Transvalorar para mutilar o tecido social…
Por Antonio Fernando Pinheiro Pedro“
A tolerância chegará a tal nível, que pessoas inteligentes serão proibidas de pensar, para não ofender os imbecis”(Dostoyevski)
Vivemos o apagão do senso moral. Este apagão destrói a ética e fragiliza nossos alicerces civilizatórios.
O fenômeno não é gratuito. Tem causa e método. Visa destruir o tecido social e romper os valores que alicerçam o ocidente e a democracia pluralista.
A perda dos valores, a destruição da sociedade e o niilismo que nos contamina, constituem o objetivo e razão de ser do ideologismo identitário e do populismo cultural liberticida.
O “politicamente correto”, o “ativismo judicial”, o “racialismo”, o “supremacismo vitimista”, o “biocentrismo”, a “ideologia de gênero”, a “hegemonia dos ofendidos”… dentre outras “bandeiras de luta”, denimonadas como doutrina woke ou manifestação identitária,contribuem para o progressivo esgarçamento da ordem e a perda de valores. Cultivam o rancor e miram, sobretudo, o MÉRITO.
Ter mérito… é ofensivo. Possuir valores morais, é criminoso, compreender o que é normalidade… é perigoso.
O drama psico-social, a luta contra o preconceito, a defesa da liberdade de expressão ou dos direitos individuais, para os patrocinadores da era dos ressentidos, nunca foram o objeto do conflito por eles protagonizado. O foco, de fato, sempre foi a disrupção do tecido social.
Configuram todos, militantes de causas identitárias, wokers, ideólogos de gênero, etc… partes de uma mesma postura niilista, destruidora e letal.
A praga do Niilismo
O niilismo contaminou o raciocínio filosófico no Século XIX e assumiu a vanguarda do processo de desconstrução da MORAL judaico-cristã ocidental, base da nossa sociedade no século XX e neste início do século XXI.
Esse “vanguardismo” tem no polêmico filósofo Nietzsche um paradigma. Em Nietzsche, o niilismo não é opção, mas um processo. Um estado decorrente do próprio processo histórico.
A “transvaloração de todos os valores”, para Nietzsche, é o derradeiro objetivo do niilismo.
Niilista é aquele que considera infundados todos os valores e crenças, não havendo qualquer sentido ou utilidade na sua existência.
Assim, para Nietzsche, a missão da nova moral consistiria na “transvaloração de todos os valores, em um desprender-se de todos os valores morais, e um confiar e dizer sim a tudo o que até aqui foi proibido, desprezado, maldito”(1).
Nietzsche propunha a transvaloração por entender que não se podia confiar nos conceitos de moral tradicionalmente recebidos, “impostos pela ordem dominante” (judaico-cristã). A transvaloração seria, assim, o questionamento dos valores – supondo-os transmitidos como absolutos.
Em “Genealogia da Moral: Uma Polêmica”, o filósofo alemão afirma: “não vejo ninguém que tenha ousado fazer uma crítica dos juízos de valores morais” (…). “Até o momento ninguém examinou o valor da mais famosa das medicinas chamada moral”. (…). “Esse é justamente nosso projeto”(2).
Pura pretensão! Nietzsche imaginava diferir, mas não diferia em nada dos demais filósofos vanguardistas, dos contestatários de sua época e dos “reféns da vanguarda” que a ele se seguiram.
Do Anarquismo ao Nazifascismo, da Comuna de Paris à Escola de Frankfurt; Marx, Nietzsche, Schumpeter, Sartre e Marcuse, ganham a mesma coloração parda, indefinida, em prol da “destruição criativa”, como condição para se alcançar o paraíso platônico.
“Eis o que devemos almejar: a crítica implacável de tudo quanto existe. Digo implacável em dois sentidos: a crítica não deve temer suas próprias conclusões, nem o conflito com os poderes a que se dirige”, escrevera Karl Marx a um amigo em 1843, cinco anos antes do “Manifesto Comunista”.*
A arte de dizer o certo… visando aplicá-lo de forma errada…
Marx também não era original. Copiava (e mal) o que pregava a maçonaria italiana em 1822, no auge de sua batalha revolucionária contra a igreja católica, em prol do Estado Laico: “Para propagar a luz, é conveniente e útil dar impulso a tudo aquilo que proporciona a mudança. O essencial é isolar o homem de sua família, fazê-lo perder sua moral.”(3)
A fantástica produção intelectual protagonizada por Marx, Nietzsche e demais filósofos, que devemos festejar em nome da liberdade de expressão e pensamento crítico, não significa que devamos nos abster de também absorvermos as idéias com o devido filtro crítico por nós desenvolvido – e analisarmos a praxis, hipotética ou não, das ideias, na estrutura social que nos mantém.
