Por Augusto Dias*
“Todos veem o que você parece ser, mas poucos sabem o que você realmente é.”
Maquiavel
Uma lição que podemos aprender com Jean-Jacques Rousseau em seu “Do Contrato Social” é que todo e qualquer soberano deve servir ao povo e organizar o estado. Jamais, em hipótese alguma, servir-se do Estado para desorganizar a nação.
Aquele que cria a desordem para com ela ganhar poder é descabido de vergonha e alimenta por suas mãos a fera que irá libertar-se da jaula para então trancafiá-lo em seu lugar.
A Timeline da humanidade está repleta de falsos profetas que foram mortos por seus seguidores. Assim como pseudos salvadores da pátria que caíram pelas mãos vingativas da nação que colocou em desordem. Pois como disse o filósofo francês Michel Foucault – “Não me pergunte quem sou e não me diga para permanecer o mesmo”.
A desordem depois de iniciada não possui um dono único. Todos se acham proprietários do seu pedacinho do caos.
É certo que o povo não se mantém o mesmo. Este pode levar anos para se tornar algo novo. E até desejar a desordem como mecanismo de mudança. Mas levará poucos dias para modificar-se novamente ao perceber que a desordem criada o prejudica. Que o mata de fome e lhe arranca dinheiro e postos de trabalho.
A sociedade é um reflexo do cidadão, que o é de per si, egoísta e egocêntrico. Como nos encanta a máxima do sociólogo francês Émile Durkheim – “Nosso egoísmo é, em grande parte, produto da sociedade.” E em assim o sendo, não é fiel àquele que criou o caos para ascender ao poder, mas logo fere o cidadão com a Saif da fome e da inflação.
O mundo contemporâneo é em sua plena digitalização da vida e do ódio, o carrasco do carrasco. As redes sociais criam ídolos e mitos na mesma velocidade que os “cancelam”.
Em um país com internet livre, não se pode cometer o erro crasso de governar por Fake News e discurso diário de ódio. Como se a desordem pré-ascensão fosse um regime político autossustentável. Pois o ódio que você deflagra no café da manhã, é o mesmo que recebe na hora do almoço.
É primordial que ensinemos a cada cidadão que deixe seu ódio, seu egoísmo e egocentrismo esquecido no fundo da sua mente para não mais servir de degrau para os Senhores do Caos.
Aprendamos a lição!
*Augusto de Vasconcellos Dias é advogado, especialista em Propriedade Intelectual. CEO da AE Internacional Marcas e Patentes. Presidente da Comissão de Propriedade Intelectual do Instituto dos Advogados do Estado de Santa Catarina (IASC). Presidente da Fundação Unitas. Secretário Coordenador do NUSE – Núcleo Multissetorial de soluções Empresariais, da ACIF – Associação Comercial Industrial de Florianópolis. Colaborador da revista Ambiente Legal. Twitter: http://@augustodias.
Fonte: O autor
Publicação Ambiente Legal, 23/01/2022
Edição: Ana Alves Alencar
Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião da revista, mas servem para reflexões.