Em mais um episódio de criminalidade, um pai foi executado na frente do filho. Porém, não foi só ele, foi o BRASIL
Por Antonio Fernando Pinheiro Pedro
A BANALIZAÇÃO DA COVARDIA
Está no Vídeo, postado abaixo, e revelado pela imprensa: De joelhos, o policial, de folga, é executado na frente do filho, por marginais – vermes covardes.
O assassinato revela a banalidade da violência urbana. Afinal, o caso ocorre na manhã de sábado, quando o pai saía com o filho para uma pescaria.
Crime hediondo, covarde e agravado pelo fato dos marginais terem executado a vítima quando se deram conta de que se tratava de policial.
O delito chocou o cidadão de bem.
O caso foi “encaixado” na programação dos telejornais, sem maior destaque (haviam outros casos hediondos a serem tratados…).
O governo Alckmin, do alto de sua imensa covardia institucional face à criminalidade, mandou votos de condolências…
Não há notícia de cerimônia, honrarias, comparecimento de autoridades… nada.
Familiares devem se preparar para enfrentar o costumeiro labirinto burocrático com relação a pensões, promoções devidas, etc. Afinal, não estarão mais lidando com uma corporação e, sim, com um organismo burocrático que faz e desfaz dos seus subordinados…
A banalização da covardia tornou-se um traço do novo caráter nacional na República dos Canalhas que nos governa.
Não foi, portanto, só o polícial, o atingido pelas balas covardes, foi o Brasil, e o homicida é o Estado Brasileiro.
O DESCASO OFICIAL
Parece ter virado rotina, no Brasil, em especial no Rio e em São Paulo (cujos governos e judiciário se caracterizam pela covardia ante a criminalidade em proporção inversa à desconsideração para com a Segurança Pública).
Não adianta sacar estatísticas idiotas para jornalistas tolos, ou usar de discursos acacianos como terapia para a própria falta de coragem institucional. Não há, em nossa república, o mínimo interesse em resolver o problema.
Veja-se o Projeto de Lei, já aprovado na Câmara Federal, que agrava a pena de quem mata policiais (inclusive nas folgas).
O projeto segue no ritmo das tartarugas…
A conclusão é óbvia: policial não dá voto, nem financia campanha – a menos que seja corrupto. Assim, “o que se ganhará com isso?”…
O BRASIL, DE JOELHOS, FOI EXECUTADO
Passado o noticiário do dia, nossa imprensa (que não impressiona) e burocratas de plantão, seguirão a rotina, enquanto o sangue do policial, pai de família, será lavado com detergente, no posto de gasolina no bairro de Santo Amaro (Jardim São Luís)…
Resta o trauma que seguirá assombrando o menino, que testemunhou a barbaridade.
Resta o abandono e as dificuldades que seguirão cravadas no seio da família, desprovida do pai.
Resta a desesperança no rosto e coração dos colegas de serviço da vítima, cientes que se encontram no desamparo de um comando desprovido de coragem e iniciativa, submetido a um governo pusilânime e historicamente covarde.
Resta a certeza, em todos nós, que estamos nas mãos dos bandidos…
Assim como o filho, nós também assistimos, impotentes, ao crime, que poderia ter ocorrido com qualquer um de nós, e o Estado não estaria nem aí.
De fato, só sairemos disso se tomarmos atitude firme, coletiva e consciente, de rejeitar essa “República dos Bananas Assassinos” que se tornou o aparato da Segurança Pública no Brasil.
Não basta: temos, ainda, que derrubar, sem piedade, a República dos Canalhas, que hoje nos governa.
Sugiro que todos nós assistamos, doravante, com frequência, esse vídeo trágico, para não nos esquecermos do que vimos, quando formos votar, nas próximas eleições.
Não foi apenas o heroico pai e policial que foi executado por marginais na frente do filho. Nesse vídeo, vemos o Brasil ser executado, na frente de todos nós, filhos da pátria.
Veja o vídeo:
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A República dos Bananas Assassinos
Antonio Fernando Pinheiro Pedro é advogado (USP), jornalista e consultor ambiental. Sócio diretor do escritório Pinheiro Pedro Advogados. Integrante do Green Economy Task Force da Câmara de Comércio Internacional, membro do Instituto dos Advogados Brasileiros – IAB e da Comissão Nacional de Direito Ambiental do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil – OAB. É Editor-Chefe do Portal Ambiente Legal e responsável pelo blog The Eagle View.
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