Assim, não há dúvida: esse movimento liberticida – como um câncer, sempre buscou destruir o tecido social e desconstruir todos os organismos plurais e democráticos.
A própria busca do vanguardismo, inserida neste movimento disruptivo, já despe o intelecto social da cultura adquirida… em direção ao vazio. O resultado é a miséria social.
Na ebulição de novas ideias e constatações revolucionárias que marcaram o Século XIX, o vanguardismo terminou por condicionar a mudança das estruturas econômicas, sociais e políticas à adoção de uma postura niilista. Foi assim que o vanguardismo niilista contaminou a filosofia no Século XIX, orientou o radicalismo político no Século XX e parece estar formatando o caráter “ressentido”, cínico e hipócrita, das relações de Estado no Século XXI.
O niilismo, definitivamente, é uma praga na formação do homem moderno e um câncer que corrói a civilização.
O niilismo e os transviados
Graças ao bom Deus, essa doença vanguardista-niilista da transvaloração de todos os valores não contaminou cabeças iluminadas que, ao fim e ao cabo, em vários momentos dos últimos duzentos anos, trataram de “por a casa em ordem” e denunciar o caráter desumano e liberticida do fenômeno.
É o caso do maior filósofo do Século XX, Karl Popper, que observou, em primeiro lugar, o fato de a instauração de regimes “salvadores” sempre exigir a selvageria de um movimento revolucionário para reformar toda a ordem existente “sem deixar pedra por virar”.
Popper identificou a origem enviesada deste vanguardismo destruidor “de tudo o que está aí”: Platão e sua engenharia social utópica de República – um convite ao totalitarismo.
Essa engenharia social platônica em prol da utopia, visando “recriar” o ser humano, gerou todas as aberrações que custaram milhões de vidas no Século XX. Platão, reformatado, influenciou a formulação das visões niilistas que inspiraram os regimes totalitários e marcaram os conflitos mundiais.
“Tanto Platão quanto Marx sonharam com uma revolução apocalíptica que transfiguraria radicalmente todo o mundo social”, afirmou Popper em “A Sociedade Aberta e Seus Inimigos”.(4)
Utopias à parte, a experiência de vida e o inafastável conhecimento da história revelam: Sem valores a personalidade desaba.
A interseccionalidade e as bolhas
Em 1989, quando foi usado pela jurista e professora afro-americana Kimberlé Crenshaw, o termo interseccionalidade visava nominar o conceito de interrelação entre desigualdades e discriminações sofridas por mulheres e populações – uma interação de fatores sociais que definem a pessoa, tornando-a alvo de discriminações diversas.
A interação buscada por Crenshaw definia a barreira geopolítica e sócio-econômica enfrentada pelas mulheres negras nos Estados Unidos. Porém, o conceito foi apropriado pelos globalistas, visando criar “bolhas vitimistas” – uma espécie de zona de conforto psicosocial que manipula dados e informações visando tornar hegemônico o discurso disruptivo identitário. Importante anotar que a estratégia globalista visa a “mesmerização” das populações – daí o uso da via niilista para transvalorar e destruir o mérito, formando indivíduos “desnorteados”, “desmotivados” e “temerosos” de expor opiniões divergentes.
É óbvio que a intersecção entre trabalho e renda, sexualidade, etnia, geolocalização, religiosidade ou idade, combinam-se de diferentes formas, gerando situações vantajosas, ou desvantagens gritantes.
No entanto, seguindo o rumo do direito e da tutela de interesses difusos, vale o conceito do Professor Goffredo Telles: “onde há fracos e fortes, a liberdade escraviza; o direito liberta”. Ou seja, as diferenças devem ser tratadas de per si – caso contrário, poderão gerar novas desigualdades e causar profundas injustiças.
