A sistemática de ações estabelecidas pelo NIMS fornece às partes o vocabulário, sistemas e processos compartilhados para atender a incidentes de forma coordenada.
Por Valmor Saraiva Racorti*
Ontem (13abr), na ocorrência de ataque ativo no Metrô de Nova York, foi estabelecido o Sistema Nacional de Gerenciamento de Incidentes (NIMS, National Incident Management System), que basicamente consiste em orientar e organizar todos os níveis de governo, organizações não governamentais, e inclusive o setor privado, para trabalharem juntos na prevenção, proteção, mitigação e pronta resposta do poder público para a mais rápida e correta medida na recuperação de incidentes.
A sistemática de ações estabelecidas pelo NIMS fornece às partes interessadas em toda a comunidade (todos os setores que possam estar envolvidos na resolução do incidente) o vocabulário, sistemas e processos compartilhados para fornecer com sucesso os recursos descritos no Sistema Nacional de Preparação. O NIMS define os sistemas operacionais que orientam como o pessoal deve trabalhar em conjunto durante os incidentes.
Foi estabelecido o MACTAC (Capacidade de Resposta Contraterrorista Frente a Múltiplos Ataques), através das equipes da Unidade de Serviço de Emergência (ESU, Emergency Service Unit), equipes de resposta híbrida (treinados em várias disciplinas para garantir que os policiais estejam preparados para todas as situações encontradas), atuando em rede em toda a cidade de Nova York em tempo real.
Uma ESU opera sob a direção do pessoal de comando e responde a emergências e situações de alto risco que ocorram fora do escopo de funções de patrulhamento de resposta e unidades de investigação criminal. Os membros da ESU treinam continuamente, tanto internamente, como com outras unidades especializadas locais, estaduais, federais e militares e, às vezes, membros de uma equipe de busca e resgate urbano (USAR, Urban search and rescue) da Agência Federal de Gerenciamento de Emergências (FEMA, Federal Emergency Management Agency).
A ESU geralmente fornece serviços análogos às funções de uma equipe de armas e táticas especiais (SWAT). Uma ESU responde a operações táticas de alto risco envolvendo suspeitos barricados, situações de reféns, serviço de mandado de alto risco, controle tático de multidões e operações de proteção de dignitários/VIP. A ESU também fornece respostas de nível técnico e operacional a materiais perigosos (HAZMAT, Hazardous Material) e incidentes envolvendo a presença de agentes químicos.
*Valmor Saraiva Racorti – Tenente-coronel da PMESP, é instrutor pela Universidade do Texas/Programa Alert Americano, e comandou no Batalhão de Operações Especiais, que compreende o GATE e o COE. Realizou o Curso Preparatório de Formação de Oficiais em 1990-1991. Graduado em Direito pela UNISUL, é bacharel em Ciências Policiais de Segurança e Ordem Pública e possui mestrados em Ciências Policiais de Segurança e Ordem Publica e Ciências Policiais e Segurança Pública pelo Centro de Altos Estudos de Segurança “Cel PM Nelson Freire Terra”. Foi comandante de Pelotão ROTA no 1º BPChq de 1994 a 2006, Chefe Operações do COPOM em 2006, Oficial de Segurança e Ajudante de Ordens do Governador do Estado de 2007 a 2014, Comandante de Companhia ROTA no 1º BPChq de 2014 a 2016 e Comandante do GATE de 2016 a 2019. Já atuou em mais de 500 incidentes críticos.
Fonte: Velho General
Publicação Ambiente Legal, 15/04/2022
Edição: Ana Alves Alencar
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