciclagem desse material e dos meios disponíveis para a eliminação do lixo plástico.
Grande parte desse material é destinado ao embalamento de água. Bem cada vez mais escasso em qualidade e quantidade – tanto que de há muito o litro de água mineral ultrapassou o dos combustíveis em valor de mercado.
Mas, e se as garrafas plásticas simplesmente deixassem de ser fabricadas? E se pudéssemos beber a água e, dissolver na própria boca a embalagem?
Essa ideia motivou o projeto da “embalagem” Ooho – projetovitorioso no concurso Lexus Design 2014, devendo, ainda, ser exposto no Milan Desgn Week deste ano.
Desenvolvida pelos estudantes espanhóis Rodrigo Garcia Gonzalez, Pierre Paslier e Guillaume Couche, a embalagem é uma bolha esterificada, à base de algas marrons e cloreto de cálcio, que forma um gel, contendo a água no seu interior.
O processo de esterificação, como o próprio nome indica, é uma reação de um ácido carboxílico e um álcool, formando água e éster. O resultado é uma membrana gelatinosa, biodegradável, que consegue reter a água em seu interior, podendo ser ingerida, compostada ou descartada. Flavorizantes, que dão sabor a coberturas de docinhos e balas de goma, usam o mesmo processo.
A membrana Ooho custa apenas dois centavos de fazer. A água é congelada enquanto se produz a sua selagem esterificada com uma membrana dupla, dispensando o engarrafamento.
Rodrigo García González explica: ” A realidade é que, cada vez mais, bebemos água embalada e jogamos fora garrafas de plástico … sendo que oitenta por cento delas não são recicladas. Esse consumismo reflete a sociedade em que vivemos “.
O conceito interessante ainda não atende a alguns requisitos importantes. O sistema não atende ao hábito de se beber um pouco da água e guardar o restante na bolsa, ou mochila. Beber a água e mastigar a membrana que pode ter ficado exposta ao contato de terceiros ou em contato com outros objetos, não parece higiênico.
Muito frágil? Pouco higiênica? Pode ser, mas a simples possibilidade de se abolir imensas quantidades de garrafinhas plásticas já é animadora.
Outra razão para o sucesso do projeto está na facilidade de ser repetido em casa, como mostra o vídeo abaixo.
Assista: