Por Rodrigo Berté*
A existência de uma crise ambiental concatena com a vasta e incontrolável destruição da biodiversidade a nível mundial, a poluição desenfreada de solo, mares e rios se unem a ações que direcionam para reações avassaladoras como as observadas nas mudanças climáticas do globo.
A teoria da ecologia de doenças surge dessa visão de que as relações entre meio ambiente e seres humanos, são indissociáveis, e quando ocorre uma ruptura desse processo, abre-se margem para o surgimento de doenças emergentes. Precisamos evoluir e pensar como unidade, somos feitos de uma tríade entre saúde humana, saúde animal e saúde ambiental, ou seja, Saúde Única. E com toda certeza, o surgimento do novo coronavírus está relacionado com a quebra da homeostase dessa tríade, a quebra do viver em Saúde Única.
É preciso entender a importância do equilíbrio, ter um olhar mais crítico sob o pós- pandemia e os desafios, em especial do agronegócio e a produção de grãos no desafiador mercado internacional.
O mercado brasileiro retomará o seu crescimento no mercado agro rapidamente, reduzindo as consequências negativas do seu setor, ou seja, o uso de tecnologia no campo e um conjunto de informações adequadas podem ser grandes aliados. Conhecer os dados do mercado e estar bem assessorado farão a diferença na tomada de decisão dos produtores rurais.
O Brasil já tem recuperado o seu espaço no mercado internacional das exportações de produtos agrícolas, a China tinha diminuído as exportações durante o pico da crise da COVID-19, mas contratos já foram retomados com todos os países asiáticos, refletindo um bom desempenho na exportação brasileira. A produção das commodities brasileiras foi pouco afetada a curto prazo, a soja já foi colhida, o milho no mesmo desempenho, tendo em vista a mecanização e uso de tecnologias nas lavouras. O desempenho se deve aos investimentos na produção e na exportação, o que melhora a performance do Brasil como um grande exportador de grãos e carne de alta qualidade, e leva os compradores a formarem um processo de acreditação junto aos produtores rurais brasileiros.
O que deverá ser analisado daqui para frente é a diminuição da renda da população com o poder de compra e consumo e o dólar alto, o que para a safra 2021, poderá dar um desconforto na compra de defensivos agrícolas, bem como, a renovação da frota mecanizada nas lavouras. A mudança no consumo a longo prazo terá como consequência a baixa dos preços para alguns produtos, em especial para o abastecimento do mercado interno, o que não poderá afetar as exportações no mercado externo.
Por fim, devemos acreditar no agro forte, ou seja, o que tem segurado a economia em diferentes crises e, em especial da força do produtor rural no enfrentamento ano a ano de questões climáticas, econômicas e de saúde.
*Rodrigo Berté é diretor da Escola Superior de Saúde, Biociências, Meio Ambiente e Humanidades do Centro Universitário Internacional Uninter.
Fonte: Negocios.pro.br
Publicação Ambiente Legal, 12/10/2020
Edição: Ana A. Alencar