No caso da disrupção em prol das bolhas de manipulação vitimista, a “normalização” de condutas antisociais pode contaminar o meio com psicopatias comportamentais graves. Por isso, o discurso interseccionalizante não pode servir para, por exemplo, misturar vítimas de conflitos geopolíticos, relacionados à migração, questões de etnia, de religião, sexo (discriminação de mulheres), ou nacionalidade… com a “equalização”de comportamentos disruptivos e relacionados aos costumes e padrões morais comuns – como é o caso da ideologia de gênero, a normalização do lumpesinato e o racialismo cultural – claramente voltados a objetivos hegemônicos. Um bom exemplo desse mecanismo é a tentativa de apropriação da homosexualidade pela “comunidade LGBTQIA+” – como se uma questão de sexo se confundisse com a ideologia de gênero – anticientífica e absolutamente comportamental.
A tragédia niilista no ocidente
Não por acaso, a mutilação da personalidade do indivíduo, propicia a destruição dos valores ocidentais e abre caminho para o totalitarismo comportamental – a ditadura dos consensos, obtidos por meio do constrangimento e da criminalização da livre expressão.
A mutilação da personalidade é apanágio dos cínicos, dos homicidas, dos suicidas, dos totalitários. É atributo, também, dos militantes sem causa, dos rancorosos que segregam, dos identitários sem identidade e do ativismo sem conteúdo.
Daí porque a transvaloração niilista traduz fielmente o momento atual por que passamos – da completa imbecilização das performances contestatárias, dos que pregam o rancor, praticam a injúria, o ódio e a desagregação. Fenômeno que assalta os meios acadêmicos, o judiciário ativista e a mass media.
A transvaloração niilista está inoculada no nosso cotidiano. Ela gera transvias comportamentais pretensamente contestatárias, libera comportamentos sociopatas, “normaliza” perversidades e reproduz agentes transviados cuja função naior é escandalizar e anestesiar nossa indignação. O fenômeno motiva a agressão programada contra a indignação. Cidadãos, assim, passam a ser estigmatizados por criarem os filhos e viverem dentro dos valores cristãos, nos padrões morais e filosóficos ocidentais – taxados doravante de “valores burgueses”, “fobias sociais” e “moralismo repressor”.
Essa transvaloração de transidiotias se reflete na performance dos “cuspidores de imagens” – postados em frente ao MASP, conspurcando fotografias de políticos “golpistas” durante o processo de impeachment de Dilma Rousseff. Está nas coreografias agressivas, erotizadas, de bacantes dionisíacos inseridos num show de abertura de olimpíadas em Paris – como se mens sana in corpore sano constituísse uma frase expurgada dos jogos e do atletismo. Ela está também na raiz das manifestações sistematicamente transgressivas da ideologia de gênero. Está, ainda, na raiz da “criminização das fobias”, no “cancelamento digital” de quem se ofende com as ofensas comportamentais aos valores cristãos e, por fim, na odiosa repressão ao bom humor do cotidiano.
Reforça, lamentavelmente, o paradoxo invencível contido na palavra de ordem “miscigenação é genocídio”, dita por alguns militantes de movimentos negros, a título de combater o racismo (?). Compõe, também, o horizonte pretensamente “asseptico” do “ativismo judicial”, que desconstrói a Ordem a pretexto de reordená-la.
A transvaloração é o cerne da praga identitária, pretensamente libertária, característica do que muitos chamam de “marxismo cultural” – mas que também cultiva e incentiva demandas supremacistas do outro lado do tradicional arco de espectros ideológicos.
Não é fenômeno tupiniquim. Os niilistas daqui sequer cultivam a originalidade. Ocorre por certo no mundo todo, por obra e graça do finaciamento globalista. Das reações separatistas dos boquirrotos sem causa, passando pelo atirador a esmo da janela do hotel de Las Vegas, até os supremacistas brancos, negros, gays, transgêneros, feministas e, também, feminicidas radicais, terroristas que massacram vítimas com requinte de crueldade “em nome da paz e da harmonia pregados pelo iluminado profeta” de Alah…
Recentemente, nas redes sociais, a professora e pedagoga Marilene Nunes vaticinou:
“Está tomando forma amplo processo de IDEOLOGIZAÇÃO da vida como nunca se viu antes em toda a história da humanidade. Seu objetivo é o de transformar a maneira como encaramos a vida e a vivemos. Suas pautas e agendas são: ecologismo, sexualidade, trabalho, educação e cultura. Sua tática, o uso da democracia pra impor privilégios como direitos, com base na demanda do DESEJO e, assim, detonar com os sistemas jurídicos das sociedades modernas.”
