Por Cecília Vick*
Barbados é um pequeno país insular situado no Caribe e com área e população semelhantes à cidade de Limeira, no interior paulista. Mesmo com dimensões pequenas, Barbados planeja aumentar para 29% a cota de energias renováveis no consumo elétrico da população. Por conta disso, o local será sede das celebrações globais do Dia Mundial do Meio Ambiente, festejado todo dia 5 de junho. O tema deste ano é “Aumente sua voz, não o nível do mar” e aborda os desafios enfrentados pelas pequenas ilhas com relação às mudanças climáticas provocadas pelo aquecimento da Terra.
Porém, dados alarmantes indicam que a preocupação não deve ser apenas de quem vive em ilhas oceânicas, mas sim de todo o mundo. Aqui no Brasil, por exemplo, 90% da população afirma reconhecer problemas ambientais (de acordo com o levantamento do Ministério do Meio Ambiente), mas nem a metade pratica ações simples para contribuir pela redução de poluentes no planeta, como a separação de resíduos sólidos em casa.
Há diversas práticas sustentáveis simples que podem ser adotadas por todas as pessoas. Além da separação do lixo, é possível economizar água e energia elétrica apenas com a mudança de pequenos hábitos, como o banho, a lavagem de roupas e louças, ou ainda o desligamento de aparelhos elétricos da tomada. No ambiente corporativo, as empresas podem estimular colaboradores para evitar aumento no consumo de papel e energia elétrica. O uso de bicicletas na mobilidade urbana também é uma importante ferramenta na diminuição de poluentes.
O engajamento imaginado pelo lema deste ano nas questões climáticas é um desafio antigo da ONU quando o assunto é sustentabilidade e problemas ambientais. A criação do Dia Mundial é um exemplo de alerta para essas questões. A data foi instituída em 1972, em comemoração à abertura da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, em Estocolmo (Suécia), quando foi desenvolvido o Programa das Nações Unidas para a área. O objetivo era justamente transformar as pessoas em agentes de transformação ambiental.
Quarenta e dois anos se passaram, mas apenas recentemente o conceito começa a ganhar força na agenda pública da maioria dos países. Entretanto, muito tempo foi perdido: pesquisas mostram que a emissão de dióxido de carbono no planeta pulou de 330 para 400 partes por milhão (ppm) em trinta anos. Isso ajudou na redução de 40% da camada de gelo que cobre o Oceano Ártico e na perda de 30% da biodiversidade mundial no mesmo período.
Chegou a hora da sustentabilidade deixar de ser mero discurso e entrar de vez em atitudes cotidianas! Nós podemos evitar que o planeta Terra continue caminhando para um futuro cada vez mais incerto, ou até que ele chegue a parar de caminhar.
*Cecília Vick, graduada em Serviço Social pela FAPSS-SP (Faculdade Paulista de Serviço Social de São Paulo), é Diretora Executiva da GreenClick, empresa que contribui com a neutralização da emissão de CO2 no país.