9 de abril do ano da graça do dilúvio de 2019, nesta terra de Santa Cruz
Por Edison Farah*
Interessante: ironia do destino, sina, maldição?
Em 2016, os habitantes das duas metrópoles mais importantes do Brasil,- cansados da bandalheira dos seus alcaides, do horror de suas câmaras municipais, porque ambas praticamente se caracterizam como clube de gângsteres, despachantes de interesses que não são os do povo, óbvio, sempre com as exceções de praxe, exceções essa que apenas servem para coonestar um arremedo de legislativo, produto de um sistema viciado de origem, engendrado pela legislação eleitoral cafajeste que vige nesta republiqueta fake-, iludidos, elegem em São Paulo um outsider da política, e no Rio um senador pastor evangélico de uma dessas novéis, e muito estranhas igrejas pentecostais que surgiram aos borbotões nos últimos trinta anos no Brasil e na América Latrina. Ops, Latina…..
Sempre se acusa o povo de não saber votar, de eleger demagogos, e raposas da velha política.
No entanto, esses que se apresentaram como novidade, prometendo dignidade á população sofrida dessas duas cidades, foram apenas mais um estelionato eleitoral, como tantos que o Brasil tem sofrido desde Jânio até Lula, passando por Fernando Henrique, Dilma e caterva.
O que esses dois senhores prometeram insistentemente na campanha era acabar com o desmonte das cidades, eliminação da especulação imobiliária desenfreada que é a mãe do horror desurbanístico que vivemos, afastar os parasitas que exploram os serviços públicos básicos, como transporte, limpeza, lixo e saneamento. Enfim, numa palavra, gestão honesta e eficaz a serviço do bem comum.
Agora, como resultado, após 2 anos desses senhores á testa dos Executivos Municipais carioca e paulista, temos as duas cidades absolutamente arruinadas, em pior estado do que o descalabro que foi a gestão petista do Sr. Haddad em Sampa, e da pirataria emedebista do Sr. Eduardo Paes no Rio de Janeiro. Em 2 anos a dupla Doria/Covas quintuplicou a degradação de São Paulo, relativamente à debacle já deixada por Haddad.
Desta forma fica difícil sempre culpar o povo, porque o povo tenta, tenta, e tenta mudar.
No caso de São Paulo, o mequetrefe que prometeu gestão a la Wall Street, o sacripanta, assustado com os problemas ciclópicos da capital paulista, abandonou-a em 15 meses, para disputar cargo mais alto, que acabou ganhando, numa campanha suja, para desgovernar agora o Estado, e entregou a prefeitura a um moleque, totalmente despreparado, que está produzindo aqui a incivilidade total, tendo a cidade se transformado num acampamento de desesperados, num burgo medieval pestilento, imundo, com todos os logradouros públicos, ruas e praças transformados em depósitos de lixo e entulho, e moradia para humanoides, zumbis, que chafurdam com ratos, baratas e animais nas sarjetas, numa crueldade social jamais vista, nem nas cidades bombardeadas na Europa na segunda guerra. Gente degradada a tal ponto que perderam o “rosto humano”.
Então, só podemos concluir que há outra causa para esse horror: “o sistema político brasileiro está empalmado por gângsteres que conseguiram formatar uma estratégia político partidária que garante para seus sequazes, prepostos dos grupos do poder econômico predatório e escravocrata, a sua mantença permanente no poder desta terra.”
Assim, o diluvio que a natureza nos mandou nestes dias, cobrando a destruição desenfreada do planeta, vem por a nu, com mortes, e desmonte das cidades, caos, a verdadeira face dessas criaturas que tiranizam nosso povo.
Todavia, há uma verdade cósmica, superior, que rege o equilíbrio no Universo, e que se sobrepõe a tudo isso: “o sangue derramado pela injustiça sempre é cobrado de quem o derramou”.
O horror do genocídio que aqui se perpetra, e noutros cantos do planeta, as milhares de vidas ceifadas pela violência, pelo morte sem socorro na imunda saúde pública desta terra, a juventude deformada ética, moral, e socialmente por um sistema ignóbil de deseducação, os milhares de jovens levados ao crime, tudo isso será cobrado dos que promoveram este horror.
Assim é, e assim será.
Assim como era no princípio, é agora, e sempre, e por todos os séculos e séculos.
Assim é a JUSTIÇA MAIOR.
Esta Justiça é DEUS.
* Edison Farah é economista, foi Juiz do Tribunal de Impostos e Taxas do Estado de São Paulo, e é presidente do Conselho de Administração da ONG Bairro Vivo.