Dúvidas e placas tectônicas mudam o rumo do debate sobre mudanças climáticas e crise hídrica
Por Stelio da Cunha
No princípio, Deus criou os céus e a terra. A terra, entretanto, era sem forma e vazia. A escuridão cobria o mar que envolvia toda a terra, e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas. (B.K.J) Genesis (1-1,2)
FATOS E HIPÓTESES
Nestes últimos dois anos, tenho sido uma voz que grita no deserto!
Não reclamo na verdade deste grito isolado. Sei que serei ouvido, mesmo porque quando o recurso hídrico chega ao nível de restrição à vida humana e a economia paralisa, todos começam a gritar, e bem mais alto !!!
Muito se tem falado do aquecimento global.
Eu analiso esse evento pela modelagem matemática – frio, sem coração, bem terra.
Como ainda não temos dados milenários suficientes, o que podemos garantir é que todos os modelos terminam em teorias.
Teorias não podem ser provadas, somente corroboradas. Assim, venho fazendo meus próprios aprendizados, na esperança de ser atingido por uma maçã “certa”.
Garantimos, sem medo de errar, que clima e tempo de vida da terra, estão intimamente ligados.
É certo que o clima nos envolve e que esta mudança, ao longo das eras ou eons, desenharam o que somos hoje.
Temos que dar uma freada nesse “diz que disse” do tal Aquecimento Global. Trata-se de algo que ainda é uma teoria e não um fato.
Todo aquele que estiver fazendo pesquisa científica como estamos agora, explicitando o que sabemos, precisa ter todo o cuidado para distinguir FATOS de HIPÓTESES.
PLACAS TECTÔNICAS
Há muita evidência de a temperatura média estar aumentando. Mas também há evidências que a temperatura média está até diminuindo, como nos oceanos.
As medições bem precisas dos institutos marinhos nos tem mostrado que, de um modo geral, todos os oceanos estão ficando mais frios e não mais quentes, ao longo dos últimos 15 anos.
As placas tectônicas constituem algo a ser observado de concreto – uma fonte de teorias, porém melhor comprovadas. Afinal, já estamos sofrendo fenômenos preocupantes de tsunamis na Indonesia, Japão e Chile, sem contar com os inúmeros terremotos de magnitude 7 e acima na escala Richter.
Precisamos entender como as placas tectônicas contribuem para a quantidade de energia de calor que é lançado na atmosfera da terra. Começamos com o lançamento do físico e visível calor de vulcões e lavas. Milhares de vulcões submarinos provocam alteração do leito marinho e aquecimento no seu entorno. Também os terrestres atuam diretamente no que chamamos de potencialização do efeito estufa, pois o CO2 liberado por esses milhares de vulcões é expressivo, senão determinante para o impacto climático.
No presente momento, temos aproximadamente 1530 vulcões ativos, sendo 1250 nas profundezas do oceano Pacífico. Há também dissipação do calor da fricção nas margens das placas tectônicas, tanto por compressão como por transcurrent. Todo este calor é resultado indireto do calor radiogênico profundo, gerado pelo interior da terra, que atinge as placas tectônicas em primeiro lugar.
O movimento de qualquer placa tectônica, carrega em si enormes massas do geológico primordial do planeta. Esse movimento afeta o clima, pois as correntes oceânicas tem padrões de circulação em constante alteração. As alterações afetam diretamente, e de forma bem visível, as chamadas glaciações ou idades de gelo.
Nos períodos de tempo entre estes avanços glaciais, há períodos de aquecimento (também conhecidos como períodos inter glaciais). Se poderia chamar estes períodos, de aquecimento global, como o que estamos experimentando neste momento.
Tentamos entender, na verdade, um pouco desta SANFONA GLACIAL.
A única base efetiva que podemos ter para uma medição histórica de clima, de longo tempo, que nos deixa margem para que possamos OUSAR afirmar alguma coisa, diz respeito às placas tectônicas. Elas podem ser apontadas como responsáveis pelo movimento dos continentes e pelas mudanças climáticas. No final da história, corroboram pelo resultado medido, que os continentes estão se movendo.
Com essa medição certa e correta, nunca estamos na mesma coordenada de GPS. Onde pisamos, se move. Assim, o CLIMA SEMPRE SE ALTERA, NO LOCAL EM QUE ESTAMOS. Movimentos tectônicos nos ligam, portanto, às alterações climáticas de longo prazo.
Os cientistas europeus, já há algum tempo afirmam que as mudanças climáticas estão mais relacionadas com os movimentos tectônicos que à emissão de gases. Ao longo dos últimos 10 ano, como acima dito, isto ficou visível pelas movimentações da placa do Pacifico.
“Nossos resultados revelam que variações laterais no acoplamento das placas tectônicas podem estar ligados com os degradantes efeitos de fenômenos climáticos. Tais variações podem ser detectáveis no registro do movimento da placa”, dizem os cientistas europeus no relatório de mudanças climáticas da Comunidade Europeia.