Essa transvaloração de todos os valores, segundo a professora, pretende “a despersonalização do individuo pela rejeição da sua identidade sexual e bioemocional. Saturno está comendo seus filhos.”(5)
DOIS TRISTES EXEMPLOS TUPINIQUINS:
1. Exterminar nascituros para consolidar a liberdade
O efeito global dessa ação niilista destrutiva desconstrói a figura da autoridade, corrói a organização política da sociedade e deforma cognitivamente o caráter das novas gerações.
A transidiotia fulmina a família como núcleo institucional, desacredita o regime democrático e transforma o pluralismo num condomínio de rancores e de minorias barulhentas.
É nesse ambiente pulverizado, que operadores niilistas do direito ascendem à categoria de “aiatolás” da nova ordem “politicamente correta”.
O pior momento da judicatura brasileira expõe o drama da miséria niilista, senão vejamos:
Um exemplo definitivo é o voto do transvalorado ministro do Supremo Tribunal Federal Luis Roberto Barroso, em defesa do “direito ao aborto”, sem causa, de nascituros com três meses de gestação :
“A criminalização é incompatível com os seguintes direitos fundamentais: os direitos sexuais e reprodutivos da mulher, que não pode ser obrigada pelo Estado a manter uma gestação indesejada; a autonomia da mulher, que deve conservar o direito de fazer suas escolhas existenciais; a integridade física e psíquica da gestante, que é quem sofre, no seu corpo e no seu psiquismo, os efeitos da gravidez; e a igualdade da mulher, já que homens não engravidam e, portanto, a equiparação plena de gênero depende de se respeitar a vontade da mulher nessa matéria”. (6)
O entendimento é totalmente manipulado. Basta ler o que diz o art. 4º, 1. da Convenção Interamericana de Direitos Humanos (“Pacto de São José da Costa Rica”):
“Toda pessoa tem o direito de que se respeite sua vida. Esse direito deve ser protegido pela lei e, em geral, desde o momento da concepção. Ninguém pode ser privado da vida arbitrariamente”. (grifei)
Como salienta o jurista Francisco Ilídio Ferreira Rocha:
“Reconhecendo o caráter constitucional dos textos convencionais que versam sobre Direitos Humanos, o Pacto de San José da Costa Rica é categórico ao dizer que ninguém poderá ser privado arbitrariamente da própria vida e a proteção da existência vital tem como marco inicial, em regra, a concepção.” (…) “Sendo assim, não só existe um critério adequado para firmar uma solução jurídica sobre o início da proteção da vida humana, mas também ele é decorrente de um texto convencional de elevada importância do qual o Brasil é signatário.”
Tal qual apontou o jornalista Felipe Moura Brasil (7), como todo niilista de esquerda, Barroso, “quando não concorda com uma solução jurídica, diz que ela não existe”
2. Loucos para todos…
No mesmo sentido, a transidiotia judiciária – travestida no “ativismo judicial”, nega valor à ciência e faz ouvidos moucos aos técnicos e profissionais da psiquiatria, para transferir ao cidadão comum, às famílias humildes, pais idosos, filhos indefesos, a administração de psicopatas ou loucos periculosos tidos por inimputáveis – que deveriam ser objeto de tutela do Estado.
É o caso da inacreditável Resolução nº 487 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que instui a “Política Antimanicomial do Poder Judiciário”, determina o fechamento dos Hospitais de Custódia e Tratamento Psiquiátrico existentes no Brasil.
Esses locais abrigam pessoas com transtornos mentais que cometeram crimes, e são especializados no atendimento a esses pacientes.
A desativação dos hospitais forenses traz consequências trágicas à população brasileira, mas os iluminados autodeslumbrados pouco se ligam. A ideia do CNJ é que esses pacientes sejam tratados em locais como hospitais gerais, Centros de Atenção Psicossocial (Caps) e Serviços Residenciais Terapêucos (SRT). Além de onerar a rede básica – que claramente não dispõe de estrutura para oferecer atenção dirigida a transtornos mentais, principalmente por longos períodos.
A tresloucada decisão “antimanicomial” ainda ignora a visão médica sobre a perícia, a internação, o acompanhamento e a avaliação desses pacientes.
Várias entidades respeitáveis do setor de psiquiatria e medicina alertaram para a loucura normativa. Foi o caso do Conselho Regional de Medicina e Saúde e da Sociedade de Psiquiatria do Rio Grande do Sul, que afirmaram:
“…face à “Resolução”, Sabemos como isso vai terminar: pacientes e familiares sofrendo em busca de atendimento; risco aumentado de atos violentos ou reincidência de crimes por parte de pacientes sem tratamento adequado; pessoas com transtornos mentais indo parar nos presídios ou nas ruas, sem perspectiva de recuperação.”
