Por Mário Moscatelli*
Sobrevoando nos últimos vinte anos a região metropolitana do Rio de Janeiro, vi no varejo algumas melhoras ambientais mas no atacado a derrota é avassaladora e incontestável.
Os jogos olímpicos representaram no meu entendimento a última grande oportunidade de reversão do colapso ambiental que eu silenciosamente e isoladamente presencio a cada vôo, onde nem as conseqüências e muito menos as causas são combatidas pelo tal poder público.
Estamos ferrados ou coisa bem pior!
Simplesmente daremos como herança às próximas gerações uma terra arrasada e que será ainda mais arrasada pelas mudanças climáticas que só irão acelerar os extremos climáticos.
Quem viver verá.
Infelizmente não tenho sido o suficientemente eficiente no sentido de reverter esse quadro com as armas que disponho.
Sinto muito pelas próximas gerações que irão pagar o custo de nossa irresponsabilidade.
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Mario Moscatelli. biólogo, Mestre em Ecologia, trabalha incansavelmente na luta para a preservação e recuperação dos ecossistemas brasileiros
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É casa, barraco, apartamento, tudo sendo construído em mangue e beira de valões, é rico e pobre, prefeitos autorizado fazer casas, e mesmo sem autorização população faz casa, e pelo visto a população não liga para o mal cheiro do esgoto. Nossa população gosta de viver na sorte, sorte de não ter enchentes, sorte de não ter deslizamento. E o nível do mar aumentar, ai todo mundo vai querer preservar, não jogar lixo na rua, não fazer casa perto de mangue e brejo. Combinando o aumento do mar e de chuvas, é tragédia anunciada, e pelo visto nosso estado do RJ, com municípios como Rio, São Gonçalo, Duque de Caxias e outros, vai acontecer tragédia de morrer pessoas, e tudo por falta de responsabilidade da população e políticos. E bota São Gonçalo no meio, bairros construídos dentro de manguezais, com 250 mil pessoas, e casas dentro de mangues mesmo. Continuam aumentando casas, e por favor população fluminense, continuem com olhos fechados, até quando começar as inundações.