Os cientistas afirmam que é a primeira vez que as alterações climáticas são reconhecidas como diretamente influenciadas pela movimentação das placas tectônicas.
“Sabíamos que alguns eventos geológicos causados pelo movimento das placas, poderiam estar influenciando padrões climáticos por um período de milhões de anos. Agora nós sabemos que o oposto também acontece”, declarou Giampiero Iaffaldano, pesquisador da Universidade Nacional da Austrália.
A pesquisa indica que o evento pode ser uma ‘resposta’ à influência das placas tectônicas sobre o clima. “Como o clima está se modificando, muitas vezes afetado pelos processos geológicos nas margens das placas, como a formação de montanhas, nossos resultados sugerem que há mecanismos contínuos de reação entre dinâmicas climáticas e movimento das placas, nos quais às vezes um controla o outro e vice-versa”, diz o relatório.
Para Iaffaldano, as descobertas podem ajudar a decifrar algumas das causas de terremotos. “Queremos entender o que causa a movimentação das placas e quais regiões estão mais propensas a grandes terremotos. Para isso, talvez precisemos considerar a história do clima nos últimos milhões de anos”.
Estudo recente sobre placas tectônicas da Terra indicam que elas estão se movendo mais rápido agora do que em qualquer época nos últimos bilhões de anos. Se houver comprovação que tal estudo é verdade, o resultado poderia ser explicado por outra descoberta surpreendente das últimas semanas: a presença de mais água dentro do manto da Terra do que em todos os oceanos juntos !!! VOLTAMOS AO LIVRO DO GENESIS …
UMA NOVA ECONOMIA DESIDRATADA?
Repito (porque temos que repetir sempre) , há presença de mais água dentro do manto da Terra do que em todos os oceanos juntos.
Sabemos que a descoberta de águas subterrâneas profundas já foi feita e comprovada na Bacia Amazônica. Essa reserva de águas subterrâneas profundas apontam para uma primeira medição de água potável suficiente para consumo atual da humanidade, por 250 anos.
Podemos afirmar que, a longo prazo, a questão do Brasil estará resolvida, se houver um eficaz projeto de logística do recurso hídrico amazônico.
Qua valor tem a Amazônia? Nunca saberemos medí-lo mas, sempre vale a pena ficarmos perguntando…
O MODELO TECTONICO, que age na dinâmica da alteração climática, é o que vem impactando o clima do SUDESTE BRASILEIRO e também no OESTE AMERICANO. O estado de São Paulo tem mais isso em comum com o estado da Califórnia
A diferença é que os americanos já estão alterando seu modo de gerar riquezas com menos água. Falta a região sudeste, aqui no Brasil, aprender a desenvolver um MODELO ECONOMICO DESIDRATADO.
Desenhar e implantar SISTEMAS HIDRO CONSUMIDORES EFICAZES é com certeza a maior tarefa que teremos daqui para frente.
As fartas reservas hídricas do velho sudeste, aqe ainda embelezam os cartões postais, ficarão como agora estão: desérticas.
Isso ocorrerá a menos que por um enorme esforço, envolvendo toda a sociedade, possamos correr contra o relógio e entregar um programa intenso e constante de reeducação econômica. Teremos, então que fazer SOBRAR, para de novo encher os reservatórios.
Os estudos nos mostraram que o movimento das placas se acelerou bastante. A taxa média de colisões continentais, e a velocidade média com que os continentes mudam de latitude, dobrou nos últimos dois bilhões de anos. Isto é fato.
Tendo em vista essa teoria, comprovada por dados geológicos, devemos redesenhar o modelo hídrico do país. Não apenas do Estado de São Paulos, mas de TODO SUDESTE. Digo mais, de todo o Brasil.
Em verdade deveríamos passar por uma GÊNESIS, do hábito de escovar dentes até a produção de celulose.
Palavras-chave para o futuro próximo:
• HABITOS HUMANOS NOVOS
• TECNOLOGIA AGRÍCOLA MENOS HIDRO-INTENSIVA
• LOGÍSTICA HÍDRICA INTRA-REGIÕES (UM SÓ RECURSO UM SÓ PAIS)
• DISCIPLINA NA EXECUÇÃO DE PROJETOS DE INTERLIGAÇÃO DE BACIAS HÍDRICAS
• RECURSOS HIDRICOS COMO RECURSO NACIONAL ESTRATÉGICO.
O tempo urge. O ser humano pode ficar três dias sem alimento, mas não pode ficar algumas horas sem seu componente básico – água.
No Livro do GÊNESIS, lê-se: “- O espírito de Deus vagava sobre as águas. Ainda não havia luz, só trevas, nem calor, nem vida, nem emoção. A terra, sem forma e vazia”. Então, só existia um único elemento, a água que se movimentava !!!
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Stelio da Cunha é engenheiro, com Mestrado e Doutorado pela University of Lancaster (UK), consultor e palestrante nas áreas de Energia, Gestão Empresarial Competitiva e Petróleo e Gás, há trinta anos. colabora em vários canais de mídia, no Brasil e exterior.
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