Mas, para os transidiotas, o sofrimento humano é descartável, pois constitui combustível para o mais que desejado esgarçamento do tecido social.
Mais uma vez, o poder judiciário alija os médicos da discussão e despreza a visão técnica fundamental a questões que envolvem a assistência à saúde.
No mundo real, porém, as doenças não são solucionadas com decisões judiciais…
Quem vai pagar por isso?
Os exemplos acima, formam uma demonstração cabal do potencial homicida da transvaloração de todos os valores, hoje travestida pelo manto do “politicamente correto”, que já corroi o ocidente.
Como já apontado por mim em vários outros artigos, o ativismo judicial, o supremacismo vitimista (e vitimizador), o biocentrismo fascista, a ideologia de gênero e tantas outras “bandeiras de luta”, contribuem para o progressivo esgarçamento dos valores que esteiam nossa civilização e, com certeza, matam… até mesmo quem não possui qualquer chance de se defender…
Ante essa perspectiva, a obra prima do compositor Lobão serve como mantra para os que ainda pretendem manter a sanidade nesse mundo de idiotas transviados:
“Eu sei que já faz muito tempo que a gente volta aos princípios,
Tentando acertar o passo, usando mil artifícios.
Mas sempre alguém tenta um salto, e a gente é que paga por isso.
Fugimos para as grandes cidades, bichos do mato em busca do mito
De uma nova sociedade, escravos de um novo rito.
Mas se tudo deu errado, quem é que vai pagar por isso?
Eu não quero mais nenhuma chance, eu não quero mais revanche.”
O mal passa. Sempre passou.
No século passado, a ideologia do mal, desruptiva e corrosiva, deixou um rastro de destruição, injustiça e morte. No entanto, os radicais terminaran vencidos pela ordem natural do conservadorismo, democrático, meritocrático e restaurador.
De fato, a ordem natural das coisas não se deixa confundir pelo niilismo e não se altera pelas utopias.
A ameaça, agora, parte dos chamados “progressistas” – patrocinados pelo mal globalista.
Fora do mundo dos idiotas transviados, a vida é plena de razão. Ela é plural, sofre mudanças e experimenta uma contínua evolução. Exige porém, sobretudo valores, e não dispensa o vetusto exercício didático da paciência.
Assim, com resiliência, sigamos, pois:
Os idiotas passam. A razão remanesce.
Notas:
1- NIETZSCHE, Friedrich. “Ecce Homo”, in “Aurora”, § 1.
2- NIETZSCHE, Friedrich. No prefácio de “Genealogia da moral”, § 2.
3- Carta de 18 de janeiro de 1822, citada por Crétineau-Joly, em L’Eglise romaine en face de la Révolution, t. II, pág. 104
4- POPPER, Karl. “A Sociedade Aberta e Seus Inimigos”, p.180
5- NUNES, Marilene. Em https://www.facebook.com/marilene.nunes.7311/posts/1133248630143958
6- STF – HC 124306, Relator Min. MARCO AURÉLIO, Relator p/ Acórdão Min. ROBERTO BARROSO, Primeira Turma, julgado em 09/08/2016, publ. 17-03-2017
7- MOURA BRASIL, Felipe. “Os truques de Barroso e PSOL para legalizar o aborto”, Revista Veja*- LASSUS, Arnaud de. “A Escola de Frankfurt e a Revolução Cultural”, in http://permanencia.org.br/drupal/node/5194
*Antonio Fernando Pinheiro Pedro é advogado (USP), jornalista e consultor ambiental. Sócio diretor do escritório Pinheiro Pedro Advogados. Integrante do Green Economy Task Force da Câmara de Comércio Internacional, membro do Instituto dos Advogados Brasileiros – IAB, das Comissões de Política Criminal e de Infraestrutura e Sustentabilidade da Ordem dos Advogados do Brasil – OAB/SP. É membro do Conselho Consultivo da União Brasileira de Advocacia Ambiental, Vice-Presidente Jurídico da Associação Paulista de Imprensa – API, Editor-Chefe do Portal Ambiente Legal e responsável pelo blog The Eagle View.
Fonte: The Eagle View
Publicação Ambiente Legal, 30/07/2024
Edição: Ana Alves Alencar
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