Planeta Terra vai continuar sempre, agredido ou não.
Quem pode desaparecer são os seres vivos que habitam sobre ele.
Pense nisso.
Por Gilberto Natalini*
Desde que nos tornamos Homo Erectus, estamos explorando os recursos naturais do planeta, retirando dele o que precisamos para a nossa sobrevivência básica.
Com o passar dos milênios, o Homo Sapiens, com suas ferramentas e organização social, passou a extrair recursos e explorar cada vez mais a natureza, para seu consumo próprio, para sua sobrevivência, para seu comércio e acúmulo de riquezas.
A exploração da Mãe Terra vem num crescendo rápido e avassalador, e hoje, com oito bilhões de seres humanos e todos os recursos tecnológicos, financeiros e midiáticos disponíveis, o consumo desses recursos naturais é muito maior do que a capacidade de regeneração do Planeta. Assim, faz com que a degradação da Natureza no mar, na terra e no ar, seja visível e sentida por nós, no nosso dia a dia. E para piorar, todos os resíduos decorrentes do consumo humano desenfreado e, muitas vezes, supérfluos, são devolvidos, em enorme parte, para o Meio Ambiente.
Desta forma, sete milhões de pessoas morrem, todo ano, em decorrência da poluição do ar produzida pela frota automotiva com a queima dos combustíveis fósseis, além da emissão dos gases de efeito estufa, que, com o passar do tempo, acarretam o aumento da temperatura média da Terra. Como se não bastasse, os mares e o solo estão “infectados” pelo plástico e micro plástico, que já é detectado na corrente sanguínea dos seres vivos.
Ao produzir alimentos para esta multidão humana, a agricultura predatória e sem planejamento, consome uma imensidão de água, derruba florestas inteiras e contamina os rios e o solo com agrotóxicos letais.
Poderíamos expor aqui muitos exemplos dessa relação deletéria entre nós e o Planeta. São muitos. Por isso, a Natureza está nos mandando “recados” diários: as mudanças climáticas; a escassez de água e de comida; as epidemias velhas e novas que nos atingem, são sinais, mensagens, avisos que a Mãe Terra nos manda em um apelo dramático para que paremos de agredi-la.
É preciso acordar para esta realidade. É possível reorganizar o “modo de vida” dos humanos e repactuarmos nossa relação com o Planeta. Sabendo que, a política, a economia, a ciência, a tecnologia, as ações coletivas e individuais, precisam ser prioridades de cada um de nós.
Podemos e devemos fazer diferente.
Por fim, o Planeta Terra vai continuar sempre, agredido ou não.
Quem pode desaparecer são os seres vivos, animais e vegetais que habitam sobre ele. E, em particular, a humanidade.
Pense nisso.
*Gilberto Natalini é Médico, ambientalista e atual Secretário Executivo de Mudanças Climáticas da Prefeitura de São Paulo
Nota:
artigo publicado em Orbi News –
Fonte: The Eagle View
Publicação Ambiente Legal, 04/08/2023
Edição: Ana Alves Alencar
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