Tratado esteve em discussão por 15 anos e é visto como crucial no esforço para colocar sob proteção 30% da terra e do mar até o final da década
Por David Stanwayda Reuters
Negociadores de mais de 100 países concluíram um tratado da ONU para proteger o mar aberto neste sábado (4), uma medida aguardada por grupos de ambientalistas, que dizem que ela ajudará a reverter perdas da biodiversidade marinha e garantirá o desenvolvimento sustentável.
O pacto legalmente vinculativo para conservar e garantir o uso sustentável da biodiversidade oceânica, que esteve em discussão por 15 anos, foi finalmente fechado após cinco rodadas de prolongadas negociações lideradas pela ONU em Nova York, que terminaram no sábado, um dia após o prazo original.
“O navio chegou à costa”, disse a presidente da conferência das Nações Unidas, Rena Lee, após um último dia da maratona de negociações.
O tratado é visto como um componente crucial nos esforços globais para colocar sob proteção 30% da terra e do mar do mundo até o final da década, um objetivo conhecido como “30 por 30”, acordado em Montreal em dezembro de 2022.
Os interesses econômicos foram um grande ponto de discordância durante a última rodada de negociações, que começou em 20 de fevereiro, com países em desenvolvimento pedindo uma maior parcela dos ganhos da “economia azul”, incluindo a transferência de tecnologia.
Um acordo para compartilhar os benefícios dos “recursos genéticos marinhos” usados em indústrias como a biotecnologia também permaneceu como um entrave até o final, arrastando as negociações.
O Greenpeace diz que 11 milhões de quilômetros quadrados do oceano precisam ser colocados sob proteção todos os anos até 2030 para que a meta seja cumprida.
Muito pouco do alto mar está sujeito a qualquer proteção, com poluição, acidificação e sobrepesca, apresentando uma ameaça crescente.
“Os países devem adotar formalmente o tratado e ratificá-lo o mais rápido possível para colocá-lo em vigor e, em seguida, entregar os santuários oceânicos totalmente protegidos que nosso planeta precisa”, destacou Laura Meller, ativista do Greenpeace Oceans que participou das negociações.
“O relógio ainda está correndo para entregar o ’30 por 30′. Temos meia década restante, e não podemos ser complacentes”, advertiu.
Fonte: CNN Brasil
Publicação Ambiente Legal, 06/03/2023
Edição: Ana Alves Alencar
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