Entidades ambientalistas seguem o clima de radicalização política e partem para o enfrentamento
Da redação
Ao que tudo indica, a radicalização tornou-se uma pandemia no Brasil.
Não bastassem os ânimos exacerbados dos partidos políticos, movimentos sociais e funcionários públicos, ambientalistas resolveram sair da letargia para atacar também o Governo Federal.
O Observatório do Clima, reunido em assembleia em Atalanta (SC), lançou na noite de quarta-feira (12/04) uma carta em protesto contra o ataque coordenado do Congresso Nacional e do governo de Michel Temer à proteção ambiental e aos direitos dos povos tradicionais.
O documento lista a série de “retrocessos promovidos pelo governo e por seus aliados parlamentares nos últimos meses, no que talvez seja a maior ofensiva anti ambiental desde a Constituição de 1988”. E alerta que o movimento põe em risco as metas climáticas do país, além da segurança de toda a sociedade.
Entre as vítimas estão as unidades de conservação – comissões especiais do Congresso reduziram a proteção de 1,1 milhão de hectares em apenas dois dias, votando propostas enviadas pelo próprio Palácio do Planalto na forma de Medidas Provisórias; as terras indígenas, com a nomeação de Osmar Serraglio (PMDB-PR), um radical da bancada ruralista, para o cargo de ministro da Justiça; as terras públicas, com a proposta da MP 759; e o licenciamento ambiental.
“Após avanços significativos na redução da taxa de desmatamento e na demarcação de terras indígenas e criação de unidades de conservação na década passada – mantendo ao mesmo tempo forte crescimento econômico, safras recorde e geração de empregos –, o Brasil parece retroceder à década de 1980, quando era um pária internacional devido à destruição acelerada de seu patrimônio natural e à violência no campo”, diz a carta.
“O país que gosta de se vender ao mundo como parte da solução da crise do clima voltou a ser um problema. A mesma agropecuária propagandeada como a mais sustentável do mundo é a responsável pela grilagem de terras públicas, pela retirada de direitos de povos e comunidades tradicionais e pequenos agricultores e por rasgar os compromissos domésticos e internacionais de redução de emissões”, diz a carta.
A carta de Atalanta pode ser baixada aqui.
Fonte: SOSMA