Dentre a vegetação, haverá pelo menos 10 espécies extremamente raras de se encontrar.
De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), somente 8,5% da Mata Atlântica original está na capital, o que é um absurdo para a manutenção natural da qualidade do ar e para o habitat de animais. Diferente de muitas capitais do mundo, a cidade de São Paulo cresceu sem qualquer planejamento, com ruas estreitas em muitos lugares e sem áreas verdes de proteção permanente. Restaram poucos lugares como o Parque do Ibirapuera, com natureza exuberante. Além do desmatamento causado pelo crescimento desenfreado da construção civil na cidade, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), espécies estrangeiras invasoras representam a segunda maior causa de perda de biodiversidade do mundo, colaborando para o atual cenário.
Entretanto, no capitalismo consciente, “Toda empresa precisa lucrar, mas precisa também deixar um legado para a sociedade”, explica Vinicius Amato, Diretor de Incorporação da Gamaro Incorporadora. É com base neste conceito que a empresa projetou “O Parque”, empreendimento que consiste em juntar torres residenciais, empresariais e a natureza de um parque com acesso público em uma só área, localizado no Brooklin, considerado um novo centro financeiro de São Paulo.
O espaço e as espécies
O terreno que já foi fazenda de várzea, fábrica de baterias e por fim indústria de peças para indústria naval e automobilística, será a nova casa de mais de 25 mil m² de flora nativa paulista. Dentre a vegetação, haverá pelo menos 10 espécies extremamente raras de se encontrar. Segundo Ricardo Cardim, consultor em biodiversidade nativa e arqueologia botânica para o restauro da paisagem natural, contratado pela incorporadora, as sementes estavam adormecidas há anos. “Com a reconstituição do solo a partir da retirada do entulho do terreno, elas voltaram a brotar”, afirma Cardim. Entre as 10 espécies, serão replantadas capim de rabo de burro, taboa do brejo, macela do campo e alecrim do campo. Para isso, a Gamaro investiu em pesquisas para descobrir técnicas de germinação dessas sementes raras, sobre as quais não havia nenhum tipo de registro, pesquisa empírica ou científica. Como casos de sucesso, podemos citar o cauaçu e a carqueja da serra do mar.
Serão plantadas, também, árvores frutíferas em meio à flora reconstruída pela incorporadora. Mas não serão as mangueiras, abacateiros comuns, mas sim uma verdadeira lista de pomares indígenas que farão parte do paisagismo de O Parque, entre eles: araçá, grumixama, cambucá, cambuci, jabuticaba, pitanga, gabiroba, sete-capotes. Vale mencionar também a reconstituição de um rio artificial para moradores e visitantes admirarem. Pesquisadores e paisagistas fizeram uma incursão em uma região de Mata Atlântica a 90km da capital e trouxeram suas principais características, como quedas d’água, poças e corredeiras, servindo de inspiração para o novo rio.
O resultado
O impacto de O Parque na qualidade de vida das pessoas será imediato, com efeitos psicológicos e climáticos. A área verde ajuda a diminuir o calor, aumentar a umidade, filtrar gases tóxicos e até combater pragas urbanas. “É uma máquina de qualidade de vida e de saúde pública. É como um abraço de saúde para quem passar por ali”, acrescenta Cardim. O botânico ressalta que o projeto é precursor da cidade verde do futuro, onde as plantas voltam a participar da vida das pessoas com forte conexão cultural. “Os tempos mudaram e as cidades também. Hoje, os brasileiros moram em aglomerados artificiais, e mais do que nunca precisamos de áreas verdes que sejam não apenas belas, mas principalmente funcionais para o ambiente e população. Vamos trazer a paisagem ancestral para a vida das pessoas”, afirma.
É bom ressaltar que o acesso de O Parque será totalmente público. A Gamaro Incorporadora propõe que essa experiência de maior conexão com a natureza dentro da cidade não seja limitada apenas aos residentes de suas torres, mas sim a todos. Fora a área arborizada recomendável para passeios com a família ou para relaxar com os amigos, haverá um mix de lojas dentro dos terrenos da incorporadora, e um restaurante de 770 m². A universidade da região, escola e outros equipamentos urbanísticos compõem um complexo inovador e diverso.
Fonte: CicloVivo